13 de janeiro de 2006

Da alma ao papel...

O ser humano tem muitas maneiras de atingir o equilibrio entre o espírito e a mente. No meu caso (quando não é a tocar música), é a escrever. Ontem, devido a uma dor de cabeça monumental, não pude tocar e por isso, para poder extravazar a indignação que sentia, pus-me a escrever. O resultado é o que se segue...

Que cinismo, que caras de papel
Que virtuosismos falsos e sem cor
Que fachadas pintadas de cinza
E que ocos os seus interiores,
Sorrisos falsos e de tom esbatido
Que com falsa doçura nos atraiçoam
Vãos pensamentos de que acima estão
E que afinal vivem de pura ilusão...
Tarde demais quando percebem eles
Que tudo aquilo que acreditam é miragem
Da triste vida deles ilusória imagem
Com que constantemente iludem sem cessar
Acabando por serem eles os iludidos
E sem saberem encontram-se num circo
Em que artistas são da sua própria vida
Que com mirabolantes cambalhotas
E inventivas pinturas faciais
Se vão constantemente entretendo
Nada vendo do publico
Mas apenas ouvindo se riem ou aplaudem,
E nessa vida se vão entretendo
Julgando ser superiores a tudo
Com direito de julgar e executar quem lhes apetece
Quando no fim são eles os julgados...
Quem vive pela espada, pela espada morrerá
E triste destino os espera
Já que o respeito que eles demonstram
É em tudo igual ao seu interior: vácuo...
Quem sabe destas coisas o diz,
Não se pode ter sem dar
Ou vice-versa, que também serve...
Onde fica o fim e o principio disto não sei
Mas eles continuam a sorrir, ocos e inválidos
Para uma vida em que nada sentem
Senão o seu insípido e triste ser,
Acinzentando a vida de outros
Buscando nesses aquilo que eles nunca serão
E apenas encontrando o que são: Nada.


... E senti-me bem...

É quase fim-de-semana e está tudo em aberto... uma viagem, uma conversa, uma paisagem... o mundo está aí fora e é nosso para viver...

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