Those that think it permissible to tell white lies soon grow color blind.
Austin O'Malley (1858 - 1932)
Even in the darkness, every color can be found. And every day of rain brings water flowing to things growing in the ground.
Joss Whedon, Zack Whedon, Maurissa Tancharoen, and Jed Whedon
The courage to imagine the otherwise is our greatest resource, adding color and suspense to all our life.
Daniel Boorstin (1914 - 2004)
Where does the violet tint end and the orange tint begins? Distinctly we see the difference of the colors, but where exactly does the one first blending enter into the other. So with sanity and insanity.
Herman Melville (1819 - 1891)
Maturity is a bitter disappointment for which no remedy exists, unless laughter can be said to remedy anything.
Kurt Vonnegut (1922 - 2007)
We are like sculptors, constantly carving out of others the image we long for, need, love or desire, often against reality, against their benefit, and always, in the end, a disappointment, because it does not fit them.
Anais Nin (1903 - 1977)
No man with a man's heart in him, gets far on his way without some bitter, soul searching disappointment. Happy he who is brave enough to push on another stage of the journey, and rest where there are living springs of water, and three score and ten palms.
Lawrence B. Brown (1856 - 1941)
Viver faz calos. Tal como trabalhar, diga-se de passagem. Mas os calos da vida não se limitam a uma face física, visível: também se desenvolvem no corpo mental e emocional e, tal como os calos que se desenvolvem nos pés - de caminhar em superfícies duas e ásperas -, ou nas mãos - de tanto escrever -, nos permitem caminhar sem dor por esses mesmos terrenos agrestes, ou escrever horas a fio tudo o que temos em mente, também estes calos mentais e emocionais nos garantem uma maior desenvoltura em situações de maior aperto nessas duas áreas.
O grande problema com os calos é que... são feios. Inestéticos, grossos, não nos permitem sentir (por vezes) as coisas boas que a vida nos traz. Ou seja, ganha-se em eficiência, mas perde-se (em parte) na sensibilidade. E aqui volto a não falar só dos calos físicos. Também os outros podem retirar um pouco da nossa sensibilidade a certos acontecimentos da nossa vida. Além disso, tal como os calos físicos são disformes, também poderemos ter a tendência a pensar que a calosidade mental e espiritual nos deforma nesses dois corpos - e, de facto, assim é com certas pessoas (quase toda a gente conhece uma ou duas) nas quais as amarguras da vida as 'contaminaram', tornando-se elas, também, amargas. Mas tal facto não é regra, bem pelo contrário, creio. É que as calosidades emocionais e mentais são sinais de uma longa aprendizagem, no que se traduz por um crescimento espiritual que não regredirá jamais. Ora, sendo o corpo espiritual aquele que acaba por prevalecer na grande maioria das nossas acções - relacionando-se este mais intimamente com o mental e o emocional - a probabilidade de nos tornarmos insensíveis ao que nos acontece é relativamente baixa e, quando acontece, é porque a nossa comunicação interna entre estes três corpos, após um acontecimento marcante, não decorreu correctamente - i.e. a 'lição' não foi bem aprendida. Também temos direito a falhar: afinal somos só Humanos.
Tudo isto me veio à mente quando me relembrei, recentemente, da maneira de como eu sentia na minha adolescência. Nessa altura, as emoções eram fortes, acontecesse o que acontecesse, e tudo era um desafio à mente: aprender, sentir e compreender eram as palavras de ordem durante essa fase. Na verdade, ainda o são, mas de uma forma diferente, ou, pelo menos, com prioridades diferentes. A cor é diferente. A saturação dessa cor é diferente: de cores tão berrantes como numa 'trip' psicadélica dos anos 60, a cada experiência mais intensa essas mesmas cores iam-se suavizando até se terem tornado, a certa altura, um mero contraste de preto e branco. E aí, o 'milagre'...
A Vida, para quem o deseja, realmente, fornece-nos as lições mas também as ligaduras e curativos para as feridas feitas durante a aprendizagem. Mesmo quando toda a Esperança desaparece e se acredita em algo, mesmo sem se saber bem porquê - talvez porque um determinado Valor aprendido é tão importante, que se tornou numa trave-mestra do nosso Ser -, quando a nossa Intenção é tão forte e nos mantemos abertos (ao que ela oferece) e atentos, então os 'milagres acontecem... e as cores voltam.
Podem não ser tão vivas como na adolescência, mas estão lá e servem para nos guiar convenientemente nesta Vida. Podem não nos deslumbrar, ou até deixar-nos desorientados com tamanha intensidade, mas são firmes. O nosso Ser sabe que precisa de ter resistência à adversidade, de forma a que desempenhe o melhor possível, mas também sabe que não pode perder demasiada sensibilidade - mesmo que se magoe um pouco no processo. O calo tem de existir, mas não pode existir "por si" e "para si" mesmo. O Espírito do nosso Ser sabe que, tal como na Vida, o Equilíbrio tem de ser respeitado. E atingi-lo (por muito que o Ego refile) não é uma perda em relação ao que se tinha - é Evolução, um ganho em Luz. Quem é que precisa de 'trip's dos anos 60, anyway?...
