Hoje estive com uma amiga minha que já nao via ha muito tempo. Soube muito muito bem! Sabe sempre bem rever pessoas de um passado cada vez mais distante, sentir que o tempo não passou, que se conversa como se ainda ontem estivessemos estado juntos...
Infelizmente, no meio de risadas e de conversas triviais, o tema central não era propriamente feliz. Não o vou, obviamente, revelar, mas a verdade subjacente é a da felicidade inerente e do que fazer quando essa felicidade está, erradamente, indexada ao que realmente importa: o nosso Eu, a Alma, o Interior. Soa a egoista? Respondam-me então, se não formos nós a viver a nossa vida, quem o fará? A Felicidade (conceito tão vago) é algo que só depende de nós. Nós a atraimos, nós a repelimos. Factores externos sempre existiram e sempre existirão, certamente, mas se estivermos consolidados em nós e cientes do que verdadeiramente somos, saberemos por as coisas em perspectiva e, assim, diminuir o possivel sofrimento tantas vezes desnecessário... no final, e no essencial, tudo se resume a isto: AMEM-SE, por favor (a vós mesmos)! Contra mim falo, certamente, porque quantas vezes me esqueço disto, no calor das situações... e, se calhar também, por saber desta verdade essencial é que reclamo tanto :)
22 de outubro de 2007
14 de outubro de 2007
"To be, or not to be, that is the Question:
Whether 'tis Nobler in the minde to suffer
The Slings and Arrowes of outragious Fortune,
Or to take Armes against a Sea of troubles,
And by opposing end them: to dye, to sleepe
No more; and by a sleepe, to say we end
The Heart-ake, and the thousand Naturall shockes
That Flesh is heyre too? 'Tis a consummation
Deuoutly to be wish'd. To dye to sleepe,
To sleepe, perchance to Dreame; I, there's the rub,
For in that sleepe of death, what dreames may come,
When we haue shuffel'd off this mortall coile,
Must giue vs pawse. There's the respect
That makes Calamity of so long life:
For who would beare the Whips and Scornes of time,
The Oppressors wrong, the poore mans Contumely,
The pangs of dispriz'd Loue, the Lawes delay,
The insolence of Office, and the Spurnes
That patient merit of the vnworthy takes,
When he himselfe might his Quietus make
With a bare Bodkin? Who would these Fardles beare
To grunt and sweat vnder a weary life,
But that the dread of something after death,
The vndiscouered Countrey, from whose Borne
No Traueller returnes, Puzels the will,
And makes vs rather beare those illes we haue,
Then flye to others that we know not of.
Thus Conscience does make Cowards of vs all,
And thus the Natiue hew of Resolution
Is sicklied o're, with the pale cast of Thought,
And enterprizes of great pith and moment,
With this regard their Currants turne away,
And loose the name of Action. [...]"
Hamlet, Act III, Scene IV
No belo "Olde Aenglish"... se nao perceberem, repitam em voz alta que chegam lá... e pensem no que ele diz...
Whether 'tis Nobler in the minde to suffer
The Slings and Arrowes of outragious Fortune,
Or to take Armes against a Sea of troubles,
And by opposing end them: to dye, to sleepe
No more; and by a sleepe, to say we end
The Heart-ake, and the thousand Naturall shockes
That Flesh is heyre too? 'Tis a consummation
Deuoutly to be wish'd. To dye to sleepe,
To sleepe, perchance to Dreame; I, there's the rub,
For in that sleepe of death, what dreames may come,
When we haue shuffel'd off this mortall coile,
Must giue vs pawse. There's the respect
That makes Calamity of so long life:
For who would beare the Whips and Scornes of time,
The Oppressors wrong, the poore mans Contumely,
The pangs of dispriz'd Loue, the Lawes delay,
The insolence of Office, and the Spurnes
That patient merit of the vnworthy takes,
When he himselfe might his Quietus make
With a bare Bodkin? Who would these Fardles beare
To grunt and sweat vnder a weary life,
But that the dread of something after death,
The vndiscouered Countrey, from whose Borne
No Traueller returnes, Puzels the will,
And makes vs rather beare those illes we haue,
Then flye to others that we know not of.
