30 de dezembro de 2008

(para a... bem, ela sabe quem é...)

Passeio pelo que escreves. É o mesmo que passear pela tua alma. Desenhas com finos traços a tua alma cada vez que decides manchar a tela com os teus pensamentos, as suas sensações, as vontades irreprimíveis que assolam o teu Universo interno, as tuas lágrimas, os sorrisos… Ah, sim… os sorrisos. Queria eu sorrir como tu, com uma simplicidade que em ti revela a sensibilidade que os outros cega e que teimam em não ver. Para quê complicar? A Vida não o é já o suficiente? Tivesses tu o céu estrelado como tecto, e o mar como coberta, e não precisarias de mais nada… pois, simplifico: precisas das pessoas porque são elas o teu mundo; precisas tu dos “teus” porque são eles o teu Universo. Também eles estão no teu sorriso. Está lá tudo, aliás, é algo transparente como a água que veneras, o reino onde tu reinas…
Ao som da intocável matéria vais bordando na tela o teu ser. O que tu não sabes é que é ela também a tua Alma. Faz parte do nosso património colectivo, de todos… nós só retiramos um bocadinho para que nunca nos esqueçamos do que somos, sendo únicos e indivisíveis. Flutuando pelas águas do Tempo, muitas vezes entramos em deriva, perdendo o Norte, o Sul, o Leste e o Oeste… e ela, o nosso primeiro Amor, é a nossa tábua de salvação, o nosso porto de abrigo… também ela é Amor.

“A story without Love, isn’t a story worth telling.”

Tu sabes. Sempre o soubeste. E por isso bebes a Vida em tragos gostosos de Amor, intensos em Paixão (ou apaixonadamente intensos?...), loucos de Luz. E sempre com a serenidade que transportas para dentro de todos quanto o queiram. Porque tu, sensível, porque tu, a audaz. Porque tu,… porque quererás tu amarrar-te a um porto? Porque terás tu, agora, (ainda por cima agora) medo do teu reino? É o TEU reino, lembras-te? Não o conhecerás tu melhor que ninguém?... Ah, sim, falas-me em invasões, mas diz-me: quem pode invadir o inexpugnável? o inatingível? o intangível?... Pois, só aquilo que tu entenderes, por paixão, entregar…
Reina, Princesa, reina – que é como quem diz: vive Criança, vive. E Sê.

27 de dezembro de 2008


E era uma vez uma reino mágico... Bem, todas as histórias começam assim, "um reino mágico" mas o que interessa realmente é o que esse reino mágico contém. Para mim, ele continha um Bem em muito raro no resto do Mundo: Amor. "Oh", dizem vocês, "mas isso é uma coisa que há em qualquer lugar... E além disso como é que podes medir isso?". Fácil, digo eu! Basta ver passear pelas ruas e ver quantas crianças estão a sorrir! E, já agora, quantos adultos também.
Pois neste reino mágico, a magia era mesmo a do Amor. Mas os habitantes deste reino (escolham você o nome) sabiam trabalhar o Amor: sabiam moldá-lo, temperá-lo, enfeitá-lo e mostrá-lo com uma magnificiência a toda a prova. Isso era prova do seu avanço científico! Eles tinham passado grande parte da sua existência como povo a estudá-lo. Consideravam o Amor um tema de ciência de elevada relevância e importância estratégica para o seu país: cedo perceberam que sem Amor, nada pode avançar.
Se esperavam que agora vos dissesse que nesta terra, um dia, alguma coisa de má tivesse acontecido, enganam-se - outra coisa que eles tinham aprendido foi que o Amor é a maior força do Universo, sinónimo de Luz, e onde está a Luz, a Escuridão (que é a ausência de Luz) não pode entrar (é uma questão de Física, e uma das primeiras descobertas desse povo)...
Parafraseando o homenzinho naufrago "Eu quero voltar para a ilha!"... E quem não quereria voltar? Bem, é possível voltar, sim, mas só por uns tempitos... primeiro, tem que fazer as malas: largar todas as frustrações, preocupações, trabalhões, "coisas sem-importanciões" (aquelas coisas de pessoas adultas, sabem?) e ficarem só com o que de mais valioso têm - o vosso Coração, a vossa Alma, a vossa Essência; a seguir (esta é mais difícil) têm de largar o Medo - para isso têm de o vencer porque é ele o Dragão que guarda as fronteiras desse país (um pouco como vencer a burocracia para se obter um visto e um passaporte); isso cada um saberá como fazê-lo porque este tal Dragão é meio camaleão (pela parte da mãe) e disfarça-se "à medida do freguês". Por ultimo, peguem em vocês e vão fazer o que mais gostarem e que verdadeiramente vos faça sentir únicos, "preenchidos", como se cumprissem a vossa Existência com esse gesto. E, enquanto o fazem, "saiam" um bocadinho de vocês e sintam o prazer que têm ao fazê-lo... Bem vindos à vossa Terra!

