A música faz-nos pensar em muita coisa... e é nesse sentido que ponho aqui mais uma musica que proporciona a pensar, que nos leva a viajar, que nos leva a ver novas paisagens, novos cenários, novas historias, aventuras, a buscar e sentir novas emoções... A musica que hoje vos trago é de um compositor contemporâneo a Grieg: Janne (ou Johan) Sibelius, finlandês, final do sec. XIX, princípios do sec. XX. Entre outras obras mais formais, para mim destacam-se as que ilustram os contos épicos descritos na Kalevala, o poema épico finlandês. No entanto, esta música que aqui apresento nao pertence a este épico, mas podia perfeitamente ser. Tem cerca de 15 min (em 2 partes - felizes os corajosos e pacientes...), e é um poema sinfónico. O que vos convido a sentir, é o que é que esta música vos faz lembrar, o que é que vêem ao escutá-la...
20 de janeiro de 2009
The Sun can't shine every day...
Preparem os ouvidos...
[Agony]:
I am pain,
I am real, I'm not a dream...
I'm the chain around your neck as you scream...
Surrender now,
You can't beat death at his ruthless game...
Make your bow,
Hang your head in shame...
[Me]: I can't believe there is no way out...
[Agony]: You'll find you are wrong!
[Me]: You fill me with doubt...
[Agony]: You were never that strong!
[Agony]:
I am pain,
I am the wound that never heals...
It's all in vain,
No compromise, no deals...
[Me]: I can't believe this is the end!
[Agony]: It's written in stone!
[Me]: Where are my friends?
[Agony]: You have always been alone!
[Rage]:
(Pain!) We lead, we hide as the pain leaves the rage inside
(Motion personified alpha)
Being here, welcomed by... a sane mind
A travelled lie...
[Agony]:
I am pain,
I am the end, I am your wraith...
Nothing remains,
I'm the loss of hope and faith...
[Me]: I can't believe there is no way out...
[Agony]: You'll I find you are wrong!
[Me]: You fill me with doubt...
[Agony]: You were NEVER that strong!
[Rage]:
We lead, we hide as the pain leaves the rage inside
(Motion personified alpha)
Being here, welcomed by...a sane mind
A travelled lie...
All the time, I had waited with rage
All the time, I was promised my salvation
[Love]:
I can't accept this, we will find a way
Out of this cesspool of doom and dismay!!
Beyond this dejection there's beauty and grace,
A glorious future we long to embrace!!!
[Rage]:
(Pain!) All the time, I have waited with rage
(Motion personified alpha)
All the time, I was promised my salvation...
Porque ser Humano, para o bem e para o mal, também é isto...
[Agony]:
I am pain,
I am real, I'm not a dream...
I'm the chain around your neck as you scream...
Surrender now,
You can't beat death at his ruthless game...
Make your bow,
Hang your head in shame...
[Me]: I can't believe there is no way out...
[Agony]: You'll find you are wrong!
[Me]: You fill me with doubt...
[Agony]: You were never that strong!
[Agony]:
I am pain,
I am the wound that never heals...
It's all in vain,
No compromise, no deals...
[Me]: I can't believe this is the end!
[Agony]: It's written in stone!
[Me]: Where are my friends?
[Agony]: You have always been alone!
[Rage]:
(Pain!) We lead, we hide as the pain leaves the rage inside
(Motion personified alpha)
Being here, welcomed by... a sane mind
A travelled lie...
[Agony]:
I am pain,
I am the end, I am your wraith...
Nothing remains,
I'm the loss of hope and faith...
[Me]: I can't believe there is no way out...
[Agony]: You'll I find you are wrong!
[Me]: You fill me with doubt...
[Agony]: You were NEVER that strong!
[Rage]:
We lead, we hide as the pain leaves the rage inside
(Motion personified alpha)
Being here, welcomed by...a sane mind
A travelled lie...
All the time, I had waited with rage
All the time, I was promised my salvation
[Love]:
I can't accept this, we will find a way
Out of this cesspool of doom and dismay!!
Beyond this dejection there's beauty and grace,
A glorious future we long to embrace!!!
[Rage]:
(Pain!) All the time, I have waited with rage
(Motion personified alpha)
All the time, I was promised my salvation...
