E se não fossemos feitos de carne? Se fossemos feitos de uma material volúvel, de composição variável, que mudasse sempre que o nosso estado de espírito também mudasse, estilo "Mood-ring" dos loucos anos 70's mas não só em cor, em textura também, e em flexibilidade e todas as outras propriedades físicas. É uma divagação de humano mas a verdade é que, naquilo que realmente somos, nós somos assim. Aquela sensação que temos ao levar uma nega, ao "engolirmos um sapo" no trabalho, ao aturarmos um chefe que implica connosco porque sim, ao encontrarmos uma "princesa" (ou um príncipe, no caso das senhoras) na rua que nos faz acelerar o rítmo do coração, ao receber uma notícia que nos deixa muito feliz, ao entregarmo-nos ao prazer, tudo isso é um reflexo que esse algo em nós, que eu acredito ser a Alma, está a mudar de forma e de consistência. E há mesmo sinais físicos de que o balanço interno está a ser alterado: as lágrimas, a Alma líquida que só apetece fugir do corpo em regatos, o sorriso que brilha quando a Alma irradia felicidade, o corpo que se agita e dança quando a Alma quer vibrar ao som da música, o olhar que se endurece, os músculos que ficam tensos quando a Alma coloca um letreiro à porta com os dizeres "BACK OFF!" ou "Não estou nem aí!".
Todas estas coisas, todas as suas formas, são uma forma, é, aliás, "A" forma que a Alma tem de deixar transparecer o seu estado. São nesses momentos que somos transparentes, tão transparentes que, tantas vezes, temos medo e sentimos uma necessidade gritante de esconder o estado da nossa Alma (seja por que motivo for).
Mas, qual é a necessidade de esconder?
Nada na nossa maneira de ser como Humanos, em qualquer aspecto (físico/biológico, espiritual, mental - estando tudo interligado) é futil ou despiciendo. Se temos uma dada reacção natural, porquê contrariá-la? Se a nossa Alma quer mostrar o seu estado, porquê obstruí-la?
Todas estas coisas, todas as suas formas, são uma forma, é, aliás, "A" forma que a Alma tem de deixar transparecer o seu estado. São nesses momentos que somos transparentes, tão transparentes que, tantas vezes, temos medo e sentimos uma necessidade gritante de esconder o estado da nossa Alma (seja por que motivo for).
Mas, qual é a necessidade de esconder?
Nada na nossa maneira de ser como Humanos, em qualquer aspecto (físico/biológico, espiritual, mental - estando tudo interligado) é futil ou despiciendo. Se temos uma dada reacção natural, porquê contrariá-la? Se a nossa Alma quer mostrar o seu estado, porquê obstruí-la?
7 comentários:
Eu sou daquelas pessoas que dificilmente consegue esconder o meu estado de alma, mesmo os menos atentos o observam facilmente. Mas gostaria de poder esconder ou disfarçar, pelo menos, e sabes porquê? Porque, às vezes, quem me rodeia não merece sequer a minha presença.
Uma boa semana :)
Um bom NATAL e tudo de bom para ti.
Jinhos :)
é uma bela dúvida...
eu não sei a resposta.
não há razão nenhuma para contrariar essa transparência da alma que descreveste tão bem. pelo menos assim, à partida, é o que eu penso, que sou 'transparente' demais!
mas fazendo uma análise mais cuidada, será bom ser assim tão transparente...? será seguro...? quais as vantagens...?
ainda vou pensar mais nas tuas transparências. :)
Porque a necessidade de esconder? Porque o medo? Porque a dor? Porque a cautela? As vezes temos de nos proteger, fazer contenção de danos...na medida certa. As vezes é bom que as coisas não sejam transparentes...é uma delicia a descoberta, os pequenos sinais... As vezes não conseguimos...pela linguagem não verbal, pelos pressentimentos, pela transmissão de pensamentos, pela intuição...transparece na mesma.
Como tudo o que é exagero é mau: a transparência e a opacidade. O segredo, a virtude, a beleza estão no equilibrio, mas equilibrio dinâmico.
Tu escreves textos grandes e eu não consigo comentar pequenino :-)
Etc, de facto, o equilíbrio dinâmico é o melhor ponto. E as coisas são, muitas vezes, mais complicadas do que deveriam ser. O equilíbrio dinâmico é a melhor alternativa ao mostrarmo-nos demasiado vulneráveis, podendo outras pessoas aproveitarem-se disso. Num mundo ideal, aquilo que somos não seria mascarado. Infelizmente (e esse seria outro tópico muito interessante) as pessoas, creio, que por não entenderem completamente ou por, estando no exterior, as coisas serem sempre entendidas de outra forma, levam a que nos sintamos mal-entendidas quando decidimos ser transparentes. Mas também acredito que um dia isso mudará...
Ah, e aqui todos podem comentar em todas as formas e feitios (do XS ao XXL) :)
qual é a necessidade de esconder? Pessoalmente é defeito de fabrico. Não sou muito de mostrar os meus estados de alma, quando mostro é porque já não posso mais (ultimamente tenho mostrado muitas vezes, opá ando melosa lol)
Beijitos :)
sabes essa alteração de que falas, esse material voluvel, eu imagino que as almas são assim, exactamente como falaste. Pequenos focos luminosos a voar por aí. Demente? Talvez mas é assim que eu as tenho na minha cabeça. Somos todos pequenos focos de luz. Às vezes tocamo-nos, outras repelimo-nos, outras fundimo-nos e outras voamos para longe ao longo de uma atmosfera infinita feita destes e doutros mundos que não vemos a olho nu. E essas almas são transparentes sim. Um conceito de transparência total e radiosa. Porque são como são, fazem parte de um grande todo e vivem em amor incondicional, felizes consigo e com os outros, num estado de unidade plena.
Beijinhos
su
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