1 de março de 2006

Entre tricanas e choupais...

Eu acho estes dias feriados a meio da semana um luxo!... Não fiz "ponte" na 2ª feira, vim trabalhar e ontem fui dar um passeiozito com a minha Cara Metade... Depois de intensas negociações acordámos ir para Coimbra... A viagem foi boa, rapida, passando pela terra do meu pai (que saudades...) e num instante chegámos á capital da borga estudantil em Portugal... e cheguei a uma conclusão: se Coimbra é afamada por todas as aventuras e histórias que acontecem, e que são principalmente á noite, isso tem uma razão de ser - é que Coimbra é feia. Eu tentei, garanto que tentei ver alguma beleza naquilo mas nao consegui. Não há nem houve noção de urbanismo ao longo dos tempos, a orologia da cidade nao ajuda (é pior que Lisboa para altos e baixos) e é francamente suja. O novo habita junto do velho, edifícios seculares junto de "prédios" do sec. XX num choque de estilos que feria mesmo o olhar do mais incauto turista, á espera de ver uma cidade ao nível do estatuto que tem - a cidade dos Doutores. Quanto á sujidade basta este "detalhezinho": estava a tomar um lanche num dos cafés (literalmente dentro do café) situados num largo que se poderia chamar equivalente ao Chiado de Lisboa quando olho para o chão e vejo em ameno e pacífico rulhar uns 4 ou 5 pombos a bicar as migalhas resultantes dos repastos... Numa época em que todos deitamos gripe das aves pelas orelhas, acho que guardar os pombos dentro dos cafés é capaz de não ser a melhor medida profilática para evitar o contágio de uma possível estirpe mutada... E eu nem sabia se havia de me rir se me havia de passar...
Mas pronto, o dia estava bonito e como ainda não havia gansos mortos em território nacional (yet) não me chateei (muito) e continuamos passeio por entre as serranias em direcçao á Lousã... vale mesmo só pela viagem (lindíssima) porque quem disser que a "Lousã convida", só se for para se aborrecer visto que não há mesmo nada que ver a não ser casas um pouco mais antigas que as restantes na cidade...
E assim, com aquelas paisagens, e aqueles pombos na memória, voltámos para o Cartaxo e eu, já de madrugada, noite a correr, serena, voltei para Lisboa, com as 7 colinas a brilhar...

1 comentário:

Nocas disse...

Infelizmente, a ausência de planeamento urbanístico a que te referes verifica-se em muitas das nossas cidades e o pior é que, apesar de existir gente capaz de melhorar a situação, o poder económico não o permite.