Porque ser Humano, para o bem e para o mal, também é isto...
19 de janeiro de 2009
Recuso... recuso-me...
Recuso-me a aceitar o que outros fazem simplesmente por fazer. Recuso-me a deixar-me levar em correntes que sei que me vão despedaçar contra a primeira rocha que estiver no leito do rio. Recuso olhar para baixo, olhar para um chão de onde viemos e que temos que levantar voo obrigatoriamente, de um chão onde tantas vezes caímos e do qual temos que nos levantar, vez após vez após vez... Recuso-me a dar por perdido seja o que for, recuso-me a dar por perdidas emoções, gostos, sonhos, prazeres, vidas, pessoas: recuso-me, assim, a dar como perdido o Futuro. Recuso-me a não lutar, recuso-me conformar-me com o que me oferecem se EU SEI que posso ter melhor. Recuso-me a ficar parado a olhar se uma mão fica sem forças no chão, estrebuchando, a pedir ajuda. Recuso-me a ver o monstro e a não lutar, a ver a barreira, a montanha e a não passá-la, escalá-la. Recuso-me a aceitar que hajam lágrimas na cara das pessoas quando as lágrimas deveriam ser, única e exclusivamente, para serem soltas por alegria, em celebração e êxtase. Recuso-me a injuriar um irmão Humano, porque a boca não foi feita para magoar mas sim para sorrir e para fazer os outros sorrirem. Recuso-me a aceitar a tristeza, os corações partidos, as almas feridas, quando tudo, no fundo, é experiência e o potencial para recuperarem é tão intenso que, se soubessem, ficariam espantados. Recuso-me a perder a esperança quando sei que todos os dias o sol nasce, a lua sobe nos céus, as ondas continuam a enrolarem-se na praia ou a bater contra a rocha, o vento continua a soprar, as árvores continuam verdes, o céu azul... Recuso-me a não amar, a morrer.
Recuso-me, enfim, a não ser Humano.
Recuso-me a aceitar o que outros fazem simplesmente por fazer. Recuso-me a deixar-me levar em correntes que sei que me vão despedaçar contra a primeira rocha que estiver no leito do rio. Recuso olhar para baixo, olhar para um chão de onde viemos e que temos que levantar voo obrigatoriamente, de um chão onde tantas vezes caímos e do qual temos que nos levantar, vez após vez após vez... Recuso-me a dar por perdido seja o que for, recuso-me a dar por perdidas emoções, gostos, sonhos, prazeres, vidas, pessoas: recuso-me, assim, a dar como perdido o Futuro. Recuso-me a não lutar, recuso-me conformar-me com o que me oferecem se EU SEI que posso ter melhor. Recuso-me a ficar parado a olhar se uma mão fica sem forças no chão, estrebuchando, a pedir ajuda. Recuso-me a ver o monstro e a não lutar, a ver a barreira, a montanha e a não passá-la, escalá-la. Recuso-me a aceitar que hajam lágrimas na cara das pessoas quando as lágrimas deveriam ser, única e exclusivamente, para serem soltas por alegria, em celebração e êxtase. Recuso-me a injuriar um irmão Humano, porque a boca não foi feita para magoar mas sim para sorrir e para fazer os outros sorrirem. Recuso-me a aceitar a tristeza, os corações partidos, as almas feridas, quando tudo, no fundo, é experiência e o potencial para recuperarem é tão intenso que, se soubessem, ficariam espantados. Recuso-me a perder a esperança quando sei que todos os dias o sol nasce, a lua sobe nos céus, as ondas continuam a enrolarem-se na praia ou a bater contra a rocha, o vento continua a soprar, as árvores continuam verdes, o céu azul... Recuso-me a não amar, a morrer.
Recuso-me, enfim, a não ser Humano.
18 de janeiro de 2009
A Lita, a minha vizinha de blogosfera e recém-companheira de "desvarios" blogosféricos desafiou-me para algo que categorizei de "um acto embuído da mais profunda pulhice". E é. Reza então o desafio o seguinte ...
