27 de março de 2009

Enough!!!

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Tal como há uns tempos me apeteceu entrar, agora quero sair! E EU VOU!!!

…e, como sempre, so help me God!

23 de março de 2009

Quando “Eles” fazem das Deles… (Ou “Como ficar com um sorriso daqueles…”)

zen050Friendliness

First meditate, be blissful, then much love will happen of its own accord. Then being with others is beautiful and being alone is also beautiful. Then it is simple, too. You don't depend on others and you don't make others dependent on you. Then it is always a friendship, a friendliness. It never becomes a relationship, it is always a relatedness. You relate, but you don't create a marriage. Marriage is out of fear, relatedness is out of love. You relate; as long as things are moving beautifully, you share. And if you see that the moment has come to depart because your paths separate at this crossroad, you say good-bye with great gratitude for all that the other has been to you, for all the joys and all the pleasures and all the beautiful moments that you have shared with the other. With no misery, with no pain, you simply separate.

Osho The White Lotus Chapter 10

Commentary:

The branches of these two flowering trees are intertwined, and their fallen petals blend together on the ground in their beautiful colors. It is as if heaven and earth are bridged by love. But they stand individually, each rooted in the soil in their own connection with the earth. In this way they represent the essence of true friends, mature, easy with each other, natural. There is no urgency about their connection, no neediness, no desire to change the other into something else. This card indicates a readiness to enter this quality of friendliness. In the passage, you may notice that you are no longer interested in all kinds of dramas and romances that other people are engaged in. It is not a loss. It is the birth of a higher, more loving quality born of the fullness of experience. It is the birth of a love that is truly unconditional, without expectations or demands.

:’)
…é tudo o que consigo dizer…

12 de março de 2009

Battle

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“You weak, pathetic fool!” 
(linha do personagem Shao Kahn, do jogo “Mortal Kombat II”)

- Hahahah!! Não vais conseguir… nunca te livrarás destes pensamentos… nunca te livrarás destes medos, nunca te livrarás desta negritude, nunca te livrarás dos inicios de dia angustiantes, absurdos, das nauseas, das vertigens! Enfim, pequenito, nunca deixarás de ser o que és: FRACO!
- Sou somente humano, coisa feia, sabes o que é que isso quer dizer? Isso, simplesmente, significa que só “existes” porque EU existo. Se não fosse esta Dualidade, TU não terias substancia, enrgia, matéria, serias, enfim, aquilo que és: NADA!
- Nada? Tens a certeza que sou um Nada? Um Nada deixar-te-ia no estado em que por vezes te deixo? Um Nada conseguiria fazer com que te alheies de tudo e todos á tua volta, dos que mais te amam, dos que se preocupam contigo, dos que querem partilhar contigo as suas existências? Um Nada far-te-ia perder todo o interesse pelas tuas ‘paixões’? Grandes paixões que tu tens, pequenito… ao primeiro ataque que faça, corres a recolher-te no teu interior miserável, agarrando-te… a quê?
- Agarrando-me à coisa que mais conta: a própria Vida, que perpassa todas as tuas acções e cuja Luz me chega mesmo por entre essa névoa negra com que gostas de me apanhar nos momentos mais inesperados… o pior, coisa peçonhenta, é que ultimamente pareces estar em todo o lado… e atacas tantas vezes que nem me lembro da ultima vez em que me senti… perfeito.
- Menino, não és só tu que és multidimensional… e sinto-me particularmente orgulhoso da minha eficiência… o meu plano é perfeito e jogo com uma das coisas que mais prezas: a tua memória. Lembras-te de dizeres: “a minha Memória é a minha maior qualidade e o meu maior tormento”? Pois eu também sei disso e este plano é, e tem sido, uma jogada de longo alcance. A tua memória cria fantasmas, a tua memória pertence à tua biologia, á tua mente e liga-se ao inconsciente, ao que não consegues controlar. E é lá que me encontro. É lá que fico, puxando os cordelinhos que te fazem reagir sempre da mesma maneira às mesmas situações, aos mesmos estímulos… são “reflexos condicionados” do sub-consciente, cãozinho marioneta!
- O teu raciocínio falha numa coisa muito grave: os reflexos condicionados NÃO são definitivos. E até uma árvore que tenha sido podada para ser desfigurada, nao deixa, com tempo, de ser bela. A Natureza, um dos rostos de Deus, é imparável no seu rumo. E, além disso, que tens tu a ganhar com isso, com a minha queda? A minha Vida? Já viste que é apenas uma ‘batalha’ numa longa ‘guerra’? Nesta até podes atingir o teu objectivo, mas na proxima surgirei mais forte, mesmo que lá estejas, como certamente estarás… como vês, é uma vitória pírrica a tua, coisa nojenta.
- Pequeno ridículo, é essa a beleza do meu trabalho: eu continuarei por aqui, a derrotar-vos um por um, a inutilizar a vossa vida, fazendo-vos olhar para aquilo que não interessa, fazendo-vos desperdiçar aquilo que não interessa, fazendo-vos pensar aquilo que tu, por estes dias, tantas vezes pensas: “everything is so pointless…”… queres maior vitória que essa?
- Continuo sem perceber que vitória há nisso… A minha alma é imortal e, quer queiras quer não, a minha capacidade para ver, reconhecer e fazer o Bem continua intacta. É isso que transportarei para o Outro Lado e para outra Vida daqui a muitos e muitos anos (espero!).
- Coisito, o meu poder, como verás, é muito maior e mais vasto que o que pensas… é tão velho como a Humanidade, fui eu que vos impedi, e impeço, de evoluir mais do que aquilo que são capazes. E é tão fácil encontrar os vossos pontos fracos! São sempre os mesmos!
- Um ponto há contra o qual nunca serás mais forte: o Amor, o verdadeiro Amor, o Amor de Deus, a Luz e tudo o que deles advém. Podes fazer com que me feche numa redoma, podes fazer com que me afaste de tudo e todos, podes fazer com que tenha medo de cair num lado totalmente negro, num lado em que já antes me lançaste