Thus Conscience does make Cowards of vs all,
And thus the Natiue hew of Resolution
Is sicklied o're, with the pale cast of Thought,
And enterprizes of great pith and moment,
With this regard their Currants turne away,
And loose the name of Action. [...]"
Hamlet, Act III, Scene IV
No belo "Olde Aenglish"... se nao perceberem, repitam em voz alta que chegam lá... e pensem no que ele diz...
9 de outubro de 2007
Para os que ficaram espantados com o meu ultimo post contra-corrente, devo dizer que tudo o que me leva a escrever como escrevi não se deve a um dia ou outro mau. Deve-se a muita muita coisa... Felizmente os meus olhos parece que andam a escolher ver o que é preciso e por isso é que, se calhar, pode parecer que insisto em ver as coisas de uma forma em vez de outra... A questão aqui é que eu vejo as duas formas. E chateia-me que, sabendo que há coisas que podiam ser bem melhores, não o sejam... Não é insistir em olhar pro escuro, é ficar irritado com os escuros que estragam a paisagem... mas, apesar de tudo, estes escuros têm todos lugar no mundo... o meu problema é quando eles estão mal distribuidos, sobretudo por quem nao merece... (um bocado a filosofia "not in my backyard!")
Ainda hoje, houve uma esperta alminha que se atreveu a mandar vir comigo sem ter necessidade/justificação... Após uma cena assaz desagradavel, afastei-me placidamente e percebi que essa senhora, mais cedo ou mais tarde, vai ter a resposta para a atitude que tem... Mas fiquei indignado, mais do que com a atitude, com o facto de ela mandar postas de pescada sobre a minha maneira de ser sem nunca antes me ter visto... O problema do preconceito é um problema que pode ser grave visto que tem raízes, não só no ambiente em que a pessoa foi criada, mas na sua propria maneira de ser, inata. Fico possuido quando vejo pessoas assim mas imediatamente lembro-me que elas são apenas o que escolheram ser. De qualquer forma essa maneira de ser facultar-lhes-á imensas lições ás mãos de outros não tão indulgentes como eu... Mas são este tipo de coisas que, consecutivamente me vão acontecendo e, para as quais, eu vou começando a dizer "chega!" porque têm sido mesmo, mesmo demais. E como estas, muitas outras...
Esclarecidos? ;)
Ainda hoje, houve uma esperta alminha que se atreveu a mandar vir comigo sem ter necessidade/justificação... Após uma cena assaz desagradavel, afastei-me placidamente e percebi que essa senhora, mais cedo ou mais tarde, vai ter a resposta para a atitude que tem... Mas fiquei indignado, mais do que com a atitude, com o facto de ela mandar postas de pescada sobre a minha maneira de ser sem nunca antes me ter visto... O problema do preconceito é um problema que pode ser grave visto que tem raízes, não só no ambiente em que a pessoa foi criada, mas na sua propria maneira de ser, inata. Fico possuido quando vejo pessoas assim mas imediatamente lembro-me que elas são apenas o que escolheram ser. De qualquer forma essa maneira de ser facultar-lhes-á imensas lições ás mãos de outros não tão indulgentes como eu... Mas são este tipo de coisas que, consecutivamente me vão acontecendo e, para as quais, eu vou começando a dizer "chega!" porque têm sido mesmo, mesmo demais. E como estas, muitas outras...
