24 de dezembro de 2007

Tenho pensado muito no que vou escrever mas acho que o melhor é fazê-lo como sempre fiz: "straight from the heart"...
É Natal, não é preciso eu acrescentar mais nada quanto a isto, é um facto, estamos na época festiva... Milhões de pessoas têm milhões de motivos para gostarem desta época mas eu pertenço aos outros milhões de pessoas que têm milhões de motivos para detestarem esta época... As minhas razões têm raizes profundas e, como "planta" que é, todos os anos cresce e cresce e cresce...
O mundo não está um lugar bonito para se viver... podia ser mas não está a ser um lugar bonito para se viver e não são épocas como estas que ajudam a ser... muito pelo contrário, é uma época onde a hipocrisia e o cinismo imperam... Não estou a dizer que haja boa vontade algures, até pode haver, mas acho que acima de tudo existe um puro sentimento de inveja e ciúme, algo que se sobrepõe ao aclamado espírito de comunhão e solidariedade que deveria caracterizar o Natal... são as compras que se "têm" que fazer para 90% das pessoas que não se gosta realmente mas que se "tem" de oferecer senão ficamos com a impressão de se ter ganho um inimigo para a eternidade, é a corrida de encontrar uma prenda melhor do que a do ano passado mas não suficientemente boa ou melhor que a que vamos dar aos que gostamos que, por sua vez, não será melhor que a que já nos demos, é a má vontade com que se arrastam as crianças que queria um brinquedo que não vão receber porque é muito caro e vão ter que se contentar com um muito pior, é o mau humor das pessoas nas compras, é isto, é aquilo e aqueloutro, é só dizer...
As minhas razões são mais pessoais... baseiam-se num conjunto de experiências que aconteceram e nunca deviam ter acontecido, e noutras que aconteceram e deixaram de acontecer... O Natal é para as crianças, lá isso é e tem de ser assim... o meu Natal foi assassinado aos 10 anos. Porque foi aos 10 anos que deixei de fazer uma festa de crianças (ou com crianças) para fazer uma festa sem crianças, só pessoas idosas com as quais não me identificava minimamente... família, sim, mas família que não me dizia nada, que só via quase de ano a ano, em contraste com outra família que eu via quase todos os fim-de-semana... Natal sem alegria, Natal com queixas, ressentimentos à mesa, um Natal de nome, só casca, esqueleto... Não melhorou durante anos, até há 4 anos, altura em que mudei de casa e fiz a primeira consoada só com os meus pais... Pensei a início que seria mais uma consoada sem vida mas foi especial, diferente, muito gira... No entanto, há um aspecto muito importante no Natal: a preparação do mesmo! Isto, até aos 10 anos foi fantástico, deixou de o ser, e há 2 anos voltou a ser durante, precisamente, 2 anos... este ano voltou a deixar de ser e, portanto, não tenho nada que me diga que é Natal porque não o preparei minimamente.
As prendas.. bem, disso não me posso queixar porque nunca recebi prendas daquelas de sonhar (o que é diferente de não receber prendas)... fui, o que costumo chamar, um "babão" - passava a época pré-Natalícia a babar-me com o que via na televisão e depois babava-me com aquilo que eu via os outros tinham recebido... se isto era mau, pior ficou porque calhou-me o castigo de Sísifo: quando tinha chegado ao cimo (a uma situação boa), a pedra rebolou de novo para o fundo da encosta... coisas da Vida...
A nossa vida também é feita de memórias. E muitas vezes é das memórias que se cria a expectativa de coisas que hão-de acontecer... As minhas memórias de Natal são, na sua maioria, más. Mas também tenho memórias boas e é nisso que penso nestas alturas e não me deixa tão amargo em relação a esta época... De resto, motivos todos temos para encarar as coisas de uma forma ou outra... O meu 1º desejo de Natal não se vai realizar, já o sei, o meu 2º também não (e era tão simples) mas o meu 3º desejo espero que se concretize: que, quem quer que leia isto, tenha um Natal (em todas as suas vertentes) bem melhor do que os que eu tive, sem ressentimentos, sem amarguras, mas com muita muita alegria e Amor!...

18 de dezembro de 2007

"And when we touch the future dies,
I see the face of my demise,
I'm all alone without a friend,
I see my fate; my bitter end...

Thought I was the bigger man
But all I've done is a grain of sand...
Thought I gave the best of me
But all it was, was vanity...

All is vanity
All is vanity..."

Spock's Beard - Snow

Constatações, dúvidas, vislumbres de um futuro (indesejado)... :/

16 de dezembro de 2007

Ultimamente, por vezes, sinto-me assim...

Our garden is running dead dry
We're watching the flowers die
This Eden is running to weed
Under dense and darkened skies
We're watching love die

Weeds linger past the doors
Green fingers from the dark fields
The thorn cut thru the walls
Piercing thru the armours
It'll reach out for your heart

This evil is still standing by
They strike by the end of the day
This Sinister parasite dwell
In this house where there used to be love
Now it borders to hell

They feed on fear and weakness
Like a sleeping cancer growth
Screaming to break free
To join the dawn of madness
Where King of Chaos rule

Now passing borderlines
We're stunned, disarmed and helpless
A crown of thorn to rule us
In years of silent sadness
The weed of all mankind


Outras vezes sinto-me assim...

You don't know who sent you here - You can't see them pull the strings
I bet they've got a damn good reason - I hope there's someone listening
Ihope what they say is true - That God can see thru souls of men
And all the blood upon our windows will be like teardrops in the rain...

...

Where did all the goodness - where did all Love go?
Where is all the kindness - can love find a home?
First you build me up and then you break me down.
I don't want your money - I just need your time.
World is getting older now! World is getting colder now!
Egos getting bigger - It's playground for the wicked!
No one is really listening - No room for reasoning!
The cash machine just opened up it's jaws & now it's giggling.

Look when you stand on the brink of that dark hole
It's like the world just collapsed in this space.
If you look for a trace of redemption - You're not likely to find in this place


Mas, apesar de tudo, em pano de fundo, sinto-me sempre assim...

I'm the voice of summer - now won't you ride the wave?
I am life in motion & laughter on the scale.
If you take me seriously - I'll take you serious too
Ride together into the sunset, that's all we can do.
You can call me dreamer - You can call me plain.
A tiny bit of sunshine in between the driving rains.
You can call me father - You can call me son.
A little bit of yesterday & future wrapped in one.

...

Hey - when you stand on the brink
Looking for answers - looking for answers
Love is One - Love is all - Love is kind
Love put on many faces
Love is the only answer - Love's what you feel
You can invest in love but never ask for payback...

Bonito quando outros conseguem dizer o que sentimos e somos...

Letras por "The Flower Kings" e "Kaipa"

8 de dezembro de 2007

Paro e olho pela janela. É fim de tarde... O contraste da luz de dentro e de fora faz-me lembrar certas pessoas... Mas ainda não vou por aí. Prefiro limitar-me (e é o que é neste momento) à luz que vejo desaparecer lá fora e a que está cá dentro, no quarto... Tento tirar uma foto para mais tarde poder recordar de como aconchegante, como "memoriosa" é este conjunto de cores que eu vejo. Infelizmente não tenho o melhor aparelho para isso e a foto fica-se pelas intenções...
Não queria ficar em casa hoje. Não sei porquê. Apetecia-me sair, estar com pessoas, falar de tudo e de nada, mas por aqui fiquei... De repente, num destes momentos em que tudo pára e nos pomos a olhar sem razão para um local, reparei no que disse acima e imediatamente a minha memória viajou... Bom da coisa, viajou para locais onde me senti tão bem, e melhor ainda, viajou para diversas ocasiões... Foi a altura da serenidade, a altura do recolhimento, uma luz que se vai e outra que chega, ou que parece que chega porque a que se vai era mais forte e a outra já la estava... sempre esteve... Nunca passaram por isso com pessoas? Eu já, e sem dúvida que aquilo que senti se dividiu entre a alegria do tesouro (re)encontrado/reconhecido e o sentimento de estupidez de termos demorado tanto tempo a reconhecer algo que sempre esteve lá. E não, a não estou a falar de ninguém em particular nem de algo que esteja a passar... simplesmente lembrei-me! Mas comecei há pouco a falar da diferença de luz nas pessoas. Tenho sentido (mais ultimamente que outra coisa) isso nas pessoas... Estando com elas sinto o que elas podem ser, conhecendo como conheço as suas atitudes, o seu modo de pensar, aquilo em que acreditam e, não raramente, sinto um grande potencial naquilo que são. É claro que, no fundo, é apenas uma imagem do que elas realmente são visto que, pela nossa condição, nunca saberemos como serão. Mas também, que interessa saber? Só se for por medo! Queremos saber com o que contamos, para quê? Para nos defendermos (por medo), por interesse? Eu costumo dizer que gosto de conhecer as pessoas mas também admito que não é somente pelo prazer que tenho em conhecê-las; ocasiões há, e sobretudo se tiver que conviver diariamente com elas, é para defesa ("gathering some intel")... Mas novamente o medo, aquele que se disfarça ardilosamente de coisas tão comuns que, se formos a dar por isso, já estão impregnadas no nosso quotidiano... e tão depressa ele se entranha que nem damos conta do quanto ele consegue manobrar as nossas atitudes... Há pouco tempo falei de uma vertente, nas relações amorosas, mas aplica-se a tantas tantas coisas... E, obviamente, levando o raciocínio até ao fim, é o Medo que leva a que a diferença entre aquilo que somos e aquilo que podemos ser se acentue... O mais engraçado é que, se agora se confrontarem com o "porque é que" fazem, e se o Medo estiver na base do que fazem, ele próprio vai criar barreiras de defesa. Como? Óbvio: gerando mais medo! É a única coisa que sabe fazer! :D Não cedam... confrontem o que sentem, o que fazem, os velhos hábitos bolorentos sem sentido e pensem se vale mesmo a pena gastar a vossa energia com isso quando podiam gastá-la em algo muito melhor: em como serem mais felizes e mais vocês próprios...