24 de dezembro de 2008

Synchronicities

(o "reptil foi, mais uma vez, lançado pela ©, a foto é, mais uma vez, minha...)


Para uns é o acaso... para outros "estava escrito"... Para mim, é uma coisa e a outra!... É difícil de explicar mas vou tentar...
Às coincidências chamo-lhes outra coisa - sincronicidades. O termo não é meu, nem a definição mas a verdade subjacente é limpa e fácil de entender. Para nós, comuns mortais, quando algo acontece que calha (sem que façamos esforço para isso) na hora H, no momento M em que "dá jeito", o pessoal diz "olha! calhou!", ou "isso foi uma grande coincidência!". Mas agora imaginem que as nossas vidas de Humanos têm o seu timing próprio, têm o seu ritmo, cada qual com o seu destino, cada qual com as suas lições a aprender... Ora, convém, já que estamos todos interligados, que (de quando em vez) os nossos ritmos pessoais coincidam com os de outras pessoas. Isso pode acontecer intencionalmente - o que chamamos de encontros marcados, entrevistas e afins -, e pode acontecer sem querer - o que chamamos de coincidências. Quer num caso, quer no outro, isso são sincronicidades (do gr. Syn (ao mesmo) + chronos (tempo)). A diferença é que uma é propositada, e a outra não. E é esta última que mais nos espanta, acima de tudo quando é uma boa sincronicidade.
Mas a palavra a reter aqui não é a greek-derived. A palavra a reter aqui é LIÇÃO. Ah, e PROPÓSITO. Porque todas as sincronicidades têm um propósito, termo não só utilizado no sentido mais corrente, mas também no sentido "estava escrito". Assim tinha de ser, tem uma razão. E tinha de ser porquê? Lição. Ao aceitarmos uma sincronicidade estamos a aceitar a potencial lição ou o potencial pacote de lições que lhe estão intrinsecamente ligados. As lições podem ser as que bem imaginarem, cabe a cada um identificar (caso contrário não se terá aprendido nada). E há, como é óbvio, umas mais fáceis de engolir, mais adoçadas, e outras mais amargas e duras... quais delas duram mais na nossa memória? e quantas não se voltam a repetir? (sincronicidades fora, claro...)

21 de dezembro de 2008

Transparência



E se não fossemos feitos de carne? Se fossemos feitos de uma material volúvel, de composição variável, que mudasse sempre que o nosso estado de espírito também mudasse, estilo "Mood-ring" dos loucos anos 70's mas não só em cor, em textura também, e em flexibilidade e todas as outras propriedades físicas. É uma divagação de humano mas a verdade é que, naquilo que realmente somos, nós somos assim. Aquela sensação que temos ao levar uma nega, ao "engolirmos um sapo" no trabalho, ao aturarmos um chefe que implica connosco porque sim, ao encontrarmos uma "princesa" (ou um príncipe, no caso das senhoras) na rua que nos faz acelerar o rítmo do coração, ao receber uma notícia que nos deixa muito feliz, ao entregarmo-nos ao prazer, tudo isso é um reflexo que esse algo em nós, que eu acredito ser a Alma, está a mudar de forma e de consistência. E há mesmo sinais físicos de que o balanço interno está a ser alterado: as lágrimas, a Alma líquida que só apetece fugir do corpo em regatos, o sorriso que brilha quando a Alma irradia felicidade, o corpo que se agita e dança quando a Alma quer vibrar ao som da música, o olhar que se endurece, os músculos que ficam tensos quando a Alma coloca um letreiro à porta com os dizeres "BACK OFF!" ou "Não estou nem aí!".
Todas estas coisas, todas as suas formas, são uma forma, é, aliás, "A" forma que a Alma tem de deixar transparecer o seu estado. São nesses momentos que somos transparentes, tão transparentes que, tantas vezes, temos medo e sentimos uma necessidade gritante de esconder o estado da nossa Alma (seja por que motivo for).

Mas, qual é a necessidade de esconder?

