4 de outubro de 2004

Maré calma, noite a navegar...

Hoje á noite fui á janela. Gostei do que vi. Vi coisas como há já muito tempo que não via. Vi uma cidade reluzir. Mais do que isso, brilhar. É diferente.
Foi especial. Hoje o ruido da mão humana estava longe da minha casa. Em meu torno, só o silêncio de um campo que descansa de um verão que (felizmente) parece não acabar. Ao som de Mike Oldfield observei Lisboa. Estava linda, como se fosse para uma festa, com vestido de lantejoulas e sapatos de cristal... e estava tão nítida. Tirei-lhe uma foto. O que é que queriam q eu fizesse, guardasse só essa imagem na minha cabeça? Que nada! O que é bonito é para se ver, ja dizia o meu avô. E porquê não ficar com ela também?
Lisboa deslizava pelo tempo e cantava. Tinha o canto de mil vozes. Tinha a luz de mil estrelas. Era linda. Esta é a Lisboa que eu amo. A das luzes, a do ruido, a do movimento. A de existir. Porque é isso tudo e muito mais. Tem caras, tem máscaras, tem vestidos, tem birras, tem festas, tem... existe... é...

A noite navega pela terra. Lentamente, rumo ao seu não-destino... ou ao seu destino de sempre... Passa e encanta. Vai e canta. A Lua olha e nada diz. Só pensa... Por isso é que talvez exista...

Dorme bem, Lisboa, e tu que por ai andas...

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