Olho agora pela janela e já é noite... o sentimento agora é outro: descanso, introspecção para o que se fez, preparar o amanhã... quem disse que, quando a luz está longe, não acontecem coisas importantes?...
Pegando na sugestão da Nocas, cá vai o meu contributo para a cadeia (esta até é interessante) da pag. 161...

E reza assim a dita página...

"-Quero lá saber da próxima geração, querido. O que me interessa, somos nós.
- Só és rebelde da cintura para baixo - afirmou ele.
Para ela, o dito soava extremamente espirituoso, e apertou Winston nos braços, encantada.
Os meandros da doutrina do Partido não lhe despertavam o mínimo interesse. Sempre que ele começava a falar dos princípios do SOCING, do duplopensar, da mutabilidade do passado, da negação da realidade objectiva, e se punha a usar palavras de novilíngua, ela mostrava-se maçada e confusa dizendo não ligar a essas coisas. Já se sabia que eram tudo balelas, por isso de que servia estar alguém a ralar-se? Sabia quando aplaudir e quando apupar, e chegava! À insistência dele em falar sobre tais assuntos, tinha o hábito desconcertante de adormecer. Era capaz de adormecer a qualquer hora e em qualquer posição. Conversando com ela, Winston percebeu a facilidade em exibir uma aparente ortodoxia sem se ter a menor noção do que era a ortodoxia. De certo modo, a visão que o partido fomentava do mundo e das coisas impunha-se com maior êxito às pessoas incapaz de a compreender. Podia-se levá-las a aceitar as mais flagrantes violações da realidade, porque nunca viam claramente a enormidade do que se lhes pedia, nem se interessavam suficientemente pela vida pública para se aperceberem do que estava a acontecer. Graças à falta de entendimento, conservavam saúde de espírito. Engoliam tudo e mais alguma coisa, e o que engoliam não lhes fazia mal, pois não deixava atrás de si o menor resíduo, como grãos de milho, sem serem digeridos, entram e saem pelo corpo de um pássaro."

1984, George Orwell (pag. 161 da edição portuguesa pela editora Antígona)

Não foi nada fácil escolher um excerto com sentido próprio para se colocar aqui... Ora, como eu não tenho amigos blogueiros, pela minha parte fico por aqui... :)

3 de dezembro de 2007

"The only limit to our realization of tomorrow will be our doubts of today." Franklin D. Roosevelt

Eu sei que é bom chegar a um blog, vermos as coisas e sairmos como se uma lufada de ar fresco nos tivesse atingido, deixando-nos bem dispostos, ou, de alguma forma, diferentes... Mas também é bom pensarmos nas coisas que nos aparecem por isso, aqui vos lanço o "reptil": comentai a frase supra-plagiada!


P.S. -"A child of five would understand this. Send someone to fetch a child of five." Groucho Marx

28 de novembro de 2007

Não, hoje não tenho nenhum apontamento mais profundo para partilhar convosco... vou simplesmente falar da foto que faz parte do novo visual cá do estaminé... esta foto foi tirada no inicio do Verão, na Peninha, em plena serra de Sintra, e fala por si... para mim, não é só uma foto bonita (pelo menos, para mim, é!)... há muito simbolismo, a começar pelo local, nos elementos que a compõem... seja, ou não, só uma foto achei que merecia um lugar neste cantinho onde partilho um pouco do meu mundo...

17 de novembro de 2007

" - Posso bem dizer isto sozinho. O amor humano é um acto de solidão. Falarei sozinho. Vi-te a primeira vez no corpo de outra mulher, o nosso amor é uma série de acasos, encontros e desencontros, aparece nos olhos desta, nas palavras de outra, nas carícias e ternura de uma outra... Vive, cresce, enriquece-se de semelhantes contrastes, sedimentos, memórias, repulsas, ódios, amarguras, desesperanças, todas elas casuais, inesperadas... É como um feto: rola no calor vazio do mar uterino até tomar forma, definir-se entre homem e mulher, leva tempo, uma vida interior a nascer - as mães é que sabem. Até nascer, inteiro e perfeito, definido. E quando isso acontece, quando já sabemos tudo dele, está pronto para morrer. Amei-te no corpo doutra, talvez fosse já o teu corpo a saudade doutro ou um outro corpo onde juntei tudo, tudo, dos corpos que conheci. Amei-te muito, ah! sim, amei-te muito e sei-o porque te amo ainda. No meio da desesperança e do medo, qualquer coisa há e sobe acima das nossas cabeças, dá sinal de nós lá mesmo onde não ousámos chegar, donde desistimos, ao cimo no mais alto, onde as nossas mãos não tocam e o barulho dos nossos gritos mal pode ouvir-se... Aí, lá no alto,está o nosso amor - pobre, ferido, sujo, humílimo embora, e tão cheio de medo, tão apavorado, tão frágil. Como um papagaio de criança, que golpe de vento derruba no chão, ou a falta de vento lhe corta o voo, ou a um gesto irreflectido do menino que segura a guita se estatela, partido, sobre as árvores, os muros, além. Amo, logo existo. Essa é a grande verdade. Mas tão frágil este amor, tão mesquinho, tão dependente das coisas. Tão torturado. Como o amor de mãe, tal e qual como o amor de mãe: parece forte e eterno e um dia, um dia como ainda não houvera outro assim, vamos beijar a nossa mãe à cama, como todas as manhãs desde crianças, dar-lhe os bons-dias, e ela já lá não está. Dizemos «bom dia, mãezinha» e não nos responde, olhamo-la calada e quieta e não percebemos, nos seus olhos abertos há uma tristeza tão grande, tão vazia e tão calada, uma tristeza como nunca víramos outra assim, uma tristeza que já não é para nós, que não tem nada a ver connosco, sem irritação, sem mágoa, sem zanga, sem dúvidas, mas parada e vazia, ausente, alheia, calma. Uma tristeza imperturbável e altiva. Olhamos a nossa mãe e pela primeira vez temos medo. É já uma outra pessoa, hostil e calada, uma coisa imunda que se afaste e repele, nos dá vontade de fugir. E a pergunta que eu agora lhes faço, a vocês que uma bela manhã, quando tudo parecia certo e igual, quando tudo estava como na véspera, viram a vossa mãe morta, posta ajeitada num caixão e tudo de repente ficou diferente e desumano, e vocês sozinhos num mundo hostil e parado, o que eu pergunto é isto: lembram-se, lembras-te, da tua mãe? dos risos, do cheiro das suas roupas, das palavras murmuradas, da carícia suave dos seus beijos? Lembras-te? E das vezes que a viste chorar,e chorar por tua causa, por ti? Nesse dia o mundo mudou e era tudo tão forte e coerente e organizado até então; pois lembras-te, é o que te pergunto, como era o mundo antes? Conheço um rapaz que já nem se lembra como era o rosto da mãe, outros nem sabem o que isso foi, tristes que nunca a viram. O meu pai ensinou-me pouco, mas dizia: «perdi pai e perdi mãe, posso perder tudo o mais». E, no entanto, quando me perdeu a mim que lhe saí ao torto, essa é uma história comprida, chorou... Assim é o amor dos homens, tão incerto e desprevenido, tão mutável e enganador. [...]"

in Exercícios de Estilo, Luiz Pacheco,1971

6 de novembro de 2007

Como é que se pode ir à luta de qualquer coisa quando, à partida, se sai numa posição defensiva? Como nos entregarmos a outra pessoa quando se pensa acima de tudo em nos protegermos a nós mesmos? Hoje foi isso que me apercebi num colega meu... O rapaz está (e muito bem) a ficar "apanhado" por uma pessoa que eu conheço... ambos são optimas pessoas, ambos têm um passado algo doloroso (quem não tem?) e ambos têm medo de se magoar... naturalíssimo... No entanto, querem proteger-se... investirem e protegerem-se... ir e ficar... estão a ver a lógica da coisa? Pois... eu também não! Quando, de uma vez por todas, é que as pessoas deixam de viver no Medo e passam a viver na Luz? Cheguei a dizer-lhe isto: já estou como a música dos Xutos - "se gosto de ti, se gostas de mim, se isso nao chega tens o mundo ao contrário..." Esses tipos é que têm razão! Só encontro pessoas assim á minha volta! Como querem que um possível relação dê certo se se baseia no medo e nao no Amor que, supostamente, deveriam partilhar (e partilhar implica dar um bocadinho... isto em termos práticos...)? E das relações parto para o resto... como queremos que a Vida evolua se temos medo das sombras, da escuridão, do nevoeiro pelo qual por vezes temos que passar para que isso aconteça? Há fantasmas na Vida? Há. Temos que os enfrentar? Temos!... porque é por isso que eles existem, para os enfrentarmos, com todo o coração e com muito Amor, para que, de cada luta, sejamos mais nós, mais Humanos, mais Divinos...

