8 de março de 2006

What's your most treasured possession?...

Num mundo (pelo menos ocidental) em que o nosso estatuto social (ainda) depende, em grande parte, do que possuímos, esta pergunta é tão poucas vezes colocada... e o mais interessante é que quem a põe menos vezes somos nós mesmos.
Não vou tentar responder objectivamente á pergunta... é uma pergunta muito dificil e que abrange tantas coisas que penso que ao nomear uma coisa estaria a ser tremendamente injusto e imparcial... Os valores que uma pessoa tem são a chave do seu Ser. E é em função deles que se dá o valor ás coisas. Mas a pergunta também pode ser analisada do ponto vista de comunidade, pelo senso comum, pela opinião generalizada, enfim, por milhares de pontos de vista... é muito difícil... De facto, a palavra que descalibra tudo é mesmo "possession"... Podemos possuir algo que não se pode tocar? Podemos possuir algo que tem vontade própria?
Analisemos á 1ª parte da pergunta: "...your most treasured...". O que é que consideramos como um tesouro? Para mim a Existência é um tesouro. A Vida é um tesouro (tantas vezes desprezado). As Pessoas são um tesouro. Porque tudo isso fascina, conforta, alegra, faz sentir vivos, algo muito raro, terrivel e maravilhosamente precioso. As razões pelas quais algo é um tesouro acho que são do senso comum, daí, creio que não vale a pena tentar determinar o seu sentido. E eis que vem a segunda parte: "...possession?". Quantas destas coisas se podem possuir? Porque a questão é que "possessão" implica ter em nossa posse algo exterior a nós, algo que não seja parte integrante do nosso Ser. E todas estas coisas, ou somos nós, ou são outros, que não podemos possuir... E isto leva-nos a uma possivel conclusão angustiante: nós chegamos a esta vida com nada e sem nada partimos e, mais importante, sem nada vivemos porque nada é nosso de facto.
Chegámos, entao, a uma bifurcação: angústia ou verdade? Qual dos caminhos decidimos seguir? Depende pelo que é que decidimos viver: pela Vida ou pelas Coisas. Viver a Vida pela Vida não é a mesma coisa que viver por viver. É viver pela Vida, querer beber a Vida, o que Ela é, em tragos plenos de energia e plenitude, é mergulhar e nadar profundamente n'Ela e n'Ela sentir tudo o que Ela é, sem medo se levamos alguma coisa para nos lembrarmos ou se fizemos aquilo que nos competia fazer: Ser...
A pergunta feita não tem resposta, ou antes, tem. Mas saberão as pessoas que Ser não é uma condição mas uma Dádiva de Amor?...

2 comentários:

Nocas disse...

Pois, também acho que a resposta a esta questão é muito difícil de dar... (e ainda se torna mais sabendo que o que pretendem é uma resposta objectiva)
Obrigada :)

Nocas disse...

Claro que sim :)
O que se passou é que aproveitei o trabalho de casa da aula de inglês para o post. É claro que a minha primeira reacção foi pensar num objecto… algo concreto, mas cedo cheguei à conclusão que possuo também outros bens (não materiais) que são os meus tesouros.
Mas encaixar este raciocínio na aula de inglês é difícil… o Luke (o prof.) chamava-me doida (aliás, ele já me acha um pouco estranha devido ao meu interesse por pacotes de açúcar)... lol
:*