14 de setembro de 2009


Men are not prisoners of fate, but only prisoners of their own minds.

Franklin D. Roosevelt (1882 - 1945)

Maybe the gift of any great person is the power to converse with our own hearts.

Randall Wallace (n. 1949)

My freedom will be so much the greater and more meaningful
the more narrowly I limit my field of action
and the more I surround myself with obstacles.
Whatever diminishes constraint diminishes strength.
The more constraints one imposes,
the more one frees one's self of the chains that shackle the spirit.


Igor Stravinsky (1882 - 1971)


Tentar escrever algo, com o tempo que tenho hoje, sobre a Liberdade é pura loucura. Começo, novamente, com uma pergunta (porque é das perguntas que nascem duas coisas essenciais à vida humana - as descobertas e os avanços): Quantas pessoas hoje em dia sabem o que é a Liberdade? Genuinamente? Não faço esta pergunta com alusão ao 25 de Abril, aliás, a pergunta é completamente apolítica. Pergunto no sentido mais puro que a palavra tem, no sentido puramente pessoal, sem conotações de terceira ordem. Na correria do dia a dia, nas ânsias que o Ego tem, quantas pessoas sabem o que é ser livre? São livres, sentem-se - ao menos - livres? Introspectemos: acordamos-nos de manhã e somos confrontados com dois pensamentos, imediatamente: tenho de me preparar - o que envolve um plano de actividades meramente pessoal e inevitável -, e tenho que ir fazer pela vida - trabalhar, estudar, ir pedir esmola, mais do que se lembrarem. Logo aqui temos um pequeno constrangimento à nossa vida: não podemos fazer o que queríamos, que era andar no 'bem-bom' todos os dias a fazer só o que se queria. Isto só por si já é ilustrativo da falta de liberdade. Mas nem vou por aí porque fazer pela vida todos temos, desde o início da Vida. A questão, a grande questão é, de que maneira fazemos pela vida? Somos livres de fazer pela vida da maneira que mais nos permita sermos nós próprios? Sermos nós próprios... eis três pequenas palavrinhas que são tão bonitas mas que são tão difíceis de pôr em prática, sobretudo depois de anos e anos de dissimulação e engodo. Comportamentos que, no início da sua posta em prática, nos eram repulsivos e que tínhamos que os fazer como ferramenta de subsistência num determinado meio, passam, sorrateiramente, a fazer parte do nosso carácter. Isto faz-me lembrar a história do coxo que pedia esmola, há muitos anos, até que um dia lhe perguntaram porque é que ele coxeava, onde é que ele se tinha aleijado ou se tinha nascido assim, para ter aquele problema. O pobre homem - e para mim era da pior pobreza possível, a de espírito - disse que não, que nunca se tinha aleijado mas que, de tanto fingir que coxeava, já não sabia andar de outra forma. Outras histórias há a ilustrar o mesmo princípio mas esta pareceu-me a melhor. Volto a perguntar, como é que uma pessoa pode saber a liberdade, se se encontra espartilhado por uma quantidade infinda de limitações - muitas das quais auto-infligidas - que o levam a agir de outra forma de outra maneira que não o que É? É isso a Liberdade? Fazer o que se quer mas com essas barragens de comportamento? O coxo também podia fazer o que quisesse, ir onde lhe apetecesse; tinha era de ir devagar porque já não sabia ir de outra forma; se quisesse andar de bicicleta, não podia porque a perna que não tinha absolutamente nada - era perfeita - estava incapacitada pelos longos anos de fingimento por parte da brilhante mente do Ser ao qual pertencia. A mente desse homem NÃO ERA livre. As mentes que assim vivem NÃO SÃO livres. E isto parece óbvio.
A Liberdade tem 3 vertentes: a vertente física, mental e espiritual - como tudo, aliás, o que nos diz respeito. Como é um processo, normalmente, consciente, o peso das vertentes físicas e mental são maiores do que a espiritual. Não é por acaso que se diz 'livre como o espírito'. O Espírito é a mais livre de todas porque é a mais subjectiva e inconsciente das vertentes. Aliás, a própria noção de Liberdade que o Ser tem advém daí, pois nada nem ninguém consegue travar o Espírito. Um Espírito acorrentado não existe, o Ser ao qual pertence não existe, ou, se existiu, está morto. Uma pessoa até pode ser limitada fisicamente mas, com frescura de mente e espírito livre pode ser imparável. As limitações físicas são as menos limitativas do Espírito. As piores limitações advêm, infelizmente, da Mente. Sendo tão insubstancial como o Espírito, a Mente muitas vezes finge ser o Espírito, de modo a que o Ser, conscientemente já não saiba o que é a sua Essência e o que é o fruto da sua imaginação. A Mente é uma ferramenta poderosa, tão poderosa que nos pode roubar a liberdade, se assim o permitirmos. Tão poderosa que nos pode estropiar. Tão poderosa que nos pode matar. Mas é SÓ uma ferramenta e o ser Humano tem a tendência a esquecer-se disso, muitas vezes caindo em contemplação estática, embevecido, da capacidade de uma ferramenta. Imaginem que o vosso carro ditava que não podiam pensar em determinados assuntos. 'Era só o que faltava!', diriam vocês, e com toda a razão. Então, se assim é, porque é que não têm essa consciência em relação à vossa Mente? O vosso Coração, o vosso Espírito, a vossa Essência, são o quê, estão lá para quê? Para enfeitar?