22 de outubro de 2007

Hoje estive com uma amiga minha que já nao via ha muito tempo. Soube muito muito bem! Sabe sempre bem rever pessoas de um passado cada vez mais distante, sentir que o tempo não passou, que se conversa como se ainda ontem estivessemos estado juntos...
Infelizmente, no meio de risadas e de conversas triviais, o tema central não era propriamente feliz. Não o vou, obviamente, revelar, mas a verdade subjacente é a da felicidade inerente e do que fazer quando essa felicidade está, erradamente, indexada ao que realmente importa: o nosso Eu, a Alma, o Interior. Soa a egoista? Respondam-me então, se não formos nós a viver a nossa vida, quem o fará? A Felicidade (conceito tão vago) é algo que só depende de nós. Nós a atraimos, nós a repelimos. Factores externos sempre existiram e sempre existirão, certamente, mas se estivermos consolidados em nós e cientes do que verdadeiramente somos, saberemos por as coisas em perspectiva e, assim, diminuir o possivel sofrimento tantas vezes desnecessário... no final, e no essencial, tudo se resume a isto: AMEM-SE, por favor (a vós mesmos)! Contra mim falo, certamente, porque quantas vezes me esqueço disto, no calor das situações... e, se calhar também, por saber desta verdade essencial é que reclamo tanto :)

14 de outubro de 2007

"To be, or not to be, that is the Question:
Whether 'tis Nobler in the minde to suffer
The Slings and Arrowes of outragious Fortune,
Or to take Armes against a Sea of troubles,
And by opposing end them: to dye, to sleepe
No more; and by a sleepe, to say we end
The Heart-ake, and the thousand Naturall shockes
That Flesh is heyre too? 'Tis a consummation
Deuoutly to be wish'd. To dye to sleepe,
To sleepe, perchance to Dreame; I, there's the rub,
For in that sleepe of death, what dreames may come,
When we haue shuffel'd off this mortall coile,
Must giue vs pawse. There's the respect
That makes Calamity of so long life:
For who would beare the Whips and Scornes of time,
The Oppressors wrong, the poore mans Contumely,
The pangs of dispriz'd Loue, the Lawes delay,
The insolence of Office, and the Spurnes
That patient merit of the vnworthy takes,
When he himselfe might his Quietus make
With a bare Bodkin? Who would these Fardles beare
To grunt and sweat vnder a weary life,
But that the dread of something after death,
The vndiscouered Countrey, from whose Borne
No Traueller returnes, Puzels the will,
And makes vs rather beare those illes we haue,
Then flye to others that we know not of.
Thus Conscience does make Cowards of vs all,
And thus the Natiue hew of Resolution
Is sicklied o're, with the pale cast of Thought,
And enterprizes of great pith and moment,
With this regard their Currants turne away,
And loose the name of Action. [...]"

Hamlet, Act III, Scene IV

No belo "Olde Aenglish"... se nao perceberem, repitam em voz alta que chegam lá... e pensem no que ele diz...

9 de outubro de 2007

Para os que ficaram espantados com o meu ultimo post contra-corrente, devo dizer que tudo o que me leva a escrever como escrevi não se deve a um dia ou outro mau. Deve-se a muita muita coisa... Felizmente os meus olhos parece que andam a escolher ver o que é preciso e por isso é que, se calhar, pode parecer que insisto em ver as coisas de uma forma em vez de outra... A questão aqui é que eu vejo as duas formas. E chateia-me que, sabendo que há coisas que podiam ser bem melhores, não o sejam... Não é insistir em olhar pro escuro, é ficar irritado com os escuros que estragam a paisagem... mas, apesar de tudo, estes escuros têm todos lugar no mundo... o meu problema é quando eles estão mal distribuidos, sobretudo por quem nao merece... (um bocado a filosofia "not in my backyard!")

Ainda hoje, houve uma esperta alminha que se atreveu a mandar vir comigo sem ter necessidade/justificação... Após uma cena assaz desagradavel, afastei-me placidamente e percebi que essa senhora, mais cedo ou mais tarde, vai ter a resposta para a atitude que tem... Mas fiquei indignado, mais do que com a atitude, com o facto de ela mandar postas de pescada sobre a minha maneira de ser sem nunca antes me ter visto... O problema do preconceito é um problema que pode ser grave visto que tem raízes, não só no ambiente em que a pessoa foi criada, mas na sua propria maneira de ser, inata. Fico possuido quando vejo pessoas assim mas imediatamente lembro-me que elas são apenas o que escolheram ser. De qualquer forma essa maneira de ser facultar-lhes-á imensas lições ás mãos de outros não tão indulgentes como eu... Mas são este tipo de coisas que, consecutivamente me vão acontecendo e, para as quais, eu vou começando a dizer "chega!" porque têm sido mesmo, mesmo demais. E como estas, muitas outras...

Esclarecidos? ;)

7 de outubro de 2007

Na profunda dualidade que somos todos nós, momentos há por vezes em que nos sentimos unicos, unos em nós, sem qualquer margem para dúvidas daquilo que somos e daquilo que seremos... Ultimamente digo que me tenho sentido tudo menos uno. Sinto-me estilhaçado por dentro, sem qualquer tipo de orientação, com quereres demais a surgirem-me dentro da mente e da alma, esforçando-me quase subliminarmente serenar-me para que a minha mente nao siga o rumo do que sinto emocionalmente... mil pedaços, mil destinos, mil quereres, um tudo de nada feito... Gostaria de poder explanar concretamente o que sinto, os “sintomas” digamos, mas não é fácil ou, pelo menos, são demasiado extensos e sensíveis para que fale deles... Estou num sítio que sempre me aliviou e que, desta feita, continua a ter o mesmo efeito “terapêutico”... sempre desejei aqui escrever qualquer coisa, inspirado pela atmosfera e levado pela intuição... Tenho andado prestes a rebentar com tanta indignação, revolta e dor do que vejo à minha volta... Ninguém disse que ia ser assim tão dificil... Nestas alturas tento manter em mente que posso ter o pavio curto e que muitissima mais gente há que deve ter razões para se queixar... Mas esta é a MINHA vida e como também não são os outros que a vão viver por mim, acho que sim, que devo manter a minha perspectiva das coisas. Sim, estou revoltado porque a minha vida não é minimamente aquilo que eu espero que seja, sem um mínimo de justiça tendo em conta aquilo que sou e aquilo que outros á minha volta são... OK, talvez tenha escolhido esta vida para mim, desta forma... se o fiz, é porque tenho de aprender com isso e, sobretudo, a dar a volta por cima... Mas, e sendo estes tempos em que pouco ou nenhumas razões tenho para acreditar nisso, devo explanar (em todo o seu esplendor/negritude) a minha revolta. Eu mereço mais! Pessoas muito piores do que eu (verdadeiros répteis, mas quem sou eu para julgar) vivem á grande e safam-se ainda melhor! Pessoas que tratam as outras como lixo e que continuam a ter material para processar e continuar a torná-las lixo! Eu não faço isso, nunca pedi nem vi assim as pessoas, não roubo, não minto, mato-me a trabalhar, a tentar ajudar e no fim... nada... a mesma existência mísera de sempre, sempre a mesma rotina, sem emoção, sem diferença, sem nada...acordo, como, falo, rio, choro da mesma forma de todos os dias, numa existência presa num ciclo, num absurdo que não sei como quebrar... A todos aqueles que, por algum motivo, desejaram tal facto, parabens, conseguiram que os vossos desejos se tornassem realidade. Sou infeliz, talvez de uma forma que poucos possam considerar válida, mas suficientemente dolorosa para me sentir a afogar como se me tivessem calçado uns sapatinhos de cimento e, pluft!, lá pra dentro que é isso é que tu mereces... Se estiver a ser Calimero, que seja, sou eu, sao os meus sentimentos e isso é que importa... Há alturas assim na vida de todos mas há também alturas em que a coisa ja dura tempo a mais e agora só me apetece dizer CHEGA! Chega de gozar comigo, chega de serem falsos, chega de brincar com os sentimentos, chega de mentir, CHEGA! E não me digam que estou a receber o que dei porque isso só revela que, no fundo, pertencem ao grupo dos que não me conhecem, nem se interessam por conhecer... Podem chamar-me arrogante, inflexível, frio e que vou ficar sozinho (e sim, isso é um problema pra mim) mas pelo que tenho recebido acho que não posso continuar a virar boa cara, é demais... E, posto isto, vamos á vida porque ela não espera por ninguém!...

2 de outubro de 2007

Na minha ronda diária pelos blogs deste país, fui surfando e saltitando de blog em blog e tenho visto coisas do arco-da-velha... ha pessoas para tudo, para saber de tudo, para fazer de tudo e para escrever de tudo... essa é a grande virtude do mundo cibernético: poder falar tudo aquilo que se quer, como se quer e quando se quiser... Tenho visto blogs extremamente simples, outros com uma prosa que, na melhor tradição de Saramago, será preciso cursar Letras (ou Português A Plus +) para se compreender o sentido e o porquê de tal escrita... o que é que certas pessoas querem dizer quando escrevem o que escrevem... querem exteriorizar o que escrevem ou querem dar ares de superioridade, que sabem ser tão complexos que nem vale a pena ler duas vezes e reflectir. Eu chamo a isto "fazerem das pessoas parvas". De que vale escrever-se o que quer que seja se os outros nao vão compreender? E já nem falo das fotos ou videos que publicam...
Mas é possivel ser também profundamente claro e, mesmo assim, não nos entenderem... muito me questionei eu sobre esse facto, o porquê de tamanha cegueira na interpretação do que se escreve... cheguei á conclusão que não é propositada, que depende meramente da maneira de ser de cada um, da maneira que cada um escolheu para entender o que o rodeia... Mas isso tem sido algo que me tem angustiado há já muito tempo: a comunicação entre iguais (que, supostamente, o somos). Podemos ser o mais claros possíveis a falar directamente com outra pessoa mas, por virtude da nossa "cegueira" (isto está muito saramaguesco, e eu que nem cheguei a acabar o Evangelho do JC, isto ha alguns muito bons anos...), podemos estar a intuir exactamente o contrário. Por isso, deixo a questão no ar, porquê falar-se, porquê tentar comunicar se, mesmo quando explicamos as coisas tipo B-A-BA, o outro lado NUNCA irá compreender mas, simples e só, vislumbrar o conteudo, imediatamente remetendo-o e moldando-o á sua realidade... No momento máximo de simpatia, diz-se: "estou a perceber", mas é a maior das mentiras, só se percebem as palavras e raramente, ou nunca, o conteúdo... epo menos como nós o sentimos ou intuímos... É algo angustiante, pensar que podemos passar a nossa vida por este mundo sem que ninguem nos entenda... é o mais provável, até.

Lembrei-me agora, isto foi muito á Kant, não foi? Quem sabe (e nao estou a querer julgar-me tanto como esse génio, nem pouco mais ou menos!) se não foi esse mesmo problema que o levou a escrever essa loucura que é a Critica da Razão Pura...

