7 de julho de 2009

“We confess our little faults to persuade people that we have no large ones.”
François de la Rochefoucauld

“People lie.”
Gregory House, M.D. (interpretado por Hugh Laurie)


Não é fácil ser autor de máximas. É preciso, quanto a mim, ter um olho atento, quase clínico e saber conjugar com um talento inato para a construção quase épica de frases que perdurem no imaginário.
Da observação atenta das pessoas e, mais ainda, do Ser Humano, tentando perceber as suas forças e fraquezas, conseguem retirar-se válidas conclusões que, por si só, já nos levariam imenso tempo a emendar, se disso tivessemos mesmo intenção. Mas quem quer emendar realmente as suas falhas? E, antes do mais, quem quer realmente enfrentar as suas falhas, os seus problemas, a sua natureza humana? É tão mais facil olhar para o lado e deixar as coisas passar, iludindo o próximo com jogos de luzes e movimentos, na secreta esperança que ninguém note e, assim consigamos manter a cara e a respeitabilidade.

“Shadows and dust, Maximus!”
Proximo (interpertado por Oliver Reed, no filme Gladiator)

Mas nunca se esqueçam que “a verdade é como o azeite: vem sempre ao de cima” e que até se pode enganar poucas pessoas por muito tempo, ou muitas pessoas por pouco tempo, mas nunca muitas pessoas por muito tempo. Só há uma solução, sem anti-piréticos, sem analgésicos: enfrentar-se, consciencializarmo-nos do que está mal e meter mãos à obra. Se é fácil? Não, não é. As coisas podem ter (e com certeza que terão!) raízes mais profundas que aquelas que poderiamos pensar e pelo caminho encontram-se coisas nada bonitas que é preciso enfrentar com a coragem do melhor guerreiro que alguma pisou este mundo.

Mas já imaginaram como seria a Vida se emendassemos todas as nossas falhas? Já imaginaram a bagagem que teríamos se tivessemos atirado tudo pela janela fora, restando apenas o essencial? Não acham que todo o combate que possamos fazer nesse sentido é um combate válido, como poucos o serão? E não, não nos estamos a combater a nós mesmos, porque este combate é feito com Amor (não o Amor que eu refuto num post algures abaixo, mas o outro que eu disse que era outra conversa – o Amor Universal). Estamos, isso sim, a lutar contra a Escuridão que nos atormenta, aquela que forma as Sombras mais escuras, que vive nas nossas falhas, que se alimenta dos nossos “podres”, que bebe das nossas lágrimas, que baila por entre os nossos pesadelos, que se alegra com as nossas mentiras e que se revela quando menos esperamos. Só se pode combater a escuridão com Luz, só se pode matar o Medo com Coragem e Pura Intenção. “Mas onde está a Luz? Onde é que a tenho?”, perguntam. É tão fácil!... Está no mais intimo de cada um de nós. Mostra-se no gesto carinhoso que temos com quem precisa, na coragem em enfrentar as situações desagradáveis, na força em prosseguir quando mais nada nos sustenta e o último fôlego quer sair dos nossos pulmões. Sim, está nos nossos Corações, está onde e quando nos sentimos genuinamente Nós, em todo o nosso esplendor, com os corações a arder por saber que estamos a fazer o que é Correcto. E assim que Ela brilha em Nós, todas as mentiras se desvanecem, todos os medos soçobram, só a Vida e aquilo que Somos em Essência permanece. Experimentem...

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