5 de outubro de 2004

Caminhos batidos...

Todos os dias, como o mais comum trabalhador deste mundo, percorro o mesmo caminho. O caminho não tem nada de especial, talvez o que de mais especial tenha, á vista comum, é o facto de se passar por zona rural. Mas provavelmente é esse "simples" facto que me leva a não cansar de passar por lá... ou isso, ou o facto de me lembrar de passar por lá por vezes quando ia para casa da minha avó (doces memórias), de modo que, cada vez que lá passo é como se voltasse a ter 7 ou 8 anos e estivesse a ir de viagem para Leiria.
Caminhos batidos não têm necessáriamente que ser chatos. São caminhos que conhecemos, caminhos que nos habituamos a dizer sempre que lá passamos "olá" a cada uma das coisas que aí pertencem. E como sabe bem dizê-lo... Trazem-nos memórias, recordações, nostalgia, fazem-nos sentir bem connosco, lembrar que temos uma historia, que temos um rumo, que temos muitas historias, que conhecemos coisas, lugares e pessoas, enfim, que vivemos, que existimos...

Hoje passei pela estrada da Quinta de S. Roque e disse "olá" ao campo e aos animais que lá pastavam. Disse olá ás arvores que lá estão. Disse "olá" ás pedras e até mesmo á estrada. A essa disse também "obrigado". Não a ouvi agradecer. Senti-a sorrir...

3 comentários:

Sofia disse...

:-)que bom verbalizar...que tenha ficado dito o que sentias e que é importante que o outro saiba (neste caso a quinta, a estrada). Caí neste post clicanco "ao acaso"... calhou que faz agora 6 anos... tu andas a recorda-me muito do meu passado...já com a musica Kaipa lembrei-me de Joan Anderson e andei por ali! É bom ter imagens banhadas de sol assim... e que o passado esteja pacífico e sossegado como um quadro muito nosso, numa parede da nossa casa, no vão das escadas ou à saida do quarto.

Hélio disse...

Uiii, o que tu foste comentar... :)

Isto já tem barbas muito brancas... era uma pessoa bastante diferente na altura, com experiências muito fortes ainda por viver, ou seja, ainda muito inocente (em certas coisas)...

Às vezes o passado não fica quieto como um quadro na parede. Antes, parece mais um filme perturbador em 'loop' constante, em que parar a máquina de projecção pode ser terrivelmente difícil... mas é possível e eu tenho a prova disso.

Sofia disse...

O que fui comentar? ehhe não faço ideia... caí aqui! Só tu poderás interpretar a "coincidencia" :-) espero que seja boa e mais não posso!:-)
Quanto ao passado que nos compõe, pois é possível, também sei, apesar de durante tanto tempo poder parecer inverossimel... Ai(suspiro)... hoje estou assim...em "good feelings" :-)