22 de setembro de 2007

A Época está a chegar... O que é a Época, perguntam vocês? A Época (que não a de caça) é a altura do ano em que mais prazer tenho em ir passear... as condições ficam reunidas: luz, calor e transito (pouco)... Parto á descoberta de qualquer coisa, de um sítio novo, perto ou longe... Hoje acordei assim, com a sensação brutal, avassaladora que a Época está a chegar... a luz hoje indica-me isso... fui á janela mas, no entanto, a temperatura ainda nao estava certa... ainda faz calor a mais... Parecia um paradoxo, acordar assim tão activo, tão estimulado, como que a olhar as coisas de uma maneira contrastante com a maneira como as via ontem e depois, abri a janela e vi que não era assim, que a diferença para ontem nao era, sensivelmente, nenhuma... No entanto continuo a sentir as coisas da mesma maneira como quando acordei... basta fechar os olhos e sentir as coisas... Não sei o que se passou durante a noite (sei com o que sonhei e foi bem estranho) mas hoje... :)

"Now I've been happy lately,
Thinking about the good things to come,
And I believe it could be,
Something good has begun..."

Cat Stevens, 1971

17 de setembro de 2007

Quero responder ao sr. Gee Dubya Bush!

"...agradecer o facto do povo portugues apoiar a causa do povo iraquiano e do Afeganistão pela liberdade!"

Ó Bushas! Burro do ca%*lho!!! Read it loud and clear!!!! WE DON'T SUPPORT YOUR CAUSE!!! WE DON'T GIVE A FUCKING SHIT FOR YOUR FREEDOM CAUSE!!! GET THE FUCK OUTTA IRAQ NOW!!!

E quanto a ti Socrates, se pegasses nas tuas sapatilhas de ballet e fosses pra tua terra correr a pegar num arado e numa junta de bois (da tua raça) para ganhar com o teu insignificante suor a vida (em vez de andar a beijar o cu a burros), mesmo assim acho que não saberás que é para esse cenário que nos estás a levar... Ganha juizo ó palhaço!!

Acabei de utilizar a minha Liberdade de Expressão! Agora processa-me como fizeste ao outro!

16 de setembro de 2007

Vi isto noutro blog a que fui parar (Fuck with my brain) e achei piada!

7 coisas que tenho de (quer dizer, é mais "gostaria de...", tenho é muito radical...) fazer antes de morrer:

- Viver na Noruega
- Escrever um album de musica
- Ir à Antartida
- Compreender as pessoas
- Formar uma família
- Sentar-me à beira do Lago Constance a ouvir Grieg
- Serenar-me internamente

7 coisas (pessoas) que mais gosto:

- Música
- Dias cinzentos
- Conduzir
- Ir á Peninha
- Ir á praia no Inverno
- Conhecer pessoas
- Conhecer-me

7 prazeres futeis (ou então não):

- Dormir
- Brincar
- Tocar (ou tentar tocar) música
- Falar pelos cotovelos, divagar
- Tocar "air guitar" e "air drums"
- Partir sem rumo
- Olhar nos olhos dos outros

7 coisas que mais digo:

- Dasssss!!!
- Só na onda da amizade...
- Tipo...
- Isso é do mai' rico!...
- Meeeeen...
- Fraude!...Isso é algo fraudulento!...
- Ó pá!!!

7 coisas que faço bem (esta é a mais dificil, devia ser "7 coisas em que me desenrasco"):

- Ouvir as pessoas
- Fazer pensar as pessoas
- Alegrar as pessoas
- Entristecer as pessoas
- Dar conselhos
- Guardar segredos
- Dormir

7 coisas que não faço ou não sei fazer:

- Disfarçar o que sinto
- Gabar-me
- Tocar musica bem
- Levantar-me bem disposto
- Fugir das situações
- Magoar alguem de propósito
- Pactuar com injustiças

7 coisas que não gosto:

- Injustiça
- Mentira
- Dor
- Faltas de respeito
- Cortes á ultima da hora
- Pessoas que se fecham em si mesmas
- Música mal feita ou mal tocada

Parece impossivel mas isto é bem dificil de se fazer... se nao acreditam, experimentem! :)

13 de setembro de 2007

Estava agora a ver o "Silencio dos Inocentes" pela enésima vez mas esta foi a primeira desde que vi o "Hannibal", o "Red Dragon", a sequela e a prequela, respectivamente, e a pre-prequela "Hannibal Rising"... Dei por mim, então, a reparar na maneira como estava a ver o filme... Não foi tanto por ter visto os filmes da trilogia mas mais por ter visto o Rising... Aquele filme muda absolutamente tudo... do objecto de misterio que é Hannibal Lecter, depois do filme passamos a ver Hannibal Lecter o justificado... não o inocente, obvio... Nada pelo que ele tenha passado quando criança justifica as suas atitudes homicidas, se bem que, no fundo, ele nao deseja nada menos do que nós desejamos muitas vezes: respeito e uma boa lição para que é... mal-educado... O problema é que ele não se contem... é uma mente brilhante mas traumatizada e retorcida... Hannibal Lecter é a nossa hiperbole mais rebuscada, é o nosso melhor e o nosso pior... Lembro-me de encarar a Clarice como a "heroina" e agora acho-a uma autentica simploria, com alguma artimanha apesar de tudo... Estou a ver a cena que justifica o título do filme, a parte em que ela confessa a razao da sua fuga da quinta e, percebe-se logo, razao ultima da sua entrada para o FBI..."Clarice!!... Avise-me quando esses cordeiros ficarem em silencio..."... Hannibal consegue tudo o que quer, porque é o que de mais inteligente existe no ser humano... a sua vantagem, como sempre (e em jeito de antecipação da era que viria surgir), é a informação - informação que poucos neste mundo querem realmente saber: ele conhece o ser humano. As vidas, as rotinas, as pequenas coisas do dia a dia sao apenas estradas para chegar á essência de cada um... desse ponto, e sob esse ponto de vista, ele passa a ser juiz, júri e carrasco (avalia, julga/sentencia e executa), mais uma vez, um sonho (ou pesadelo) de qualquer um... poderá ser isso que nos atrai nesta série de filmes mas que também nos repugne... A informação, assim e como sempre, pode ser usada para o bem ou para o mal... neste filme tudo se confunde, antes, tudo é ambíguo, tudo tem duas cabeças... quem é o bom, quem é o mau?... Neste filme, Clarice é incrivelmente "cinzenta", nao se enquadra em nenhuma das facções, se bem que o seu ardil na pseudo-proposta (um mobil para começar a fazer falar Hannibal) é uma mentira (algo mau) mas feito a bem... quanto mais rápido as pessoas julgarem os personagens pelas situações imediatas, mais rapidamente se enganam... quanto maior o erro, maior a queda, e a grande ironia (diante a "trilogia+1"... pronto, a tetralogia... se bem que...) é a vida de Hannibal... a grande "chapada" vem no ultimo filme feito (que nao deve ter sido por acaso a ser o ultimo, a "chave")...
Como em tudo na vida, é preciso ver as coisas como aconteceram ao longo do tempo... não é por acaso que temos memória e capacidade de projecção para o futuro... há que ver a história toda, se queremos compreender o melhor possivel, ver a "wider picture"... essa é, quanto a mim, a maior lição deste conjunto de filmes... quantas vezes não a esquecemos?...

11 de setembro de 2007

Durante as minhas divagações por blogs deste país, dei comigo a pensar "é pá, adorava ter piada como este gajo..."... Ideia consequente, lembrei-me de escrever as coisas que gostava de ser ou de fazer...
Gostava de ter um sentido de humor acutilante, gostava de ser um génio (qual deles nao sei), gostava de saber desenhar com um estilo único, gostava de voar, gostava de ser telepata, gostava (ás vezes) de ser mosquinha, gostava de poder compreender tudo o que me dizem como se eu fosse a propria pessoa, gostava de estar aqui e noutro lugar, gostava de poder atravessar o oceano a nado, gostava de poder ver todos em paz, gostava de ver o que está do "outro lado", gostava de poder apreciar (ou pelo menos ter paciência para) todos os vegetais e fruta (infelizmente, tal nao acontece...), gostava de tocar como o Charlie Parker ou o John Coltrane, gostava de viver da música, gostava de poder fazer um horário á minha maneira, gostava de viver na Noruega, gostava de poder estalar os dedos e ter o trabalho feito (só se não fosse musico, caso em que o proprio trabalho é um prazer), gostava de poder guardar comigo todos os cheiros bons que ja senti, gostava de congelar momentos, gostava que os Dream fossem meus amigos, gostava de ser sempre criança (e viva o Peter Pan!) para poder acordar todos os dias e não pensar no que é que ia fazer - improviso!, gostava de dar ao Gilberto Gil "aquele abraço", gostava de encontrar os meus colegas da primária todos de novo, gostava de amar tanto quanto quem me ama...

...a esta hora sao os que me lembro... nada mau!