O desafio traduz-se na confissão dos nossos 7 Pecados Mortais tendo em conta a seguinte definição dos mesmos:
Gula: Comer a toda a hora e/ou além do necessário;
Avareza: Cobiça de bens materiais e/ou dinheiro;
Inveja: Desejar atributos, status, posses e/ou habilidades de outra pessoa;
Ira: É a junção dos sentimentos de raiva, rancor e ódio. Por vezes é incontrolável;
Soberba: Falta de humildade, alguém que se acha auto suficiente:
Luxúria: Apego aos prazeres carnais
Preguiça: Aversão a qualquer trabalho ou esforço físico.
As regras do desafio, por sua vez, são as seguintes:
Revelar a nossa relação com os pecados capitais;
Nomear outros 8 blogues para responder ao desafio.
Muito bem. Devo entao dizer que eu nao acredito em pecados. So acredito no bem e no mal que fazemos aos outros e a nós mesmos. Mas o desafio foi bem giro e vou alinhar. Alors, c'est comme ça:
Gula: HAHAH! Esta para quem me conhece, sabe que é piada: fome e apetite são coisas raras por estas bandas EXCEPTO!... Chantilly com Morangos/Ananás
Avareza: raramente. Gosto de viver com o suficiente para me sentir confortavel e que me permita fazer o que desejo.
Inveja: pronto, aqui apanham-me... Sou de facto, muito invejoso quando vejo alguém com alguma coisa que eu tb merecia e, pior ainda, quando vejo alguém com essa coisa e essa pessoa nem merece! É um bocado indignante... Se os outros podem ter, pq nao eu tb?
Ira: uiiii... fácil! muito fácil!!! É de familia! Dos dois lados!! Fico em brasa quando me picam... mas nunca parto para a violência...
Soberba: não.. deste nao sofro... lamento... até bem pelo contrário...
Luxúria: mas QUEM é que não se apega aos prazeres carnais?? QUEM? Dormir, comer, beber, ir para as farras, ter uma noite "daquelas"... QUEM?? Desde que nao se faça disso um estilo de vida (como eu não faço)... tudo bem... a Vida é para se aproveitar!!! No entanto, devo dizer que sou muito vaidoso e fascino-me com o Belo facilmente...
Preguiça: dormir... dormir, e dormir, e dormir, e dormir... ah, e no final, dormir...
Pronto, agora era para desafiar, nao é? Pois, mas eu nao vou desafiar ninguem em particular... lanço o "reptil" a todos os que tiverem a coragem de aceitar revelarem-se um pouco mais que o normal... também sabe bem fazer isso de vez em quando, nao? ;)
E só para justificar a existencia de um post destes aqui... É necessário, como em tudo, parar e fazer uma pequena introspecção na vida... Infelizmente, o ritmo de vida das sociedades não permite que momentos desses sejam frequentes mas o Espírito Humano consegue sempre encontrar um escape para algo que, para ele, é tão essencial como a contemplação, o descanso, a actividade e o lazer. É uma maneira de nos centrarmos, de saber de onde viemos e para onde vamos. É preciso parar para pensar um bocado. É preciso aceitar os nosso vícios e as nossas virtudes, sem culpas, sem remorsos, com orgulho e responsabilidade. Só assim seremos mais Humanos e mais felizes.
O desafio traduz-se na confissão dos nossos 7 Pecados Mortais tendo em conta a seguinte definição dos mesmos:
Gula: Comer a toda a hora e/ou além do necessário;
Avareza: Cobiça de bens materiais e/ou dinheiro;
Inveja: Desejar atributos, status, posses e/ou habilidades de outra pessoa;
Ira: É a junção dos sentimentos de raiva, rancor e ódio. Por vezes é incontrolável;
Soberba: Falta de humildade, alguém que se acha auto suficiente:
Luxúria: Apego aos prazeres carnais
Preguiça: Aversão a qualquer trabalho ou esforço físico.
As regras do desafio, por sua vez, são as seguintes:
Revelar a nossa relação com os pecados capitais;
Nomear outros 8 blogues para responder ao desafio.
Muito bem. Devo entao dizer que eu nao acredito em pecados. So acredito no bem e no mal que fazemos aos outros e a nós mesmos. Mas o desafio foi bem giro e vou alinhar. Alors, c'est comme ça:
Gula: HAHAH! Esta para quem me conhece, sabe que é piada: fome e apetite são coisas raras por estas bandas EXCEPTO!... Chantilly com Morangos/Ananás
Avareza: raramente. Gosto de viver com o suficiente para me sentir confortavel e que me permita fazer o que desejo.