O grande problema com os calos é que... são feios. Inestéticos, grossos, não nos permitem sentir (por vezes) as coisas boas que a vida nos traz. Ou seja, ganha-se em eficiência, mas perde-se (em parte) na sensibilidade. E aqui volto a não falar só dos calos físicos. Também os outros podem retirar um pouco da nossa sensibilidade a certos acontecimentos da nossa vida. Além disso, tal como os calos físicos são disformes, também poderemos ter a tendência a pensar que a calosidade mental e espiritual nos deforma nesses dois corpos - e, de facto, assim é com certas pessoas (quase toda a gente conhece uma ou duas) nas quais as amarguras da vida as 'contaminaram', tornando-se elas, também, amargas. Mas tal facto não é regra, bem pelo contrário, creio. É que as calosidades emocionais e mentais são sinais de uma longa aprendizagem, no que se traduz por um crescimento espiritual que não regredirá jamais. Ora, sendo o corpo espiritual aquele que acaba por prevalecer na grande maioria das nossas acções - relacionando-se este mais intimamente com o mental e o emocional - a probabilidade de nos tornarmos insensíveis ao que nos acontece é relativamente baixa e, quando acontece, é porque a nossa comunicação interna entre estes três corpos, após um acontecimento marcante, não decorreu correctamente - i.e. a 'lição' não foi bem aprendida. Também temos direito a falhar: afinal somos só Humanos.
Tudo isto me veio à mente quando me relembrei, recentemente, da maneira de como eu sentia na minha adolescência. Nessa altura, as emoções eram fortes, acontecesse o que acontecesse, e tudo era um desafio à mente: aprender, sentir e compreender eram as palavras de ordem durante essa fase. Na verdade, ainda o são, mas de uma forma diferente, ou, pelo menos, com prioridades diferentes. A cor é diferente. A saturação dessa cor é diferente: de cores tão berrantes como numa 'trip' psicadélica dos anos 60, a cada experiência mais intensa essas mesmas cores iam-se suavizando até se terem tornado, a certa altura, um mero contraste de preto e branco. E aí, o 'milagre'...
A Vida, para quem o deseja, realmente, fornece-nos as lições mas também as ligaduras e curativos para as feridas feitas durante a aprendizagem. Mesmo quando toda a Esperança desaparece e se acredita em algo, mesmo sem se saber bem porquê - talvez porque um determinado Valor aprendido é tão importante, que se tornou numa trave-mestra do nosso Ser -, quando a nossa Intenção é tão forte e nos mantemos abertos (ao que ela oferece) e atentos, então os 'milagres acontecem... e as cores voltam.
Podem não ser tão vivas como na adolescência, mas estão lá e servem para nos guiar convenientemente nesta Vida. Podem não nos deslumbrar, ou até deixar-nos desorientados com tamanha intensidade, mas são firmes. O nosso Ser sabe que precisa de ter resistência à adversidade, de forma a que desempenhe o melhor possível, mas também sabe que não pode perder demasiada sensibilidade - mesmo que se magoe um pouco no processo. O calo tem de existir, mas não pode existir "por si" e "para si" mesmo. O Espírito do nosso Ser sabe que, tal como na Vida, o Equilíbrio tem de ser respeitado. E atingi-lo (por muito que o Ego refile) não é uma perda em relação ao que se tinha - é Evolução, um ganho em Luz. Quem é que precisa de 'trip's dos anos 60, anyway?...
6 comentários:
Olá Sr Crespo!
Há quanto tempo? Gostei bastante do teu texto e deixa-me que te diga que um dos meus medos é que um dia devido a algum desses calos emocionais fique amarga ...
Prefiro realmente a calma que a idade e a vivência nos vai dando para enfrentar e superar esses mesmos calos.
Espero que esteja tudo bem contigo e esta é agora a única forma que tenho de contactar ctg. :)
Beijinhos
Sílvia
O teu texto está muito bom, e pode resumir-se à primeira frase, "viver faz calos", de facto assim é. E certos calos ficam com uma saliência maior que outros, e sempre que tropeçamos, doi sempre naquele sítio.
Espero como a Silvia, que os meus não me tornem amarga.
Beijos! :)
Sílvia!
Não sejas tonta, sabes bem que podes sempre contactar-me por maneiras mais correntes!
Discordo de ti na expressão "a calma que a idade e a vivência nos vai dando para enfrentar e superar esses mesmos calos." A Vida não nos dá nada a não ser as lições ou acontecimentos, através dos quais podemos, ou não, ganhar (ou até perder) alguma calma ou sabedoria.
Os calos não se enfrentam, estão em nós, fazem parte de nós... se incomodam, é bom arranjar uma pedra-pomes... :)
Beijinhos!!
Sus,
Se doi é porque não é calo (ainda) porque os calos são tecido "morto", não sentem dor... o que pode acontecer quando tropeçamos, é voltar a abrir ou tocar numa velha ferida de guerra que julgávamos fechada (e da qual nos esquecemos, por vezes)... O melhor é tratar das coisas quando elas nos acontecem, em combinação com o Tempo, mas nunca lhe 'passando a pasta' para as mãos, esperando que ele resolva tudo... O Trabalho é nosso! :)
Beijos! :D
Aí está! Obrigada pelas palavras :)
Mas "calos"... , assim de repente, não me agrada a ideia. Sempre tentei lutar contra calos nas minhas aspirações, na minha forma de me relacionar com os outros. Vantagem? Sentiros os mais infimos pormenores. Desvantagem? Doer que se farta,às vezes. Outra desvantagem: não ter calo, mas cicatriz! E, pegando na tua ideia genial, uma cicatriz é mais feia, mais definitiva, mais limitante que um calo. Por isso, dando a volta ao texto, e voltando à estaca zero :-) algum calo é bom... quanto mais não seja para estarmos integros para sentirmos com todo o resto de pele que temos! E talvez seja mesmo por aí que depois,com maior resiliência, se consiga sentirdeuma forma "maior"... Nunca gostei das exacerbações forçadas do sentir dos anos 60, mas é uma experiência! :-P
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