O assunto sobre o qual divaguei não é despiciendo. Lanço-vos um repto: olhem à vossa volta! Não vêm o mundo a mudar? Sim, ele está a mudar e se vocês acham que está a mudar para pior, façam-se um favor, escutem o vosso coração, deixem o vosso espírito fazer o que ele faz de melhor: voar; silenciem a mente e deixem que, por uma vez, o vosso Coração assente sobre aquilo que os vossos sentidos físicos vos trazem e que seja ele a ditar à Mente o resultado da análise. Tentem ver realmente, de um ponto de vista o mais imparcial possível, todas as coisas que se andam a passar pelo mundo. Nos noticiários já se sabe o que mostram, saiam e tomem consciência do que é que o vosso Irmão Humano anda a fazer, o que é que ele tem visto, ouvido, vivido. Peçam-lhe para ele vos contar as coisas boas que ele tem sentido, que lhe têm contado, que ele tem escutado, a frequência com que isso tem acontecido. E depois pensem nisso (hora da Mente), somem 1 + 1 e vejam se o Mundo está a mudar para uma coisa assim tão má. Não está, acreditem que não está. Mas está nas mãos de todos serem Livres puramente livres, agirem na vossa esfera - pessoal e mutuamente - de forma a que isso que, por enquanto, está num domínio mais ou menos invisível, inconsciente, se torne mais e mais presente, consciente, palpável. Está na altura de desespartilhar o ser Humano, de lhe remover os constrangimentos, a dor e o drama. Está na hora de tomar o nosso ser a 100% nas nossas mãos e de desenvolver todo - ou pelo menos, o máximo possível - do seu potencial. E é extraordinário esse potencial. Lembram-se de Timor? Lembram-se do Euro? Lembram-se do 25 de Abril? Lembram-se de Obama? Lembram-se de Luther King? Lembram-se de todas as massas movimentadas pelos Grandes Espíritos Humanos? Lembram-se de todas as vezes em que a vontade, o querer Humano convergiu para um único, elevado, positivo resultado, em sintonia com o Espírito Humano na sua forma maior? Sempre que o fazemos, sempre que o fizermos, faremos algo antes impensável, algo estrondoso, algo mágico. Sim, é magia. É Amor.

Sim, a Liberdade faz Magia, o Espírito faz magia...

Espero que a pergunta que eu fiz no início tenha, agora, uma resposta, pelo menos, de mais um...

1 comentário:

Sílvia disse...

Realmente a pergunta não é de resposta fácil e tb é isso mesmo q se pretende...tenho a mania de pensar q sou livre mas serei realmente? Penso q totalmente não...a mente está lá sempre a murmurar ao meu ouvido e por vezes é mm difícil ignorá-la e lá vamos atrás dela...tento deixá-la falar e não ligar mas por vezes é tb mais fácil ouvi-la e fazer o q ela quer....mas pelo menos tento no meu pequeno mundo ouvir, de verdade, o q me dizem e tentar viver em liberdade e amor pelos outros e é verdade a magia acontece...eu já a vi e é maravilhosa de sentir....
Deixo aqui uma sugestão de filme "O escafandro e a borboleta", penso q é assim o nome, um filme francês q prova q o espírito livre pode dar conta de tudo e ultrapassar o q pensamos ser inultrapassável...
Um dia feliz c liberdade e magia :)