Inveja: pronto, aqui apanham-me... Sou de facto, muito invejoso quando vejo alguém com alguma coisa que eu tb merecia e, pior ainda, quando vejo alguém com essa coisa e essa pessoa nem merece! É um bocado indignante... Se os outros podem ter, pq nao eu tb?
Ira: uiiii... fácil! muito fácil!!! É de familia! Dos dois lados!! Fico em brasa quando me picam... mas nunca parto para a violência...
Soberba: não.. deste nao sofro... lamento... até bem pelo contrário...
Luxúria: mas QUEM é que não se apega aos prazeres carnais?? QUEM? Dormir, comer, beber, ir para as farras, ter uma noite "daquelas"... QUEM?? Desde que nao se faça disso um estilo de vida (como eu não faço)... tudo bem... a Vida é para se aproveitar!!! No entanto, devo dizer que sou muito vaidoso e fascino-me com o Belo facilmente...
Preguiça: dormir... dormir, e dormir, e dormir, e dormir... ah, e no final, dormir...
Pronto, agora era para desafiar, nao é? Pois, mas eu nao vou desafiar ninguem em particular... lanço o "reptil" a todos os que tiverem a coragem de aceitar revelarem-se um pouco mais que o normal... também sabe bem fazer isso de vez em quando, nao? ;)
E só para justificar a existencia de um post destes aqui... É necessário, como em tudo, parar e fazer uma pequena introspecção na vida... Infelizmente, o ritmo de vida das sociedades não permite que momentos desses sejam frequentes mas o Espírito Humano consegue sempre encontrar um escape para algo que, para ele, é tão essencial como a contemplação, o descanso, a actividade e o lazer. É uma maneira de nos centrarmos, de saber de onde viemos e para onde vamos. É preciso parar para pensar um bocado. É preciso aceitar os nosso vícios e as nossas virtudes, sem culpas, sem remorsos, com orgulho e responsabilidade. Só assim seremos mais Humanos e mais felizes.
Breve apontamento...
Ontem, fui a uma festa de anos de uma colega minha do Lab. Não me vou perder nos pormenores da dita, simplesmente direi que foi bom lá ter estado e que o ambiente era mt agradável.. Mas nao foi para isso que aqui vim. Vim aqui porque no meio de toda aquela festa, reparei numa coisa, tão simples, mas que me tocou imenso. Uma foto.
Não era uma foto qualquer. A foto era minha, tinha sido eu a tirar. Eu nem me lembrava que a tinha dado à Guadalupe, sei lá quando é que isso aconteceu... mas a foto era minha. E estava na parede de uma casa que não era a minha, ali, exposta, visível a toda a gente.
Como podem ver, não é nada de transcendente. :) É uma foto muito simples, num sítio que eu adoro, num ponto em que, quantas vezes eu lá vá, quantas vezes fico a olhar para isto (como se não houvesse lá mais nada para ver!). Não sei se é a geometria, não sei se é a simplicidade, não sei se é o simbolismo inerente da janela que se projecta, que projecta o olhar sobre o mundo, uma janela na Torre que pode enclausurar qualquer coisa desconhecida, o obscuro... E essa foi outra das coisas que me tocou: é que é uma das minhas fotos favoritas e que me diz tanto. Encontrá-la ali, em casa de outra pessoa, fez-me sentir (no mínimo) muito bem. E, em certa medida, senti-me ali, também, um pouco em casa.
"So, Home is not just where you lay your hat..."
Não, não é. É onde está o meu coração, é onde estiver parte de mim.
Não era uma foto qualquer. A foto era minha, tinha sido eu a tirar. Eu nem me lembrava que a tinha dado à Guadalupe, sei lá quando é que isso aconteceu... mas a foto era minha. E estava na parede de uma casa que não era a minha, ali, exposta, visível a toda a gente.