8 de setembro de 2007

Nao sei porque está-me a apetecer escrever sobre este final de tarde... estou sentado na minha varanda, a ver o sol a desaparecer por detrás dos montes que se vêem na paisagem circundante a minha casa... Hoje o tempo esteve nostálgico, chego mesmo a dizer carinhoso... a Luz cuja presença se fez sentir hoje, ligeiramente coberta por uma névoa dava uma sensação de Paz e conforto...tempo ideal, portanto, para escrever... com este tempo, lembranças do passado, de tempos muito bons passam-me pela cabeça... lembranças da infancia, lembranças de fim de férias, lembranças mais recentes também, porque, e tenho de o admitir, nem só na minha infância passei por bons momentos... O sol que desaparece por hoje bate-me suavemente na cara... queria mais... mais destas sensações, mais desta luz, mais destes dias... A cidade estende-se aos meus pés, no seu pulsar costumeiro mas mais relaxado... afinal, apercebam-se ou não, todo este ambiente acaba por influenciar as pessoas e tudo se faz com muito mais calma... é a hora do regresso, é a hora do recolher... oiço as pessoas a chamar pelos filhos para virem jantar (ha tanto tempo que não ouvia isto)... prepara-se a noite, essa que nos seus mistérios traz todos os sonhos que queremos e que não queremos... respiro fundo... sabe bem estar em paz com o que nos rodeia, sabe bem estar em paz com a Luz, sabe bem senti-la connosco... o melhor de tudo é que, mesmo recolhendo-me para tudo o resto o que tenho que fazer, tudo isto está comigo... hoje, no Jogo, os dados sairam-me bem...
É só para dizer: da proxima venham prevenidos de oculos de sol! As trevas não podem durar para sempre ;)

6 de setembro de 2007

Correndo o risco de ser "banal", e sendo eu músico (ou tento sê-lo), acho que devo dedicar um post à Voz... Sim, ele era a Voz, sim, ele será sempre a Voz... cantava como nenhum outro, encantava como poucos encantaram... quando eu penso em tenor, penso nele... Não gosto de ópera, acho até que, de todas as formas de música (que não a é só) é a mais incompreensível e obtusa... mas no meio de tanta gritaria, uma Voz houve que fazia Música.. e isso, a meu ver, é muito difícil... Assim, aqui fica a minha simples homenagem ao "Maestro" Luciano Pavarotti... Que a sua voz ecoe pelos séculos fora!

3 de setembro de 2007

Quero falar de tanta coisa mas não consigo... queria ter mil bocas pra falar mas não as tenho... queria ter mil braços para fazer mil coisas e so tenho dois... queria mil corações para poder amar e só tenho um... one shot... só tenho dois olhos na cara para ver o que está à minha volta e uma mente já em sobre-rotação que não para, nunca para, dia e noite, de pensar no que não deve... milhentas ideias que me vêm à cabeça do que foi, do que é, do que poderia ser, do que poderá ser... não há controlo nenhum sobre o mundo, sobre o que se passa, nada é seguro, nada é certo... é uma noite que corre, um sorriso volátil, uma lagrima escondida, uma vida e um espírito que nos perpassa... tento agarrar o agora e escapa-se-me entre os dedos em gotas de instantes... alguma coisa há que permaneça? Avanço, sem saber para onde vou ou ao que vou, porque, de tudo, é do passado que me quero livrar para viver o futuro...

(foto tirada no inesquecível ano de 2004, algures na A1, sentido Porto-Lisboa)

27 de agosto de 2007

Fui, recentemente, ver a exposição do World Press Photo '07. A ideia que eu tinha antes de ir para lá era completamente diferente da ideia com que fiquei depois de sair de lá... Mas não vou falar da qualidade técnica das fotos (não sou ninguém para isso), limitando-me apenas a dizer que, de facto, quem é pro é pro!...
Quis ir á exposição com o sentido de ver no material aqueles ínfimos de alma que se conseguem captar por quem a paixão tem pela fotografia, acreditando piamente que, com uma máquina, se podiam cumprir (aproximadamente) os medos dos primeiros tempos da arte: não se deixar fotografar com medo que a alma lhes fosse roubada... Mas eu não queria isso... só queria que a alma das coisas, das pessoas, dos acontecimentos, naqueles instantes, ficasse captada... queria ver se isso era, de facto, possível... O facto de serem tiradas por profissionais da informação levava-me, no entanto a pensar que o seu objectivo poderia ser tirar uma imagem simbólica e imediata, e não uma imagem profunda (que poderá incluir o simbolismo)... a velocidade do mundo da informação com certeza não tem contemplações pela profundidade da alma, pensei eu... No entanto, a esperança é a ultima a morrer e aí fui...
Entrei na exposição e logo à primeira foto percebi que tudo aquilo que eu esperava, e mais, ser-me-ia mostrado... A exposição abria com uma foto sobre os dias de conflito há uns tempos no Líbano... a foto parecia o "Guernica" do Picasso... diferentes estados de espírito estavam retratados na mesma, desde a impassividade e concentração, passando pela tristeza e choque, á resignação do "olha, já está, já está..."... Segui a exposição e outras realidades foram mostradas, desde fotos instantâneas que me pareceram autênticos quadros compostos até momentos capturados que pediam meças aos melhores tecnicos de Hollywood...
E as pessoas?... Sim, as pessoas... e a alma humana?... também a havia lá, muitas vezes dissimulada por um "n" de factores envolventes que, se lhes fosse dada muita atenção, rapidamente passariam de "moldura" a "tema central"... a força, a garra, a tristeza, a alegria, a ternura, o espanto, a ânsia, a apreensão, muitas muitas mais... sim, vi a alma humana nas fotos, independentemente da sua cultura ou raça, estava escrita em cada curva, cada variação de luz, em cada olhar, em cada gesto congelado no tempo por uma objectiva, as mesmas emoções em pessoas e situações separadas por milhares de quilometros... tiveram as fotos o mérito de mostrar a alma, o movimento, o passado, o presente e o futuro próximo, o fugaz e a eternidade... melhor seria retratar também aquilo que uma pessoa "é" mas para isso seria necessário não uma, antes um album inteiro de fotos como aquelas... e mesmo assim tenho quase a certeza que não chegariam...

19 de agosto de 2007

..."É giro não é?"...
"Bah, oauis, c'est trop cool! Il y a pas des choses comme ça en France!"...
"Então e as Ardenas?"
"Oh, c'est pas tout a fait comme ça... pas si grand... tout à fait pas si beau... en plus, aux Ardennes on peut sentir la fumée des voitures encore..."

...Vou no carro e sinto a luz... mas o mais estranho são as sensações que tudo isto traz... e pela primeira vez desde há muitos muitos anos, tenho essa sensação estupida da partida, de alguém que vai partir do mundo que me rodeia... uma sensação em tudo semelhante à que eu sentia quando os meus tios e a minha avó partiam para França no final do Verão e eu queria partir com eles para que aqueles dias fossem infindos... será que também quero isso desta vez?
Chamo a esta luz "a luz do adeus"... qualquer coisa que anuncia o fim de um ciclo, curto ou longo, mas um fim de um ciclo... é uma luz nostalgica, uma luz, no entanto, confortante, mas não como aquela luz do por do sol que nos diz "hoje acabou-se, mas amanhã isto continua"... conforta por que é quase uma chamada de atenção para reflectirmos sobre tudo o que vivemos nos ultimos tempos, quase que a dizer "Quem é bom para ti, quem é?"... mas é simplesmente a luz do acabou-se! Como pode isso ser? A luz está associada á presença, à existência, ao que chega e não ao que parte!... Mas sim, eu sinto que também serve esse propósito... Com a luz, tudo é possível... Tenho o meu coração que não me deixa mentir...

12 de agosto de 2007

De volta ao sonho... estive na realidade da terra dos meus pais e até um pouco mais longe... bem mais longe... por 4 dias fui serrenho!
As férias ainda nao acabaram e o sonho continua aqui em lisboa... tão fátuo e real como qualquer outro que tenhamos de olhos abertos ou fechados... sim, porque a diferença entre eles é pouca ou nenhuma: de olhos abertos podemos sonhar, a dormir podemos viver coisas com uma definição e sensações como se fosse de dia... daí que tudo é sonho e tudo é realidade... Em sonhos e nas realidades sinto as mesmas coisas, em sonhos e nas realidades sinto os mesmos medos, as mesmas espectativas, as mesmas ambições, os mesmos amores, os mesmos encontros e desencontros... Mas, serão os sonhos melhores que as realidades?

29 de julho de 2007

... e eis quando dou por mim no cimo de um montículo a olhar para a mais batida das paisagens... é banal mas o aroma que está no ar faz-me pensar em alegrias de outros verões, muito, muito distantes... deve ser o calor que liberta tais odores... olho á minha volta e desejo estar em todo o lado e em lado nenhum... com a minha mente estou em mil lugares ao mesmo tempo, com as milhentas pessoas que não podem, não querem ou não se lembram de estar comigo nos tempos mais recentes... Deduzo que está na altura de estar sozinho... um dos meus cães toca-me nas pernas, como que a dizer "eu estou aqui". Admiro-me. Nunca ficou muito tempo ao meu lado quando o ia passear noutras vezes... estou a milhas de distância, estou com outras pessoas, pessoas que eu conheço mas que não se comportam como na realidade... é um mundo ideal, aquele que que concebo, um mundo gerado á minha idealidade, á minha medida, em que as pessoas se comportam como espero... um mundo em que as pessoas assumem o que sentem, agem de acordo com isso, tentam melhorar se os sentimentos nao são os melhores e, sobretudo, não mentem, não falham promessas, são flexiveis e compreensivas... Algo há mais que me perturba: o facto de, apesar de sair com alguns amigos, a vinda pra casa ser absolutamente um anti-climax... sinto-me tão vazio como antes... o vazio que me preenche (bela antítese) e nao me larga... vazio, solidão e angustia... se se pudesse resumir a vida em 3 palavras, seriam estas...

Estou de férias. Mas, como dizem os ingleses, "on hollidays" e não "on vacation"... a diferença é subtil: se são passadas em casa ou em viagem. Não posso ir "on vacation". A conjuntura de tudo e de todo não mo permite... há prisões que são más, como a da mente... as da alma são piores...

24 de julho de 2007

...de mal a pior...

I can't escape it
It leaves me frail and worn
Can no longer take it
Senses tattered and torn

Hopeless surrender
Obsession's got me beat
Losing the will to live
Admitting complete defeat

Fatal Descent
Spinning around
I've gone too far
To turn back round

Desperate attempt
Stop the progression
At any length
Lift this obsession

DT-2002

... my words exactly...

21 de julho de 2007

Dia de sol mas mais parece de indiferença... Estive rodeado de gente e é impressionante como tudo me passou ao lado... centenas de pessoas estavam no sitio onde fui passear e em nenhuma delas reconheci alguma familiariedade... podemos estar no meio de imensa gente e sentirmo-nos infinitamente invisiveis...
Parei num jardim e tentei viajar mentalmente... fundir-me com a terra envolvente e sentir-me uno com qualquer coisa... não consegui... algo me fugia, me escapava entre os dedos, sentindo-me com um campo de forças repelente de todas as pessoas à volta...

