16 de julho de 2009


We play the hands of cards life gives us. And the worst hands can make us the best players.
Doc Searls, Doc Searls Weblog, 12-02-06

Nem de propósito! Nos ultimos tempos tenho pensado muito nesta causalidade da vida. Os factos extríncecos ao que somos, as coisas que nos acontecem e que parecem caídas do nada e, acima de tudo, as coisas que parece que não conseguimos controlar. E são tantas!! Nos ultimos tempos, parece que a frequência com que me acontecem tem aumentado significativamente, ou então sou eu que estou a ficar saturado destes acontecimentos imprevistos. Na nossa visão linear, tudo isto nos soa imprevisto, é claro, mas as coisas não se passam de um modo linear. Mas isto já são as minhas crenças a vir ao de cima...

O Forrest já tinha dito que a vida é uma caixa de bombons. É uma analogia tão boa como a do jogo de cartas! Aliás, a do jogo de cartas já tinha sido utilizada para outras "áreas" da vida, pelo que um jogo de cartas até deve ser um desporto mais completo do que o que eu penso. Outra analogia que pode ser utilizada é a analogia do crivo mas eu tento evitar essa porque recuso a ideia da vida ser "um vale de lágrimas e de espinhos". Há momentos na vida que nos fazem ter toda a vontade de desistir, há momentos na vida que nos fazem recuar, ter vergonha, virar a cara, refugiarmo-nos na sombra... são momentos menos luminosos da Vida, são os momentos em que estamos a ser testados, são os momentos em que temos de trabalhar no duro para que a lição seja aprendida, assimilada e saiamos com mais experiência de Vida, mais sabedoria. É aqui que a analogia do crivo falha, porque o crivo deixa cair coisas, é acto físico, não é um acto da mais pura alquimia em que ocorre a transmutação de 'chumbo' em 'ouro', que é o que acontece perante a adversidade que sobre nós se abate. É um mecanismo interessante, mas que me deixa algo triste: melhorarmos quase somente na adversidade, quando sofremos. Quase que me faz lembrar outra frase (já não me recordo de quem) em que se dizia "You should always live as if you has a terminal desease: that way, you'll live Life as if it was your last day.". Não é preciso passar por essas situações! Basta ter em mente que podemos e devemos ser melhores todos os dias; qdo formos a ver, já essa atitude se tornou parte de nós e fazêmo-lo inconscientemente. E, nessa altura, até as piores "mãos" nos vão parecer jogos de campeão... à boss! ;)

1 comentário:

izzie disse...

[Estou a ver que hoje Viana me persegue.. :)]

"Finalmente" um texto com equilíbrio, como já não te lia há uns bons tempos...
Sejam bombons, sejam cartadas... é vidinha - como alguém dizia.
E adversa ou luminosa... é o que temos, o que nos pertence.
Realmente... é saber "jogá-la", por mais bluffers que nos apareçam pelo caminho.