Como podem ver, não é nada de transcendente. :) É uma foto muito simples, num sítio que eu adoro, num ponto em que, quantas vezes eu lá vá, quantas vezes fico a olhar para isto (como se não houvesse lá mais nada para ver!). Não sei se é a geometria, não sei se é a simplicidade, não sei se é o simbolismo inerente da janela que se projecta, que projecta o olhar sobre o mundo, uma janela na Torre que pode enclausurar qualquer coisa desconhecida, o obscuro... E essa foi outra das coisas que me tocou: é que é uma das minhas fotos favoritas e que me diz tanto. Encontrá-la ali, em casa de outra pessoa, fez-me sentir (no mínimo) muito bem. E, em certa medida, senti-me ali, também, um pouco em casa.
"So, Home is not just where you lay your hat..."
Não, não é. É onde está o meu coração, é onde estiver parte de mim.
17 de janeiro de 2009
Já é noite, o frio está em tudo o que se vê...
Lá fora ninguém sabe que, por dentro, há vazio...
Porque em todos há um espaço que, por medo, não se deu,
Onde a ilusão se esquece do que o medo não previu...
Já é noite, o chão é mais terra p'ra nascer...
A água vai escorrendo entre as mãos, a percorrer
Todo o espaço entre a sombra, entre o espaço que restou,
Para refazer a vida no que o medo não matou...
Mas onde tudo morre, tudo pode renascer...
Em ti vejo o tempo que passou,
Vejo o sangue que correu,
Vejo a força que me deu quando tudo parou em ti...
A tempestade que não há em ti
Arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar...
Já é dia e a sombra está em tudo o que se vê...
Lá fora ninguém sabe o que a Luz pode fazer!...
Porque a noite foi tão fria que não soube acordar,
A noite foi tão dura e difícil de sarar...
Mas onde tudo morre, tudo pode renascer...
Em ti vejo o tempo que passou,
Vejo o sangue que correu,
Vejo a força que me deu quando tudo parou em ti...
A tempestade que não há em ti
Arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar...
Mas eu descobri a casa onde posso adormecer!
Eu já desvendei o mundo e o tempo de perder!
Aqui tudo é mais forte e há mais cores no céu maior!
Aqui tudo é tão novo porque pode ser Amor!...
E onde tudo morre, tudo volta a nascer...
Em ti vejo o tempo que passou,
Vejo o sangue que correu,
Vejo a força que me deu quando tudo parou em ti...
A tempestade que não há em ti
Arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar...
Já é dia e a luz está em tudo o que se vê...
Cá dentro não se ouve o que lá fora faz chover...
Na cidade que há em ti encontrei o meu lugar
E é em ti que vou ficar...
14 de janeiro de 2009
"Estou além sono, num sonho de papel, fio de ópio, sombra chinesa tatuada no céu.
Hoje não me apetece ser do contra, uma enfant terrible..."
Intangibilidade da vida. Tocarmos como se fosse a nossa própria mente e alma, a essência de outra pessoa (que não são só estas duas coisas...). Muitas vezes o disse e torno a dizer: nós não estamos preparados para nos apercebermos como é que outras pessoas estão a percepcionar o mundo, como é que nos percepcionam. Há algo que nos "tapa" o caminho e que nos deixa atónitos na espessa tarefa de compreensão do próximo. Pedimos uma bússola, pedimos um mapa para as profundezas do ser de outrem mas de nada serve pedir a um mapa a quem o não pode dar porque nunca ninguém se deu ao trabalho (nem conseguirá) conhecer-se o suficiente para delinear um mapa conciso e universal de si...
"...Quero apenas os novos códigos, quero apenas entrar e participar..."
Posso espreitar pelas janelas e observar de fora. Olho pelos portais do Tempo e observo que é isso mesmo que tenho feito, com raríssimas excepções: observo de fora, como que tentado pelo brilho das luzes e do calor de "lares" diferentes do meu... É o fascínio do diferente, procurando sempre, no entanto, o Semelhante, aquele gesto que compreende cada passo que se dá, cada gesto que se executa, sem dúvidas, sem confusões, sem pó que arranhe a agulha no disco da Partilha...
"A cidade está submersa numa manhã chuvosa
Pântanos e dinossauros tomas de assalto as avenidas
A menina tem insónias e só às vezes dorme
Desaparece e acorda com fome... acorda com fome...
Esta é a minha nova dor. Diz-lhe olá... Não a faças esperar..."
