10 de setembro de 2010


Why do rocks always survive on their journey through the motions?
Why do they not grow old in the mystery of Time?
Why do they still stand tall?
They keep patiently waiting...
Why do rocks always survive all the wars, times, the heroes,
All the foolish, the brave,
All the children, all the lovers,
All the naked feet they grazed?
They just ignore all the madness created by us...

They have seen so many slip, they have seen so many fall...
They have proved that Truth is just a word for the Crown of Creation...
They have seen that the Law of Nature is a thing you can ignore...
They have learned that you can hide your lies behind the Name of the Father
To justify your crimes, to justify your cruelty...
They have gazed into the eyes of the Origin of Evil...
They have seen how the taste of money can change a decent man...
They have smelled the inner thoughts of the greatest Deceivers...

And they have smelled the weapon of Hate and Revenge
As it sneaks into the Human mind...
While the leaves keep endlessly falling,
Humming their marathon of Songs...

Hummmm, hummmm, hummmm...
Hummmm, hummmm, hummmm...
(repete em ostinato)

...of hope for the innocent, of hope for the poor ones,
...of hope for the underdog, of hope for the mothers...
They hum of hope for the children, of hope for the wounded,
Of hope for the lovers...

And they raise their voices...

They sing about hope for the Future,
They sing a Hymn to the World,
They sing about Hope for the next Generation,
And they sing about our children's children's children..

And they shout out loud:
WE'VE NEVER DECLARED A WAR!!!
WE'VE NEVER DECLARED A WAR!!!

And they shout out loud:
DESTROY THE WEED OF ALL MANKIND!!!
PROTECT US FROM 'THE DODGER'!!
AND BE AWARE OF THE TIMEBOMB!!

And they shout out loud for the love of understanding...
"Ooohhhhh, to save our children's children's children!"....

And all these leaves, all these leaves,
They're filling the ground, they're filling the air
And they're filling the Earth...

Let their Message fill our Souls... (x6)

Why do rocks always survive all the naked feet they've grazed?
Why do rocks always survive?...
They just ignore all the madness created by us...

We sail the Seven Oceans of our Mind...
We watch the silent waves we leave behind...
We reach out for the Future and the Truth that we think we will find
Inside our Seven Oceans that we hide inside of our Minds...

We sail the Seven Oceans of our Mind...
We watch the silent waves we leave behind...
We reach out for the Future and the Truth but they're hiding inside
The silent rocks we passed on our way
And the leaves on the ground...
And the leaves on the ground...

Why do rocks always survive?...