Esclarecidos? ;)
7 de outubro de 2007
Na profunda dualidade que somos todos nós, momentos há por vezes em que nos sentimos unicos, unos em nós, sem qualquer margem para dúvidas daquilo que somos e daquilo que seremos... Ultimamente digo que me tenho sentido tudo menos uno. Sinto-me estilhaçado por dentro, sem qualquer tipo de orientação, com quereres demais a surgirem-me dentro da mente e da alma, esforçando-me quase subliminarmente serenar-me para que a minha mente nao siga o rumo do que sinto emocionalmente... mil pedaços, mil destinos, mil quereres, um tudo de nada feito... Gostaria de poder explanar concretamente o que sinto, os “sintomas” digamos, mas não é fácil ou, pelo menos, são demasiado extensos e sensíveis para que fale deles... Estou num sítio que sempre me aliviou e que, desta feita, continua a ter o mesmo efeito “terapêutico”... sempre desejei aqui escrever qualquer coisa, inspirado pela atmosfera e levado pela intuição... Tenho andado prestes a rebentar com tanta indignação, revolta e dor do que vejo à minha volta... Ninguém disse que ia ser assim tão dificil... Nestas alturas tento manter em mente que posso ter o pavio curto e que muitissima mais gente há que deve ter razões para se queixar... Mas esta é a MINHA vida e como também não são os outros que a vão viver por mim, acho que sim, que devo manter a minha perspectiva das coisas. Sim, estou revoltado porque a minha vida não é minimamente aquilo que eu espero que seja, sem um mínimo de justiça tendo em conta aquilo que sou e aquilo que outros á minha volta são... OK, talvez tenha escolhido esta vida para mim, desta forma... se o fiz, é porque tenho de aprender com isso e, sobretudo, a dar a volta por cima... Mas, e sendo estes tempos em que pouco ou nenhumas razões tenho para acreditar nisso, devo explanar (em todo o seu esplendor/negritude) a minha revolta. Eu mereço mais! Pessoas muito piores do que eu (verdadeiros répteis, mas quem sou eu para julgar) vivem á grande e safam-se ainda melhor! Pessoas que tratam as outras como lixo e que continuam a ter material para processar e continuar a torná-las lixo! Eu não faço isso, nunca pedi nem vi assim as pessoas, não roubo, não minto, mato-me a trabalhar, a tentar ajudar e no fim... nada... a mesma existência mísera de sempre, sempre a mesma rotina, sem emoção, sem diferença, sem nada...acordo, como, falo, rio, choro da mesma forma de todos os dias, numa existência presa num ciclo, num absurdo que não sei como quebrar... A todos aqueles que, por algum motivo, desejaram tal facto, parabens, conseguiram que os vossos desejos se tornassem realidade. Sou infeliz, talvez de uma forma que poucos possam considerar válida, mas suficientemente dolorosa para me sentir a afogar como se me tivessem calçado uns sapatinhos de cimento e, pluft!, lá pra dentro que é isso é que tu mereces... Se estiver a ser Calimero, que seja, sou eu, sao os meus sentimentos e isso é que importa... Há alturas assim na vida de todos mas há também alturas em que a coisa ja dura tempo a mais e agora só me apetece dizer CHEGA! Chega de gozar comigo, chega de serem falsos, chega de brincar com os sentimentos, chega de mentir, CHEGA! E não me digam que estou a receber o que dei porque isso só revela que, no fundo, pertencem ao grupo dos que não me conhecem, nem se interessam por conhecer... Podem chamar-me arrogante, inflexível, frio e que vou ficar sozinho (e sim, isso é um problema pra mim) mas pelo que tenho recebido acho que não posso continuar a virar boa cara, é demais... E, posto isto, vamos á vida porque ela não espera por ninguém!...