Cada vez menos eu confio nas pessoas... não pode haver dedicação se não houver palavra... e eu estou farto que as pessoas nao tenham palavra...

17 de julho de 2007

Que preço tem a dedicação?...
Hoje o mundo meteu-me nojo, um asco puro e absurdo na sua logica ininteligível... Para onde quer que olhava não senti o minimo de ligação ás pessoas, à terra, aos animais, ao trabalho, ás palavras, a tudo... Era um grandioso espectáculo de non-sense! Apetecia-me voltar ao meu estado molecular, básico, elementar... Cada palavra que me dirigiam era retornada pelo mais profundo desprezo, indignação, indiferença... Estava noutro planeta, com o corpo na Terra, a vaguear qual alma penada...

"...o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos..."

Esta é do Ensaio sobre a Cegueira.. nunca li o livro, aliás, nunca li (totalmente) nenhum livro do velho Nobel... Mas empatizo-me com a frieza logica com que ele escreve... o que se vê é o que é, o que se ouve é o que é.
O medo nos tornou e nos continuará a cegar, modulando as nossas atitudes, tornando-nos irracionais, só reaccionais... é isso que eu sou agora: um ser reaccional, reajo aos impulsos, faço e digo o que me apetece e deste mundo, do qual nao tenho afinidade, senão pelo Som, só quero que se dane... Não vale o esforço, não vale a dor, não vale o Nada que nos invade... e não me venham com o Amor... esse está cada vez mais escondido... e já agora, vale a pena lutar pelo quê?o que é valer a pena?o que é que vale?quanto é que vale? o Valor é um conceito muito bonito, mas de fraca aplicação... olho para as estátuas erigidas, para os quadros levantados e penso de que valeu isto? a esmagadora maioria das pessoas nao faz ideia do que se passou, de quem era esta pessoa que agora nao é senão uma figura de formas agradabilizadas... Puro desperdício de tempo, esse que também é uma ilusão mas ao qual nos agarramos como se fosse precioso... É NADA! é um nada, é sei lá o que... que se dane tudo!...até as palavras...

23 de junho de 2007

Relatividades...

Quantas vezes nao caimos nós (nas nossas, tantas vezes, vidinhas confortáveis) a pensar o quanto somos uns pobres coitados, que a nossa vida é isto e aquilo e aqueloutro... Fartamo-nos e tornamos os nossos problemas um bicho de sete cabeças e, pior, ficamos obcecados com isso, ao ponto de deixar que a nossa vida gire única e exclusivamente em torno disso... Mas, se nos dignarmos a olharmos á nossa volta, rapidamente encontramos algo que nos centra no lugar a que pertencemos... Tudo isto me faz lembrar o ditado "De contente te doi um dente" ou mesmo outro "A galinha da vizinha é sempre melhor que a minha...". Sim, poder-se-iam aplicar esses ditos...
Muitas vidas há que são bem piores que as nossas... pelo menos falo por mim... há quem lute contra a doença... há quem lute contra a pobreza ou a vida dificil de bocas pra sustentar sem condições... há quem lute contra a ilusão da sua vida ser inútil e despropositada (pelo sofrimento), quando tantas pessoas há (aparentemente) sem problemas... O referencial cartesiano não é para ser levado a sério a toda a hora... é essencial centrarmo-nos em nós para nos apercebermos onde estamos mas é fundamental olhar á nossa volta porque sem o redor não há centro... A importância das coisas é relativa. Só existe aquela que lhes quisermos dar... Porque não dar importância ás pessoas que entram na nossa vida, ou ao Bem que nos acontece a qualquer momento?... Eu sei que custa, também tenho os meus momentos de desilusão e desgosto, mas um caminho mais luminoso é possível... "Ajuda-te, que Deus te ajudará.." é outro dito que me veio á cabeça agora... quando o "aluno" está pronto, o "mestre" chegará... querem ajuda? querem-na mesmo? então esperem um bocado e estejam atentos porque ela aparecerá... e quando aparecer não esperem que venha sob a forma que esperam... pode ela vir das mais diversas formas, até das que menos nos agradam, mas tal como um rochedo a cair na terra faz pó (que depois assenta), também o pó que fere a vista ao cair em nós rapidamente revela algo que se mostra belissimo...E nunca podemos esquecer isto: podemos sofrer mas nunca estamos esquecidos... e nunca é em vão...

21 de junho de 2007

Light and shadow...

Ou, na bela lingua de Camões, Luz e Sombras... Pois é, acho que posso resumir o meu dia dessa forma. Luz, porque, estando de folga por uns dias fui dar uma volta, sem constrangimentos de tempo, até à belissima Sintra (sobretudo sua serra) e apaziguei a minha alma com o que vi... Sombras porque, neste preciso momento, os meus Dream Theater estão a actuar no Porto (na sua Chaos in Motion Tour) e eu não estou lá... agora só para o próximo álbum... Já fui abençoado (a palavra é essa) com um concerto deles. Foi em 2002 e posso dizer que foi emocionante. Os Dream estavam no seu pico, depois de lançarem "Six Degrees of Inner Turbulence" (o 2º album favorito nas minhas preferências) e eles tiveram a coragem, na praça Sony, de tocar o tema que dá o nome ao álbum, que se estende por mais de 40 minutos... Não me admira, mesmo sabendo que a maioria das pessoas nao os conhecem, que o Coliseu hoje esteja a abarrotar... Já em 2002, a praça Sony estava cheínha... Seguindo a logica de que, o que é bom rapidamente se sabe, acho que deviam ter reservado o Dragão (se eles quisessem continuar no Porto) em vez do clássico Coliseu... Espero que da próxima se dignem a vir a Lisboa (que nunca lhes fez mal nenhum)...

16 de junho de 2007

Os "D. Sebastiões" !

Num súbito regresso ao passado, que mui agradado me deixou, três titulos (há muito perdidos...):

- Dream Theater (who else?): When Dream and Day Unite

- Dream Theater: Metropolis Pt. 2 - Scenes from a Memory

- The Flower Kings - Adam and Eve


... Tão bom!... :D

13 de junho de 2007

Hoje amanheci com a alma em penumbra... Acordei cedo com o coração em pranto, com ideias e pensamentos dolorosos na minha mente, coisas que não consegui, durante o resto da manhã deste feriado, eliminar do meu coração... Sinto-me preso a uma vida que não desenvolve no sentido que desejava, da qual não tenho o pouco que peço, onde (como alguém desse) o que à partida parece bom e com futuro, se revela ter pouco ou nenhum... Hoje sou a Dor, hoje sou o Tormento, cíclicos demais para que eu veja uma saída possível mas muito desejada... Nunca me senti tão sozinho... Mas, citando novamente os DT "How can I feel abbandoned, even when the world surrounds me?..."... Parece um contra-senso, algo ilogico mas bastante real... Não faço a mítica pergunta, que fiz eu pra merecer isto porque sei o porquê, apesar de nunca ter decidido nada para isso neste Mundo... O que eu pergunto é, porque é que não sabia o quanto isto ia custar?... O que disse Ontem, sobre o que sentia, mostrou-me a Vida que tudo é Ilusão...

Quando chegará a Luz?...

12 de junho de 2007

Memórias...

Staring at the empty page before me
All the years of wreckage running through my head
Patterns of my life I thought I don't be
Revealing hurt for shame and deep lament

Overwhelming sorrow now absorbs me
As the pen begins to trace my darkest past
Signs throughout my life that should have warned me
Of all the wrongs I've done for which I must repent

I once thought it better to regret
Things that I have done when haven't
Sometimes you've got to be wrong
Learn the hard way
Sometimes you've got to be strong
When you think it's too late

Staring at the finished page before me
All the damage now so clear and evident
Thinking 'bout the dreaded task in store for me
A bitter fear at the thought of my amends

Hoping that the step will help restore me
To face my past and ask for forgiveness
Cleaning up my dirty side of this unswept street
Could this be the beginning of the end

Dream Theater- 2007

Há dias assim...

5 de junho de 2007

Espaços...

Todos nós (presumo) temos o habito de nos imaginar, após visualização de um filme com cenas bem apanhadas á beira mar ou beira rio, num cenário desse tipo... Imaginamo-nos, normalmente, no mesmo cenário que acabámos de ver... Ontem estive num filme desses. Não era na América ou num pais cliché como qualquer outro... era cá, na nossa Lisboa... Não é meu habito passear junto á beira rio mas ontem isso proporcionou-se e passei um tempo maravilhoso na Expo, á noite... não estava muita gente, a temperatura era amena e eu pensei: porque é que não há mais oportunidades assim? Mais espaços assim? Eu sei que isto parece um pouco político mas, numa Era em que a atenção á Terra é cada vez maior, e numa Era em que nos apercebemos cada vez mais da necessidade de ambientes limpos, que espaços livres e abertos são tao vitais como bons transportes ou segurança, deveria ser feito um esforço para que esses espaços se proporcionassem e desenvolvessem... Confesso que tenho o problema de ter que andar milhas para encontrar um desses ambientes e fico triste ao observar o potencial de certas zonas á volta de Lisboa, onde coisa que não faltam são espaços para se desenvolver tais ambientes... Até os haverem (que haverão), levo a noite de ontem na alma...

28 de maio de 2007

News from the new and vast World...

Muito tempo se passou desde o ultimo post. No dia em que o escrevi estava determinado a deixar para trás muita coisa e partir em direcção a uma nova aventura laboral. Época de revolução! Tal não aconteceu (pelo menos como imaginei)... Compreendi que as pessoas que nos ultimos meses se aproximaram de mim, gostam MESMO de mim e que é dificil estar no meu dia-a-dia sem elas... Tal como eu vi ontem num filme: Props pra ti Chefe! ;)
Gente nova entrou na minha Vida. Projectos novos se vislumbram ao longe. Vivo o Agora como nunca o fiz (excepto em criança, claro :) ), navegando ao sabor da Vida, lidando o melhor que sei e sinto com o que ela me trás... Sonho de novo, quando antigamente so via nevoeiro no futuro. O nevoeiro continua lá mas o Bom da coisa é que sei agora que para lá do nevoeiro (ou mesmo dentro dele) existe algo muito belo... A angústia da Existência não existe mais... será essa a Paz?