Kaipa - The Seven Oceans of Our Mind - 2010

 Quando era pequeno, em casa da minha avó não havia televisão. Passava quase um mês (ou mais) sem televisão, entregue simplesmente à minha imaginação, à exploraçao de locais, esconderijos, a apreciar (e aprender - pois é a brincar que mais se aprende) a vida na sua forma mais pura e idílica. Era também um mês em que - quando nao estava nestas fantasias e quando já era noite - me sentava no cadeirão vermelho da cozinha e me recostava a ler.
 A ler o quê?...
 Tudo. Tudo o que eu encontrava para ler lá em casa (e, infelizmente, não havia muito pois os meus avós não eram de grandes leituras) eu lia... e relia... e relia de novo... E em cada nova leitura encontrava coisas novas, detalhes que tinham passado despercebidos, que me faziam viajar para outros tempos, outras paragens, outros mundos com ritmos, pulsares, costumes e tradições diferentes. E os desenhos eram magníficos. Mas esta magnificência não era causada pela complexidade, ou pelas cores usadas, ou ainda pela beleza absoluta do objecto. Nada disso. A beleza desses desenhos residia na sua simplicidade e na sua verosimilhança. Eram desenhos que ilustravam bem a mensagem que o texto adjunto queria transmitir. A força dessas imagens era tal que chegava a desejar estar dentro delas, sendo essas as primeiras vezes que experimentei tal sensação. Porque dentro delas, os sentimentos pareciam estar bem definidos, sem artifícios.
Várias vezes, desde então, experimentei tais sensações - de tal modo que muitas vezes me pergunto se não seria melhor estar do outro lado do desenho, fazendo parte de toda a atmosfera que transpirava para o lado de cá, em mundos mais humanos por vezes do que este.
 Já nem vou pela pergunta costumeira para tentar saber se os miúdos hoje em dia brincam de maneira correcta... mas o que eu pergunto é se as brincadeiras(?) que as crianças têm hoje em dia as vão ajudar a pensar e a imaginar um mundo melhor, se as vão ajudar a perceber verdadeiros valores que não os subjacentes a uma satisfação temporária de um Ego cada vez mais exigente, que os desgasta, a toda a gente à sua volta e, em última análise, ao mundo. Sim, porque o facto de todos estarmos ligados uns aos outros e todos estarmos ligados à Terra não é algo que passa impassível pelo grito desenfreado da criança que quer o Ego massajado só porque a sociedade não permite aos pais estar tão intimamente envolvidos na sua educação como antigamente - sim, quando se trabalhava de 'sol-a-sol' com os pais no campo e nas minas e nas fábricas na busca de uns tostões que permitissem pôr comida na mesa, esses é que eram os dias, não era? Errado!! Esses eram os dias em que o único valor era o Medo: o medo de morrer num acidente de trabalho, o medo de violação, o medo de morrer esfaqueado numa esquina escurecida, o medo de morrer de fome, o medo de morrer espancado pelos próprios pais se não se levasse o dinheiro para casa E se não fosse a coberto da noite à tasca comprar vinho, etc etc etc... Se era uma vida mais saudável? Duvido. Se havia valores? Até podia haver mas só entre quem tinha dinheiro. E assim que começou a chegar algum às classes mais baixas, o panorama não mudou muito, a não ser, talvez, temporariamente e não (quase de certeza) no nosso país.
 Como calar então o Ego berrante das crianças hoje em dia? Se eu fosse pedagogo, psicólogo e afins, teria, se calhar, uma resposta mais correcta, mas, não o sendo, vou tentar responder o melhor que sinto: o Ego só se cala com Amor e com as lições que a Vida e o Amor (e o Tempo) trazem. Não é fácil amar uma criança/adolescente porque, afinal, somos humanos e cada um tem os seus defeitos - incluindo aquelas cordinhas que quando alguém toca nelas, nos passamos. Para além disso, amar uma criança implica fazer coisas que nos fazem o coração contorcer-se de dor (não sou pai mas tenho crianças na família que adoro e às quais já tive de mostrar que há coisas que não se fazem... e não foi fácil). Mas quando se ama enquanto se faz qualquer coisa, quando colocamos Amor nos nossos gestos, tudo o que fazemos é correcto. Quando deixamos que o Amor guie tudo o que fazemos, tudo está correcto. Quando fazemos algo a outrem simplesmente porque gostamos/amamos dessa pessoa, sem espera de retribuição ou de reacção, tudo o que fizermos estará correcto. E assim se poderá reduzir um pouco a loucura que criamos, ou que deixamos o nosso Ego criar.

12 comentários:

Sofia disse...

Sim, acho que quando fazemos com amor não podemos errar... e quanto às crianças em específico elas precisam de balizas (liberdade sem medo)e as vezes,como se diz em frances, qui aime bien chatie bien. Também acho que o "mimo" faz crescer e é importante para nós como oxigénio(sem defeito nem em excesso). E mimo é sentirmo-nos amados, aceites como somos e é mostrarem-nos isso. Eu faço questão de estar aqui ao alcance de uma palavra, à distância deum olhar ou de um silêncio... para as minhas filhas. E trabalho, pois!, mas não tanto como podia ou as vezes me sinto tentada... No fim, a minha vida...posso ajudar muita gente,mas só delas serei a mãe.Só delas... e sê-lo é importante para mim, sem dramas nem stresses, mas definitivamente importante. Está em nós faze-las perceber,mostrar sem "impingir", essa faceta do mundo...do que realmente interessa e se não for gradual quando chegar a altura mais depressa reconhecerão o caminho... Acredito que com a faixa dos adultos seniores a aumentar percentualemente de uma forma abismal na distribuição etária da populaçao serão incortonaveis (para quem o quisesse fazer) ou impossivel de não ter contacto em qualquer contexto da sociedade, temos uma oportunidade de ouro dos jovens ganharem bastante... assim como os adultos e os prorios seniores. Não sei se se percebe...ando cá com uns projectos por aqui...:-) (Hélio, quase que comentava maior que o post! deixei-me ir...)

Sofia disse...