2 de outubro de 2007
Na minha ronda diária pelos blogs deste país, fui surfando e saltitando de blog em blog e tenho visto coisas do arco-da-velha... ha pessoas para tudo, para saber de tudo, para fazer de tudo e para escrever de tudo... essa é a grande virtude do mundo cibernético: poder falar tudo aquilo que se quer, como se quer e quando se quiser... Tenho visto blogs extremamente simples, outros com uma prosa que, na melhor tradição de Saramago, será preciso cursar Letras (ou Português A Plus +) para se compreender o sentido e o porquê de tal escrita... o que é que certas pessoas querem dizer quando escrevem o que escrevem... querem exteriorizar o que escrevem ou querem dar ares de superioridade, que sabem ser tão complexos que nem vale a pena ler duas vezes e reflectir. Eu chamo a isto "fazerem das pessoas parvas". De que vale escrever-se o que quer que seja se os outros nao vão compreender? E já nem falo das fotos ou videos que publicam...
Mas é possivel ser também profundamente claro e, mesmo assim, não nos entenderem... muito me questionei eu sobre esse facto, o porquê de tamanha cegueira na interpretação do que se escreve... cheguei á conclusão que não é propositada, que depende meramente da maneira de ser de cada um, da maneira que cada um escolheu para entender o que o rodeia... Mas isso tem sido algo que me tem angustiado há já muito tempo: a comunicação entre iguais (que, supostamente, o somos). Podemos ser o mais claros possíveis a falar directamente com outra pessoa mas, por virtude da nossa "cegueira" (isto está muito saramaguesco, e eu que nem cheguei a acabar o Evangelho do JC, isto ha alguns muito bons anos...), podemos estar a intuir exactamente o contrário. Por isso, deixo a questão no ar, porquê falar-se, porquê tentar comunicar se, mesmo quando explicamos as coisas tipo B-A-BA, o outro lado NUNCA irá compreender mas, simples e só, vislumbrar o conteudo, imediatamente remetendo-o e moldando-o á sua realidade... No momento máximo de simpatia, diz-se: "estou a perceber", mas é a maior das mentiras, só se percebem as palavras e raramente, ou nunca, o conteúdo... epo menos como nós o sentimos ou intuímos... É algo angustiante, pensar que podemos passar a nossa vida por este mundo sem que ninguem nos entenda... é o mais provável, até.
Lembrei-me agora, isto foi muito á Kant, não foi? Quem sabe (e nao estou a querer julgar-me tanto como esse génio, nem pouco mais ou menos!) se não foi esse mesmo problema que o levou a escrever essa loucura que é a Critica da Razão Pura...
Mas é possivel ser também profundamente claro e, mesmo assim, não nos entenderem... muito me questionei eu sobre esse facto, o porquê de tamanha cegueira na interpretação do que se escreve... cheguei á conclusão que não é propositada, que depende meramente da maneira de ser de cada um, da maneira que cada um escolheu para entender o que o rodeia... Mas isso tem sido algo que me tem angustiado há já muito tempo: a comunicação entre iguais (que, supostamente, o somos). Podemos ser o mais claros possíveis a falar directamente com outra pessoa mas, por virtude da nossa "cegueira" (isto está muito saramaguesco, e eu que nem cheguei a acabar o Evangelho do JC, isto ha alguns muito bons anos...), podemos estar a intuir exactamente o contrário. Por isso, deixo a questão no ar, porquê falar-se, porquê tentar comunicar se, mesmo quando explicamos as coisas tipo B-A-BA, o outro lado NUNCA irá compreender mas, simples e só, vislumbrar o conteudo, imediatamente remetendo-o e moldando-o á sua realidade... No momento máximo de simpatia, diz-se: "estou a perceber", mas é a maior das mentiras, só se percebem as palavras e raramente, ou nunca, o conteúdo... epo menos como nós o sentimos ou intuímos... É algo angustiante, pensar que podemos passar a nossa vida por este mundo sem que ninguem nos entenda... é o mais provável, até.
Lembrei-me agora, isto foi muito á Kant, não foi? Quem sabe (e nao estou a querer julgar-me tanto como esse génio, nem pouco mais ou menos!) se não foi esse mesmo problema que o levou a escrever essa loucura que é a Critica da Razão Pura...
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