Ainda a propósito do meu ultimo post, vieram mesmo a propósito as palavras do nosso Nobel estrangeirado. Não posso dizer que seja dos escritores que mais admiro mas é um dos nossos maiores escritores vivos, logo, o que ele diz sempre valerá "qualquer coisa". E rezou ele assim aos jornalistas...
"Não deixando de dizer que "este é um país de coisas negativas, mas é o meu País", revelou que em Lanzarote descobriu o português: "Temos a língua mais bonita do mundo, ela é o ar que respiramos." "Todos somos responsáveis por ela, a começar pela Comunicação Social. Leiam Fernão Lopes, Camões, Bernardim Ribeiro, António Vieira, Pessoa, Eça, Camilo, Antero, Almada Negreiros", aconselhou."
in DN Online, 23/04/08
E mais nada!...
23 de abril de 2008
14 de abril de 2008
Pois, passado que está este longo interregno, creio que é altura de dizer qualquer coisa sobre isso...
Não estou em Portugal. Estou, para quem não sabe, numa média cidade belga, chamada Gent. É uma cidade pacata (para uma cidade) tipicamente da Europa central, plana, sem um monte q se veja em milhas ao redor... A minha alma lusitana reclama pelas ondas, pelo cheiro do mar, pelos montes, colinas, serras, vales, pelo sol, pelo ar perfumado que temos e que, desgraçados Portugueses!, não sabem que o têm... Eu, que sabia que iria sentir falta de tudo isso, nunca imaginei o quanto poderia sentir essa falta absurda de uma energia tão portuguesa, de um solo, um ambiente que nos está enraizado no genoma (quase)... É uma sensação quase febril, um estado de falta de saúde, como se nos tivesse sido arrancado um algo que sabemos que nos pertence, nosso por direito e conquista, nosso por Vida.
Não sabemos as bençãos que nos foram garantidas mas isso, creio, é mal internacional... Não temos noção que a nossa maior riqueza é, definitivamente, a gente.. Não temos a "beleza" nórdica? Só para quem não quiser ver! Temos, invés, um coração genuíno e honesto, um coração que, mesmo quando fala pelas costas, pelo menos fala! "És um cabrão (mas não te guardo mais ressentimento do que isto...)". Cão que ladra não morde, já dizia a minha avó.
Falam do nosso Governo, mas esta gente aqui esteve mais de meio ano com um governo provisório! Uma diferença para melhor: ao menos têm os dois pilares da sociedade (Saúde e Educação) bem firmes e assegurados. De resto, tão mau ou pior que nós... Os salários são melhores mas isso é a consequência de bons politicos no passado (outra coisa que não tivemos), influências regionais e não dos políticos do presente... Este é um país à beira da cisão! Em Portugal, goza-se com os tripeiros, com os alentejanos, com os transmontanhos, com os beirões, com os algarvios, os açoreanos e os madeirenses, enfim, uns com os outros, mas nunca, nunca, ouvi dizer a alguém que outrem não era Português, que o Porto, Vila Real, Braga, Faro, Beja, Funchal, São Miguel não são, nunca foram, nunca serão Portugal... já aqui, não é bem assim... A Bélgica é uma ficção num mapa, quando um dia alguém traçou a régua e esquadro uma "zona tampão" entre a Alemanha e a França... no dia a dia, a Flandres e a Valónia são dois siameses que se odeiam (por "N" motivos) apenas unidos por um cordão que só merece o desprezo de ambas as partes por que os mantém estupidamente unidos: Bruxelas. Ódios, ressentimentos de décadas...
É a Saudade a falar?... Talvez... Mas, mais do que isso, é a identidade de ser Português e o contraste de maneiras de ser e viver deste povo que estão a chocar em mim e a revoltar-me... Olhem para todos os grandes vultos da nossa cultura do Passado que passaram pelo estrangeiro e tentem ver para além das linhas causticas que eles nos dedicaram... tentem reconhecer, num Eça, por exemplo, que cada vez que ele criticava os nossos costumes, não era para nos deitar abaixo e minimizar perante outros povos, mas sim, uma forma de nos "espicaçar", a acordar, a sermos tudo aquilo que podemos ser porque ele (tal como eu agora) percebeu que em NADA ficamos atrás desta gente, ela sim, mesquinha e mediocre...
Merecemos mais... é só acreditarem...
Não estou em Portugal. Estou, para quem não sabe, numa média cidade belga, chamada Gent. É uma cidade pacata (para uma cidade) tipicamente da Europa central, plana, sem um monte q se veja em milhas ao redor... A minha alma lusitana reclama pelas ondas, pelo cheiro do mar, pelos montes, colinas, serras, vales, pelo sol, pelo ar perfumado que temos e que, desgraçados Portugueses!, não sabem que o têm... Eu, que sabia que iria sentir falta de tudo isso, nunca imaginei o quanto poderia sentir essa falta absurda de uma energia tão portuguesa, de um solo, um ambiente que nos está enraizado no genoma (quase)... É uma sensação quase febril, um estado de falta de saúde, como se nos tivesse sido arrancado um algo que sabemos que nos pertence, nosso por direito e conquista, nosso por Vida.
Não sabemos as bençãos que nos foram garantidas mas isso, creio, é mal internacional... Não temos noção que a nossa maior riqueza é, definitivamente, a gente.. Não temos a "beleza" nórdica? Só para quem não quiser ver! Temos, invés, um coração genuíno e honesto, um coração que, mesmo quando fala pelas costas, pelo menos fala! "És um cabrão (mas não te guardo mais ressentimento do que isto...)". Cão que ladra não morde, já dizia a minha avó.
Falam do nosso Governo, mas esta gente aqui esteve mais de meio ano com um governo provisório! Uma diferença para melhor: ao menos têm os dois pilares da sociedade (Saúde e Educação) bem firmes e assegurados. De resto, tão mau ou pior que nós... Os salários são melhores mas isso é a consequência de bons politicos no passado (outra coisa que não tivemos), influências regionais e não dos políticos do presente... Este é um país à beira da cisão! Em Portugal, goza-se com os tripeiros, com os alentejanos, com os transmontanhos, com os beirões, com os algarvios, os açoreanos e os madeirenses, enfim, uns com os outros, mas nunca, nunca, ouvi dizer a alguém que outrem não era Português, que o Porto, Vila Real, Braga, Faro, Beja, Funchal, São Miguel não são, nunca foram, nunca serão Portugal... já aqui, não é bem assim... A Bélgica é uma ficção num mapa, quando um dia alguém traçou a régua e esquadro uma "zona tampão" entre a Alemanha e a França... no dia a dia, a Flandres e a Valónia são dois siameses que se odeiam (por "N" motivos) apenas unidos por um cordão que só merece o desprezo de ambas as partes por que os mantém estupidamente unidos: Bruxelas. Ódios, ressentimentos de décadas...
É a Saudade a falar?... Talvez... Mas, mais do que isso, é a identidade de ser Português e o contraste de maneiras de ser e viver deste povo que estão a chocar em mim e a revoltar-me... Olhem para todos os grandes vultos da nossa cultura do Passado que passaram pelo estrangeiro e tentem ver para além das linhas causticas que eles nos dedicaram... tentem reconhecer, num Eça, por exemplo, que cada vez que ele criticava os nossos costumes, não era para nos deitar abaixo e minimizar perante outros povos, mas sim, uma forma de nos "espicaçar", a acordar, a sermos tudo aquilo que podemos ser porque ele (tal como eu agora) percebeu que em NADA ficamos atrás desta gente, ela sim, mesquinha e mediocre...
Merecemos mais... é só acreditarem...
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