Bem..e entrar nos desenhos...lembro-me de uns livros de criança que algumas ilustrações eram ponto de partida para viagens enormes e embora de algumas nem me lembre bem das viagens que fazia, sinto-me bem avê-las, como se sentisse a magia que lhes dei.

Hélio disse...

Sofia...
Não foi por acaso que eu demorei a responder. Um comentário tão grande precisa de tempo para se pensar bem nele, pois nele estão implícitas coisas muito importantes.

Aime bien qui chatie bien... se eu tivesse uma moeda pela quantidade de vezes que ouvi a minha mãe dizer isso, estaria rico! :) É bem verdade mas, como muito bem dizes, é preciso fazê-lo sem dramas... aliás, o drama é uma coisa chata da qual não precisamos nada (e da qual nos podemos descartar se assim o quisermos realmente): nunca leves a Vida demasiado a sério - nunca sairás viva dela...

A questão do contacto com os séniores é um problema... bicudo. Há muitos factores, para além dos culturais, que impedem que os jovens procurem os mais idosos para ter acesso a uma perspectiva que eles, naturalmente, não têm. No entanto, os mais novos - hoje em dia e cada vez mais - já trazem em si um conhecimento subliminar e intuitivo bastante alargado (resultante da elevação da energia vibracional da Terra e da Humanidade) pelo que, em situações-limite, os mais jovens podem aceder-lhe com algum grau de confiança de que o que farão será o (mais) correcto - por muito que não nos pareça, por vezes. É certo que os mais idosos contêm um conjunto de conhecimentos empíricos a não desprezar mas a sabedoria com que os empregam não está ajustada ao nível de energia que a Terra, e os mais novos, já apresentam - os idosos são a 'velha energia' (sem conotações negativas aqui - e os mais novos são a 'nova'. Este conceito de energias tem diversas implicações, sendo a mais premente o modo como eles aplicam o seu ponto de vista e o enfatizam.
No fundo, a tua intenção é a melhor e, de facto, vai ser necessário no futuro haver essas oportunidades de contacto... mas não agora. Ainda não. Se estavas a pensar em congeminar uma maneira de o fazer, o tempo ainda não é o correcto - a não ser para que as novas gerações percebam como não se deve agir. O mais provável é que, ao ouvir os mais idosos, encolham os ombros e virem costas, pensando "Isto (já) não faz sentido nenhum..."... E eu não creio que seja isso que desejas na realidade...

Finalmente, as viagens dos desenhos... é um encanto. Eu adoro rever o livro de leitura da 3ª classe da minha avó. Por muito salazarento que seja, adoro rever os textos e as ilustrações (propaganda do regime à parte)... são belíssimos. Mas a magia está em nós: eles simplesmente ajudam a que lá chegues com maior facilidade. ;)

Se achas que o teu comentário era grande, o que será este?

Beijos!

Sofia disse...

Ah... assumamos o tamanho XXL nos comentários ehhe e, posto isto, aqui vai: a tua mãe também é francesa? A minha é! Mas quem pensa na frase sou eu quando às vezes (mais dantes) precisava dela... Agora a sério, o que dizes das crianças...(indigo, cristal)... sim ja sabem muito que muitos não conseguiram perceber ainda. Não sei se era por ai que falavas, mas fizeste-me repensar (o que é bom e agradeço) alguns projectos /anseios / desejos meus... Apesar de achar que as coisas nao são necessariamente só a preto e branco, mas em escalas de cinza...e é por isso que é bom conversar e crescer, tentar melhorar, ser mais natural, encaixar... vou repensar, é certo! Hum... obrigada! :-)

Hélio disse...

:D

Não, a minha mãe não é francesa mas foi emigrante durante 9 anos (69-78), creio. Foi lá que ela estudou e cresceu e, por isso, é que ela, meia volta, lá me diz isso...

Sim, Sofia era por aí que eu falava. E ainda bem que o que eu te disse te fez pensar porque é mesmo isso que eu pretendo ao postar e comentar: fazer pensar.
É óbvio que não há preto e branco, até porque muitas das crianças que nasceram (e nascerão) não são Índigo mas sim meio Vermelho-cobreado, o que fará que tenham uma expressão neste mundo mais Material que Espiritual (serão Humanos imprescidíveis para mudar os paradigmas economicos já que terão uma afinidade por dinheiro muito... interessante :) )...

E não tens nada que agradecer, é para isso que aqui estou! ;)

Sofia disse...