Nada na nossa maneira de ser como Humanos, em qualquer aspecto (físico/biológico, espiritual, mental - estando tudo interligado) é futil ou despiciendo. Se temos uma dada reacção natural, porquê contrariá-la? Se a nossa Alma quer mostrar o seu estado, porquê obstruí-la?

20 de dezembro de 2008


Cena 1: Sonhei com amigos, sonhei com lugares onde há muito não vou, sonhei com presentes que me deixaram de boca aberta e... acordei.

Cena 2: Sonhei com adversários, lutas antigas, conflitos ardentes, discussões inúteis, personae non gratae, cenários de horror e... acordei.

Que há de diferente nestes dois acordares? Independentemente do cenário que neles desenrola, no meu caso, isto acaba por me influenciar para o resto do dia. Os sons, as cores, os gestos e movimentos do dia e da noite podem-nos influenciar... e quando nos transportamos para um mundo onírico? Qual é a impressão que transportamos do mundo de Morfeu para esta realidade? Será isto a acção da Alma?

Há convenções culturais que nos influenciam. No binómio dinâmico "influência externa-projecção externa", nunca se saberá qual terá maior preponderância em nós. Agora, que essa preponderância se manifestará em nós de maneiras diferentes, isso acontecerá sem dúvida. E, concordando com a ©, é a Alma o grande filtro. No entanto, acredito que muita da associação bom tempo/dia - bom estado de espírito, é um forte "imprint" socio-cultural.
Eu gosto de dias cinzentos. Gosto, aliás, de sair nos dias cinzentos, e ainda mais de ir para a beira-mar, caminhar na areia e sentir a chuva na cara. Quando estava em Gent, houve grandes chuvadas, alturas nas quais eu olhava para o céu e desejava que tivesse um meio de transporte rápido para me levar até à beira do mar do Norte (algo que nunca cheguei a fazer, fizesse chuva, fizesse sol).
E que dizer do sol forte das 11h-15h? Para mim, desde há uns anos, é uma altura profundamente deprimente. A polaridade da Luz (não sei se já vos contei) dessa fase do dia deixa-me muito rabugento e meio perdido. Se calhar é essa sensação de desorientação que me irrita, aquela luz sem cor, forte, que não gera sombras com significado, que dilui todas as cores numa única cor de pouca variação, mortiça e desértica.
Nunca ninguém me levou a isto, aliás, as memórias dos dias mais felizes que me lembro acontecem sempre em dias de Sol e sempre por volta dessa hora. E também nenhuma vez fui à praia em dias de chuva. Será esse imponderável, ou fora-da-razão, o factor Alma?

Mas... o que será a Alma? Quanto de nós é Alma, quanto de Nós é Emoção, quanto de nós é Razão? E que peso terá cada uma dessas partes nos nossos gostos, nos nossos "filtros"?

(sinceramente, e actualmente, após ter aprendido que a busca da razão das coisas não é um fim e pouco mais prazer traz, prefiro ir saboreando o que me aparece (nem que por isso vá apanhando uns 'amargos de boca') e levantar as perguntas quando a Vida a isso me leva, mas mais por piada que outra coisa, e esperar que a resposta, se assim for suposto, me chegue como as perguntas me chegaram)

...mas também o Dia pode ser o Estranho que se recolhe, a Sombra que oculta alguém, o Silêncio dos corredores das escolas entre as aulas, o Isolamento em si mesmo de alguém que passa, a placidez da calmaria numa planície solarenga, a imponência de montanhas ao Sol do meio-dia, o repouso do agricultor de ferramenta na mão (secando o suor), o turista que apanha o sol na esplanada (cobiçando-o só para si), o Sol que tudo incandeia de Branco...
E... a Noite, no seu manto, também é a Festa que celebra a Vida, a ocasião que reúne os Amigos (em alegria), a Energia que se vai buscar "sabe-se lá onde" para se fazer "sabe-se lá o quê", o destino desconhecido numa Viagem inesperada, o espaço e o tempo da Criação da Alma, o negro do Céu e do Mar, o Vento turbulento que tudo agita, o Festival das "Cities of Light", o glamour, a classe, tempo de Expansão major. Tudo isto enquanto uns dormem, enquanto outros trabalham, enquanto outros amam, vivem, São.

(obrigado pela frase inspiradora, ©!)



18 de dezembro de 2008

Experiências


Numa cidade de luzes mil, o que é a noite e o que é o dia?

E o que preferirá a Alma?



(cliquem nas imagens para ampliar... ficam melhor...)