10 de maio de 2007

Grito

Amanhã vou dar o grito do Ipiranga! :)

7 de maio de 2007

Sinais...

No decorrer de uma conversa, sugeriram-me que eu escrevesse aqui sobre sinais... Não de trânsito (se bem que isso daria pano para mangas) mas sim dos sinais que a Vida normalmente nos dá...
Quanto mais penso neste assunto, menos acho que há a escrever. Sobre os sinais da Vida só há uma coisa a saber: reconhecê-los. E não é tarefa fácil. De facto, é preciso separar o trigo do joio porque com muita facilidade, assim que se começa a saber reconhecer os sinais, se cai no erro de se assumir como sinal o que não o é. Não vou começar a fazer uma lista do que podem ser sinais e do que não são porque o meio através do qual a Vida nos "dá o toque" pode ser muito variado. No geral, coisas que nos surpreendem, que por vezes estão "fora do sítio", enfim, são os sinais que, se pensarmos neles, acabam por ser dos mais faceis de reconhecer e interpretar. Mais dificeis são os que são proferidos pelas outras pessoas. Sim, os outros são muitas vezes os mensageiros do que a Vida nos quer dizer. E como cada um de nós tem uma opinião sobre qualquer coisa, é difícil acreditar, ou reconhecer sequer, o sinal em questão... Para baralhar mais as contas, muitas provas de Vida há que parecem sinais e que não o são! Mas, como todos sabemos, o Exame é obrigatório :)
Perante tudo isto confesso que a minha opinião é simples: vive e sê feliz. Se reconhecermos os sinais, optimo, vai pelo caminho que mais feliz te faça. Senão, também está tudo bem. A piada do jogo da Vida é essa: é que todos ganhamos! :)

29 de abril de 2007

Felicidade...

Ontem voltei a ser feliz... Ontem voltei a fazer musica... ontem estive rodeado de gente amiga... ontem chorei de alegria e emoção... ontem cantei com o Carlos do Carmo, não em palco, mas, pelo menos à frente dele e da minha tuna, que estava por detrás dele... Ontem celebrei mais um sucesso... ontem... estive "lá"...

24 de abril de 2007

De umas coisas passando para outras, irei fazer uma crítica a um pequeno evento a que assisti ontem.
Foi no Santiago Alquimista, um espaço ao qual nunca tinha ido e que me agradou. O evento foi o Bandoscópio 2007 da FCM-UNL. O primeiro aspecto a sublinhar do desempenho das bandas a que assisti foi o esforço e a boa-vontade. Muito esforço e muito boa-vontade. É sempre difícil tocar ao vivo mas jogando em casa, como era o caso, as coisas tornam-se mais fáceis.
Só assisti a 3 bandas: os Orphelia, a banda dos caloiros (cujo nome não me recordo devido ao muito MAU som fornecido no local, mas já lá vamos) e os Barroca & friends... entretanto tive de me ausentar :) Os Orphelia apresentaram-se com uma formação semi-classica com um tema original e um medley de alguns temas, com bastante imaginação nas ligações mas de fraca execução técnica. Refugiando-se nas propriedades das ferramentas musicais que dispunham, disfarçaram grandes lacunas a nível da formação musical e apresentaram um rock quase alternativo de qualidade duvidosa. Ainda têm de pedalar muito para chegar aos pés dos Led Zeppelin.
A banda dos caloiros foi o momento mais refrescante, mas somente a nível humoristico. Ao nivel musical foram praticamente nulos (com uma ou outra musica conhecido do publico) mas mesmo assim começaram com um som de melhor qualidade que os anteriores. Com mais uns ensaios ( e sem problemas no material) acho que chegariam lá. Entusiasmo, pelo menos, não lhes falta!
Por ultimo, os Barroca & friends. Este grupo deveria ter levado o prémio visto não terem desculpa: são da tuna e deveriam saber o q fazem musicalmente... Mas parece que não! Tive pena do violinista ter tido azar com o som, assim como o dueto muito falhado: um vocalista chega!
Só posso falar do que vi e ouvi. No entanto, chegou-me aos ouvidos que a ultima banda, que levou o prémio do publico, teve interpretações bastante interessantes de Dire Straits e Pearl Jam. Gostaria de poder ter ouvido para corroborar os elogios mas acredito no mérito da dita banda: como se diz - Voz populi, Vox Dei.
O que me revoltou sobejamente foi a qualidade geral do som. Muitissimo mau. Sei que grande parte da amplificação está com os musicos mas tambem vi que havia mais colunas para além das que estavam no palco. E eram essas que levavam o grosso do volume de som ao publico. E era um som muito mal equalizado, mal equilibrado e, infelizmente, não tendo as bandas experiencia com sound check e equilibrio de tons, deu muita barraca.

No fundo nada disso importou. O convívio, bom ambiente, a diversão e o apoio a uma nobre actividade como é a musica feita por amadores são sempre de louvar, quaisquer que sejam os obstaculos. É preciso encorajar mais actividades destas, não só nesta faculdade como noutras e fora delas. Há muito mais vida para além do estudo e do trabalho e são exemplos como estes que nos mostram isso. Como diria o Doutor Abel Salazar: "Médico que só sabe de Medicina, nem Médico é."

22 de abril de 2007

E agora...

... A minha opinião! :)

A ambição é um sentimento natural. A ambição desmedida já não o é. Todos nós temos objectivos. A obsessão por algo não é um objectivo, é algo doentio. E doentio é porque vai contra o nosso propósito de existência que é viver, sabendo o que queremos. A partir do momento em que se vive obcecado por qualquer coisa, toda a nossa vida, mente e Espírito se orienta para esse algo (assim é a nossa vontade) deixando de dar cumprimento assim ao que viemos cá fazer. Ficar obcecado por algo não é, com certeza, uma dessas coisas. A frase implica uma coisa muito importante: a falta de... A "falta de" implica uma necessidade premente, um algo que não o tendo nunca seremos completos. E é nisso que reside o erro. Nós SOMOS seres completos, muito mais do que pensamos, e não temos necessidade absolutamente nenhuma de outra coisa para o sermos. Para sermos felizes, basta viver e olhar, com o coração, à nossa volta.

Bem, por estas ou outras palavras, acho que todos concordamos com o veto ao Lord Russell! Viva a democracia! :)

15 de abril de 2007

Para reflectir...

Uma colega minha colocou o seguinte como frase do Messenger:

"A falta de qualquer coisa que se deseja é uma parte indispensável da felicidade".

Esta frase é do célebre filosofo Bertrand Russell... Queria colocar esta citação à consideração dos estimados e hipotéticos leitores...Depois vos digo o q penso...

3 de abril de 2007

...numa terra algo distante...

Estava a minha pessoa a matutar sobre um interessante artigo científico e a ouvir Vangelis quando a minha mente disparou para uma lembrança de um passado algo remoto... Há uns anos atrás, durante uma das minhas primeiras paixões de adolescente (quem não as têm?... ) tinha a singular e inocente fantasia de, num particular lugar e a uma particular hora, dar o meu (algo) inocente primeiro beijo ao som de uma das musicas desse grego compositor... se se estão a rir, eu também estou, acreditem...

Muito tempo se passou desde essa altura, muita água correu debaixo da ponte e esse desejo desapareceu-me da memória, talvez ofuscado por outros primeiros beijos em circunstâncias igualmente belas ou especiais... mas lembrar-me disso trouxe-me um sorriso de novo (mesmo que nunca tenha concretizado isso) e um sorriso do passado é algo muito especial... Dessa música já não lhe sinto a espectacularidade (apesar de muito bonita) e não consigo imaginar esse momento com mais ninguém, como pode ser natural... Cada caso é um caso e com cada pessoa novas fantasias se imaginam, novos locais e momentos se criam, novas vidas surgem... estar aberto a esses momentos (e a todos os outros) é algo mágico pois abrimos o nosso coração e o nosso espirito á renovação e a tudo o que o Universo tem para nos oferecer, para além de permitir que a Vida flua naturalmente (por muito estranho que isso nos possa parecer ;) )... Mas soube muito bem lembrar...

28 de março de 2007

Saudade...

Não se pode dizer que um sentimento desta dimensão se possa considerar normal... Hoje a saudade atacou-me... e com bastante força, diga-se. Não sei o que foi, se o ambiente, se a luz que se fazia sentir, se a paisagem assim iluminada... Tudo me estava a fazer sentir de novo criança, de volta à infância. E foi provavelmente isso que me magoou, me deixou num estado completamente angustiado: o facto de saber que esse tempo passou, que fui feliz, que desejava aí voltar sempre que quisesse (e o mundo parecesse feio e mau) e que essa felicidade não se perpetuou continuamente...

Penso nisto e concluo que tive mesmo a hipótese de reviver (e que abençoado sou por ter, desde já, vivido) essa atmosfera e que, se fui capaz de me sentir assim de novo, talvez no futuro me lembre deste dia - tão angustiado e ansioso pelo passado - com muito carinho quando voltar a ver tão bela Luz e tão belo céu...

...Profundo poder, o da Luz...

A Memória, sobretudo a Memória das Emoções, é a (por vezes única, outras vezes nova) oportunidade que o Universo nos deu para viver de novo... Há que aproveitar!

26 de março de 2007

Impressões...

Este fim-de-semana comecei a ler o Zahir, o livro do Paulo Coelho (para além do Dune Messiah que já andava a ler)... posso dizer que o autor tem toda a razão, há outras pessoas a viverem e a sentir o mesmo que ele sentiu (e de que maneira!)... As lições que ele indica no livro, a sabedoria de vida e da Vida, sucedem-se em catadupa e não sei se consigo assimilar tudo o livro tem para me dar... Para além disso, devoro o livro a uma velocidade assustadora... acelero sem destino e a fundo num mundo de lições tão reais, de estórias de vida que me são tão familiares que me chegam a assustar...