Fico contente por, de alguma forma, te fazer sentir útil... assim ganhamos os dois... é perfeito! Espero que, às vezes, troquemos de papéis, não importa quando nem quantas vezes ;-) Beijo!

IM disse...

Hélio,
Nem sempre o tempo permite, e nem sempre estamos dispostos a comentar um texto, quando andamos de cabeça noutras coisas. Por isso, só hoje parei realmente para ler mais atentamente sobre um texto com pensamentos tão concretos e reais, aliás, educar hoje em dia tem premissas diferentes das de outrora, em que o tempo parecia mais simples, em que a falta de informação, nos fazia viajar nas imagens e nos livros que tinhamos como tu falas, e nas brincadeiras que faziamos... hoje, as crianças e falo por experiência própria têm acesso a tanta coisa, que acabam por dar como garantido tudo o que obtêm, e por mais que façamos parece que não dão valor a nada. Cabe-nos a nós mostrar o caminho, como naquela velha frase, não dar o peixe, mas ensinar a pescar, dizia a minha avó.
Acho que vou parar por aqui!

Beijo! ;-)

Hélio disse...

Sus, não vás mais longe, então...

Pois eu penso que, quanto à educação das crianças, existe, mais do que nunca, um grande fosso geracional. Se antigamente, ele se manifestava praticamente na adolescência e em diante, ele agora manifesta-se imediatamente na infância, em parte talvez porque nunca como hoje os pais se preocuparam tanto com a educação (e com) d(as) crianças, mas também porque eles próprios são diferentes. Os problemas, é claro, também são diferentes: antigamente, como disse, dizia-se que se crescia mais depressa - nalgumas coisas sim (como no trabalho que se era obrigado a fazer desde tenra idade), acredito, mas em muitas outras, como por ex., ao nível do desenvolvimento pessoal, não. Foi esta preocupação pelas crianças, aliado ao rápido desenvolvimento tecnológica e à mudança dos hábitos de trabalho das pessoas, que 'levantou a lebre'.
Como resolver então o problema? A melhor abordagem (penso eu) é a que eu referi, já que deixar as crianças fazer sempre o que lhes apetece seria completamente errado... porque quando há muito Amor presente, uma pessoa está atenta e faz por estar atenta (o que não implica que se seja mãe-galinha!). E sim, ensina-se a pescar e, hoje em dia mais do que nunca, explica-se porque é que é importante saber pescar. E há que ser firme, sem perder o carinho...
Mas as crianças são Seres Humanos e como tal têm a sua personalidade e capacidades diferentes... ajustar estas ideias a cada um é crucial, creio... mais uma vez, é preciso estar atento, e quem ama, está.
Livros se escreveram sobre isto e condensar isto num comentário seria de loucos... no dia-a-dia é que se vê! ;)

Beijos!

IM disse...

Hélio,

Tenho de concordar contigo, dificil falar dum tema tão vasto num comentário, ou em meia dúzia. O que vale é o que fazemos dia-a-dia, e ser firme quando se ama quem se quer educar, é das coisas mais fantásticas, mas também mais dolorosas, aliás aquele meu post do olho em que dizia "hate myself..." tinha a ver com algo que tive de fazer, e tive de manter-me firme porque a situação assim o exigia, não caindo na tentação de tentar consolar logo a seguir ou então não teria qualquer efeito, mas dói quando vês algum tipo de sofrimento... mas depois também passa, afinal, tem se aprender a viver com todos os sentimentos, e eles também. A sim, a preocupação dos pais hoje em dia é bem diferente, e nós cresciamos bem mais depressa do que eles hoje... e se recuarmos no tempo... ui... teriamos aqui uma "vida" inteira a falar.

E pronto já me deixei ir, e isto já ficou para lá dum simples comentário. eheheheh :D

IM disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Miguel Crespo disse...

Primo , este texto traz-me grandes memórias, o meu tempo recuo ao fiat 127 verde(não sei porque)!!!!!está simplesmente fantastico!!!

Hélio disse...

Puto!! Como é q descobriste isto?? Segredo de estado, ouviste?
Se a ti te faz lembrar o fiat verde 127, a mim faz-me lembrar o olho de água do ti Adriano no Vale Sobreiro, tardes a arrancar na Famel de 2 da tua mãe, ou, ainda mais cedo, dias inteiros na eira da avó ou em casa da Lisete e da ti 'Lice... enfim... tempos idos...