Passando pelas ruas cinzentas, passeio as minhas dúvidas, incertezas, tempestades da Alma, do Coração e mesmo até da Mente... olho as Sombras e estabeleço imensas analogias, paralelismos, comparações e perco-me nas infindas hipóteses que se me levantam... somos um Universo interno, já se sabe... as Sombras que se levantam dentro de nós podem ter metros, quilómetros mas podem ser geradas por algo tão irrisório como um pequeno rato em frente a um projector. E é isso que as pessoas às vezes se esquecem: é que para haver sombras, tem de haver Luz, uma grande Luz, uma Luz tão forte que tudo ilumina os confins do Universo... é dificil não olhar para a sombra é mais confortável, a Luz pode cegar...
Prossigo. Por entre pedras, muros, calçadas e escadinhas aprecio o ritmo de uma comunidade que mal se olha nos olhos... têm medo de quê? de encontrar a alma dos outros?... é difícil... Entrando num tunel, abobadado, começo a cantar...
"Oh! meu Anjo da Guarda, eu sei que te dou trabalho,
Eu e Tu somos iguais... eu queria tanto fazer-te feliz...
Não esperes que eu consiga mudar da noite para o dia..."
... e sem saber estou a fazer eco. Impossível! Num sítio tão populoso! A esta hora! Com o "barulho das luzes" ninguém deveria notar... noto eu... soa bem, estranho timbre que me é devolvido. Deixo-me entao levar pelo que canto e pelo que recebo, numa estranha fusão de sons, como se numa catedral me encontrasse, embalado pelos acordes celestiais de um canto sacro... penso o quanto a Vida não o será assim também: tudo o que fazemos tem uma repercussão, muitas vezes superior ao que esperamos e, quando esta a nós retorna, a fusão resultante pode maravilhar-nos ou ser extremamente dissonante e estarrecer-nos. No entanto, são sempre pequenos sinais que enviamos para o exterior, como fragmentos de uma imagem, de uma música, que em nada nos conseguirão definir... porque, para se conseguir compor a imagem, é preciso Querer e Tempo... e é de Tempo que não Queremos dispor.
"Quando as palavras não dizem o que somos,
Gastamos em tinta, prometemos em sonhos,
Quando as palavras não dizem o que somos..."
12 de janeiro de 2009
Já há uns tempos postei a letra desta música (aqui) mas acabei por nunca pôr a música em si... Acho que as coisas se proporcionaram para que voltasse a ser actual, daí que agora ponho a musica porque só a letra fica aquém do que se sente a ouvi-la... Note-se o pormenor de como, no final, os instrumentos vão desaparecendo um a um, e não é por acaso: assim também são as memórias das coisas que nos acontecem... Ontem, como hoje, o que escrevi em nota desse post, é válido...
E, porque é bom nunca esquecer estes ditos, do mesmo álbum (e para quem gosta de algo mais calmo) também a ultima música tem para mim, um sentido muito único... e diz ela assim:
"There will be days when you'll be reminded, days when you'll feel cold and abandonned..."
How right you are...
5 de janeiro de 2009
Flowing...
Quantos de nós não gostariam de levar uma vida mais simples? Eu gostava! Mas o que é, num mundo profundamente acelerado, 'simplicidade'?
Imaginam-se a viver numa cabana? Ou a ter de fazer fogo com um pauzinho? A ter de caçar e cultivar tudo o que precisam de comer? Sem electricidade, sem gás, sem televisão? Só com a companhia de um livro (se houver) ou de algo para entreter o espírito? Pois é... há coisas que são difíceis de imaginar, nos dias que correm. No entanto, estes exemplos que eu dei são extremos de algo bem mais fácil de praticar no dia a dia. Digo já que, quem me conhece, sabe que é difícil eu ter calma e "think simple". Sim, porque é preciso ter muita calma quando se quer enveredar por uma vida mais simples.