... Sigo pela estrada fora, o dia está lindo, calmo... As águas espelham o sol e uma tranquilidade invade-me a alma... Por momentos, uma epifania: parece que tudo está correcto no Universo e a minha Alma expande-se... Mergulho no azul que me rodeia e refresco os sentidos. Estou acompanhado... Será que a mereço?...


O tempo passa, voa e eu mergulho para além das névoas da dor... O Universo volta a colocar-me em cenários conhecidos, reavivando memórias, experiências... a beleza, o encanto e o seu outro lado da moeda... Sons, coisas novas, objectos procurados há tanto tempo, sensações não menos desejadas, saudades do passado remoto, alegria...

... Gente amiga... é a festa! O barulho, as pessoas, mais sons, som que nos faz tremer... troca de experiências, risos e impressões... o dia termina, o coração está confortável, uma nova saudade instala-se e adormeço... Boa noite meu Anjo e boa noite, tu que por aí dormes...


22 de março de 2007

O nome deste blog é "Pensas?.. Ou não existes?..."... Mas poder-se-ia chamar de "Sentes...logo existes..." (não sei se ja existe um com esse título...).
Hoje não me sinto bem. Não me sinto, não me tenho sentido e muito provavelmente não me sentirei... Não sei qual será a causa maior deste mau estar, se as circunstâncias da vida, se o problema que estou a tratar... De qualquer forma sinto que tudo está na maior das confusões e tenho uma dor muito grande em mim, a qual tenho um medo enorme de nunca conseguir recuperar... Tenho o coração completamente partido e só há uma pessoa no Mundo capaz de mo colar de novo: a pessoa que mo partiu. Pensei que, com quase 2 meses de separação, por esta altura ja me tivesse conformado ao que parece a realidade inevitável, que a Vânia não quer pertencer á minha Vida... no entanto, o meu Coração e a minha Alma recusam-se sistematicamente a aceitar essa realidade por muito que eu queira...

Só me apetece chorar... e poucos sabem ou notam isso...

Quando uma pessoa entra na nossa Vida e deixa uma marca tão profunda, quando entendemos que só poderemos ser plenamente feliz com essa pessoa, quando percebemos que, por muita zanga e discussão que haja, que só com essa pessoa pode haver entendimento, só com essa pessoa existe futuro, a partida dessa pessoa arde, queima, derrota-nos completamente a um nível absolutamente inimaginável anteriormente... Nesas alturas, o meu grande apoio tem sido a paz e tranquilidade (infelizmente temporários) que o Reiki me concede mas até mesmo nessa altura as doces memórias, os optimos momentos vêm-me á mente e é-me extremamente custoso; noutras vezes, sinto que no meu peito algo arde, como o ardor de uma ferida que se está a desinfectar... e aí consciencializei-me do quão profundo foi o golpe...
Cada dia, ao acordar, os avanços que vou fazendo no dia anterior são eliminados... a sensação que volto á estaca zero é desesperante... E as perguntas, essas horriveis perguntas: voltará? não voltará? ela está com alguém? não está? está feliz?...
Lições a tirar? Aproveitar cada dia como se fosse o ultimo, cada beijo, cada carícia, cada ternura como se fosse o último, engolir o orgulho muitas e muitas vezes, as vezes que foram necessárias por Amor, não discutir como se fosse um jogo de puxar a corda, nunca virar as costas nem por uma vez e dedicarmo-nos totalmente a quem amamos e quem nos ama... o melhor de tudo isto é que quando se ama sem se dar o outro por certo, todas estas coisas são muito fáceis de cumprir... e o meu erro foi esse, foi achar que se pode fazer e dizer quase tudo a quem eu amo profundamente... mas não mereceria eu, por Amor ou pela Felicidade, outra oportunidade? Não valeria a pena olhar para além dos ultimos tempos, das núvens, tempos em que não andava muito bem (nem quis reconhecer a mão estendida), acreditando que valeria a pena começar de novo, um recomeço em que tudo poderia ser como nos nossos melhores tempos? Aqueles tempos em que nos piores momentos estavamos sempre lá, um para o outro, que a compreensão mútua estava no auge, em que nos riamos muito mais do que discutiamos (ou não discutiamos), em que por meias palavras se dizia tudo... Eu acredito que esses tempos podem voltar, que vão voltar, acredito que o Sol pode nascer de novo, pois outras tempestades ultrapassámos, que aquilo que dissemos e prometemos um ao outro será cumprido e definitivo... No meu Coração assim o são... e um voto escrito no Coração, com muito Amor, é um voto eterno... Se perguntarem se por Amor vale tudo, eu direi que sim, vale tudo e mais alguma coisa...

14 de março de 2007

Dúvida...

Na ressaca dos eventos passados, decidi alterar a letra de uma musica assaz conhecida, mas que acredito que corresponde actualmente à realidade, a uma realidade que já dura há demasiado tempo...

Still don't know if I could feel like that,
Like I've never seen the sky before...
I'd want to vanish inside someone's kiss
Every day, loving more and more...
Could someone listen to my heart, hearing it sing?
Telling me to give everything...
Seasons would change, winter to spring
But could I love until the end of time?...

(o refrão é de somenos importância)

What if suddenly the world seemed such a perfect place
If suddenly it moved with such a perfect grace
If suddenly my life wouldn't seem such a waste
Would it all revolve around someone?
Would there be a mountain too high,
A river too wide?...
If I sang out a song would I be by someone's side?
Storm clouds would gather
And stars would (possibly) collide...
But would I love until the end of time?...

... quem sabe?...

13 de fevereiro de 2007

Simples...

Queria aproveitar este dia 14 de Fevereiro para dar os meus parabéns a todos os namorados/as do Mundo e dizer simplesmente: aproveitem bem a dádiva e o privilégio que vos foi feita pela vossa cara metade. Ter o Amor de outra pessoa é um milagre único na vida. O Amor é a maior força do Universo, acreditem, e se se amarem realmente, essa pessoa vai estar SEMPRE e PARA SEMPRE convosco e vocês com ela...

4 de fevereiro de 2007

E se...

E se de repente, acordasse sem alguém a meu lado? Se, de repente, uma amiga desaparecesse? É um preço elevado a pagar quando algo que une pessoas (seja Amor, Amizade, cordialidade) desaparece: a sua ausência... Quer queiramos quer não, são coisas que nos afligem, que nos movem profundamente. Magoa-nos e não nos deixa indiferentes. Mas será um pequeno preço a pagar por um futuro melhor? De que vale sentirmos a falta dessa pessoa quando o mau ambiente que na sua presença se cria é quase sempre uma constante?
É nesta dualidade que tenho andado a pensar ultimamente. Não ha interferências exteriores, devo realçar, mas é a própria situação que chegou a um ponto estranho, quase incómodo. Por esta altura devia conhecer-me suficientemente bem para decidir que fazer mas a questão é que tudo isto me apanha muito desprevenido. Noutras situações ja teria posto cobro a uma situação deste género mas a realidade é que me esta a ser muito dificil fazê-lo. Como era bom ter solução para tudo. Uma panaceia universal. Mas não se pode. Somos humanos e uma das nossas funções é decidir. E o Tempo resolve tudo.

13 de janeiro de 2007

E depois das festas...

Há coisas que são somente uma questão de inspiração... outras há que são uma questão de tempo... e outras ainda há que são as duas! A minha falta de assiduidade da actualização do blog enquadra-se nesta ultima...Apesar de não acontecer nada poderia discorrer sobre qualquer coisa que ando a fazer ou uma situação que me tenha tocado particularmente... Mas o problema é que é mesmo falta de tempo e de inspiração... não há um assunto que me leve a quebrar a inercia literária e ponha algo revolucionário aqui patente.
Houve uma altura em que me apeteceu escrever sobre as festas do fim de ano mas achei isso tão banal que passou ao lado... O bom dessas festas é que cada um as sente à sua maneira. A minha maneira é aquela ânsia que fosse como quando era criança. Mas nunca voltará a ser... O fim de ano foi calmo, longe da cidade e da agitação típica...
Poderia falar também do que ando a fazer agora no meu trabalho. Isso secaria dramaticamente qualquer leitor mais incauto que aqui tivesse caído da esperança de ler qualquer coisa mais divertida...

Não, não vale a pena ficar à espera, não vou explicar... :)


A falta que me fazem os meus passeios de fim-de-semana... Não devia ter percorrido Portugal centro de lés-a-lés. Para além disso, falta a força impulsionadora desses passeios e isso aniquila toda a hipótese...

Ah, é verdade... Acabei de ver na tv qualquer coisa que me obriga a fazer um comentário: quando é que a igreja católica se deixa de aspirações de que é um lobby e fecha a matraca sobre o aborto? A Igreja tem de perceber que é SÓ uma religião e não um movimento politico e que as igrejas não são casas do partido que se enchem de militantes. O tempo do Salazar já lá vai (por muito que eles pensem que não) e o Cerejeira está a brincar ás escondidas com o Oliveira Salazar lá onde eles devem estar os dois juntos e felizes, e esse sitio não é cá, no Tugal! A opinião da Igreja pesa, sim, mas não é politica, não deve ser, não deveria ser... Já imaginaram se a União Europeia, em Estrasburgo, discutisse a ordenação de mulheres porque o Código de Direito Canónico não permite o livre acesso das mulheres a uma profissão? Caía o Carmo e Trindade! Deixem-se estar a ganhar mofo nas sacristias e comam as hóstias que quiserem mas deixem a politica para quem a faz: movimentos cívicos e partidos.

E sim, sou a favor da liberalização do aborto! Cada um tem o direito de fazer com o próprio corpo, em consciência, o que quiser... é como votar... (não é só para alguns, não é srs. padres?)