9 de maio de 2009

Foto por Chris Friel

Na minha ronda matinal, encontrei pela net (um em blog, outro no iGoogle) duas citações que me levaram a esticar o neurónio a um sabado de manhã, e são elas:

"Perfection is achieved, not when there is nothing more to add, but when there is nothing left to take away." Antoine de Saint-Éxupèry

e

"Somos feitos de luz, toda a existência é feita de luz e, no entanto, o fenómeno mais estranho é vivermos nas trevas.

É realmente inacreditável como vivemos no escuro. É impressionante! Estamos todos a fazer um grande milagre: somos feitos de luz e vivemos na escuridão.

O motivo é que nunca olhamos para nós mesmos - olhamos para todos, observamos aqui e ali. Os nossos olhos estão constantemente a saltar de um objecto para outro, mas nunca ficam quietos e em silêncio para terem um pequeno vislumbre de nosso ser.

Esse pequeno vislumbre transforma-o, acorda-o. E então não há morte, não há limites para si. Você é ilimitado, você é a própria liberdade - e a alegria da liberdade é infinita.
" Osho, mestre Zen - "Meditações Para o Dia" (tirado daqui)

Acredito que estas duas citações não são exclusivas, até porque acho Saint-Éxupèry um grande Mestre (Zen, ou nao). São duas formas de nos dizer a mesma coisa, até de uma forma complementar: Osho di-lo claramente, aquilo que já sabemos, que somos Luz, mas adiciona o fantástico ponto de vista que, de facto, tudo isto é um milagre dual, sabendo que somos Luz a viver na Sombra. E é. Saint-Éxupèry complementa e diz que a Perfeição, forma última da Luz, é atingida quando "nada mais há a levar", ou seja (a meu ver), quando nada mais há a obstruir o brilho que nós somos. E também é.
Há tanta coisa à nossa volta e em nós que nos "oculta". Tanta coisa que impede que a verdadeira Luz que somos brilhe, tocando os outros... Já imaginaram este conceito? Luz que toca Luz!... e que fica mais forte cada vez que o faz!...

Há dias assim, em que me sinto pura Luz... são os dias em que vou lentamente para casa, os dias em que caminho seguro pelo Metro, observando a correria à minha volta, com um sorriso interno (sei-o porque os meus labios não se mexem mas sinto-me a sorrir...) e - nunca repararam se e quando o fazem?- as pessoas abrandam ou quase que param a olhar para vocês! É aí que sinto a pura Luz a tocar nos outros, como alguém que lhes toca no ombro e diz "psst, amiguinho, acorda lá e brilha um bocadinho também, vá lá!" e sentir este espanto que os arrasta, nem que por momentos, afasta e fá-los abrandar do ruído do dia-a-dia é uma sensação tão simples e enriquecedora... é esta sensação que é a Luz de retorno... as pessoas relembram-se do que são, como um vislumbre (o tal vislumbre que Osho também fala), e, engraçado!, na maioria das vezes sem o saber.
Dias há também em que me sinto "emparedado" por todas as outras coisas que carrego em mim, como todos. É uma sensação asfixiante. É aí que me surge a tal vontade de fugir, como referi no post anterior. A Luz não foi feita para ser enclausurada. A Luz é a Liberdade na sua natureza mais pura, mais genuína, mais elevada, mais divina. Fechem-na, e aniquilam-na imediatamente... A Luz tem de correr, tem de saltar, voar por aí, pardal á solta, ar puro e sangue na guelra... Pura felicidade.

Acabo de escrever esta frase e releio a ultima frase de Osho "Você é ilimitado, você é a própria liberdade - e a alegria da liberdade é infinita." E finalmente compreendi.

4 comentários:

mfc disse...

Tudo o que nos faça pensar... é importante!

susana disse...

:)somos seres de luz a viver nas trevas:) gostei e levo isso daqui comigo. Um abraço muito grande para ti. Daqueles.
su

Deirdre disse...

De facto, quando estamos cheios de luz, as outras pessoas notam. Sentem-se compelidos a olhar para nós, mesmo sem saber porquê... :)

OnlyMe disse...

E ainda bem...

Afastado... mas não esquecido...

Jinhos :)