(faz o que o pai tomás diz, não faças o que ele faz ;) )
Que poderá ser, então, a simplicidade? A simplicidade pode residir em duas coisas: calma e aceitação (que é diferente da resignação). Como em tudo, é preciso treino, sobretudo depois de anos numa rotina acelerada, em que nos sentimos tantas vezes sufocados... Os constrangimentos culturais são pesados. O trabalho (porque é um trabalho) não se faz de um dia para o outro e há que ser perseverante. A perseverança é também um sintoma da simplicidade. Aproveito também para dizer que a simplicidade não é 'basicidade'. Uma pessoa pode continuar a sua vida de todos os dias, rodeado das suas coisinhas, mas adoptar uma postura perante a vida mais simples. Quando foi a ultima vez que aproveitaram, algures no dia, para parar e admirar um cenário à vossa volta, uma árvore, uma planta, uma cena qualquer no meio da rua que vos enternece, o sorriso de uma criança... quando foi a ultima vez que escreveram uma carta de amor a alguém de quem gostam? Por ventura já se lembraram hoje de perguntar a quem amam como é que eles estão, como é que eles se sentem, olhos nos olhos, e dar o vosso tempo, darem-se, simplesmente darem-se? E há quanto tempo é que não param no meio da rua, olham para o céu e pensam "que abençoado sou por ter saúde, por amar e ter quem me ame, por poder fazer isto e aquilo..."? E há quanto tempo não param um bocadinho e não sentem, nem que uns momentos, profundamente, que tudo está certo?... Estes são apenas alguns exemplos, a simplicidade é muito mais do que isto, mas isto é um bom ponto de partida. Sem saberem, a simplicidade entrará nas vossas vidas.
Ao mesmo tempo de tudo isto, há um trabalho de aceitação que convém que se faça: e é muito simples - as coisas são o que são. Se forem boas, se calhar poderiam ser melhores mas seria também óbvio se tivessem que ser melhores nessa altura. Todos nós passámos por isso. Das coisas más nem falo. Essas são imediatamente reconhecíveis como sendo melhoráveis (e daí o meu ponto anterior). E, aí, há que não nos resignarmos ao que dispomos. A ambição é nisto tudo um tempero a usar q.b.. E qual o porquê deste passo? Bem, simplesmente será o passo que vos chamará à realidade das coisas, ajudando-vos a colocar as coisas em perspectiva. Vendo o quão simples são as coisas (ou a grande maioria das coisas) na realidade, saberão intuitiva e automaticamente quais são as coisas que vos convém levar na vossa "mochila" pessoal e quais a que podem ficar pelo caminho. A Verdade (também) reside na Simplicidade (ou como dizia um prof. meu "A resposta mais simples é, na maioria das vezes, a verdadeira."). E sendo mais Simples, seremos cada vez mais Nós Mesmos. Bom, não é? Quem não quererá isto?... :)
3 de janeiro de 2009
Acordo, levanto-me e abro a janela... fixo o horizonte por uns momentos, recebendo o vento frio por alguns segundos na cara. Está frio e duro, o Vento, como a realidade. Acabo então o meu 'banho' de realidade e volto a deitar-me. Apetece-me música, só a música me pode 'curar', e ponho isto...
Hans Zimmer - Davy Jones (cliquem para ouvir)
E, assim que eu ponho a tocar, começa a chover, torrencialmente... Perfeito. E, nos meus olhos, também a chuva transborda...
Hans Zimmer - Davy Jones (cliquem para ouvir)
E, assim que eu ponho a tocar, começa a chover, torrencialmente... Perfeito. E, nos meus olhos, também a chuva transborda...
"We are bits of stellar matter that got cold by accident, bits of a star gone wrong."
Sir Arthur Eddington
Sir Arthur Eddington
Um dia também queria ser assim. Um bocadinho de estrela que correu mal, que se transviou da sua rota, sabe-se lá porquê... No entanto, não me sinto minimamente dessa forma. É engraçado não é? Passo a vida inteira a dizer que somos Seres de Luz, que somos isto, que somos aquilo e, no entanto, não sou capaz de me aceitar como tal. Sou simplesmente levado por uma verdade mais profunda que leva a aceitar esse facto mas que o Consciente recusa liminarmente. Terrivelmente comum, não acham? Eu acho. Sei que sou composto da mesma matéria das estrelas, dos planetas, do Universo, mas seria isso o suficiente para estar em sintonia com o mesmo? Era bom que sim, afinal, é disso que ando à procura há mesmo muito tempo. A esperança é a última a morrer mas, sinceramente, começa a faltar... talvez este pedaço de estrela que vos escreve tenha arrefecido demais...
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