(mas do qual saí, lembras-te? Quem ganhou afinal?)

e ao qual até posso voltar, podes continuar a inundar a minha cabeça com imagens absolutamente terríficas, deprimentes, podes fazer com que o meu corpo se sinta mal, se sinta doente, podes fazer tudo isso, mas nunca, NUNCA, poderás tirar aquilo que EU Sou, pois, no final e afinal, é isso que vem e virá sempre ao de cima, pois é isso que te derrota, pois é isso que é Eterno e é isso que ficará, muito depois de deixares de ‘existir’.
- Vemo-nos por aí, fraco!
- E ‘por aí’ cairás!

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“If you know the enemy and know yourself, you need not fear the result of a hundred battles. If you know yourself but not the enemy, for every victory gained you will also suffer a defeat. If you know neither the enemy nor yourself, you will succumb in every battle.” 

“Victorious warriors win first and then go to war, while defeated warriors go to war first and then seek to win.”

“You have to believe in yourself.”

Sun Tzu  - “The Art of War”

21 de fevereiro de 2009

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"A Beggining is a very delicate time..." 
(Princess Irulan, as interpreted by Virginia Madsen, from the motion picture "Dune", by David Lynch, based on the book by Frank Herbert)


Começo por puxar um pequeno fio… só um… no meio da noite escura, em que todas as sombras são correntes que nos amarram ao nosso interior, puxar o fio do espírito de modo a que possamos brilhar. Confesso que foi difícil fazê-lo, as vozes dissonantes, os fantasmas, os inúmeros medos que, no interior, se multiplicam a uma velocidade demasiado rápida para que os possa travar, as sombras que a Luz que me ilumina ao incidir nas arestas cortantes do meu interior projecta na minha Alma, o “ruido de fundo” que “de fundo” pouco tem, tudo isso dificultou imenso o trabalho que ontem me foi destinado…

Sento-me contigo… vais-me guiando, vais-me ajudando a puxar esse fio que tantas vezes me escapa e que me pode dar (mais alguma) paz de espírito que me tem faltado… o momento em que finalmente mergulho nesse mundo místico vem acompanhado de côr, de vibração, de forças muito, muito maiores que possamos imaginar… Procuro a força da Terra, da Mãe, a Essência do Físico, a que nos dá certezas e outras coisas que tanto precisava agora… Ligo-me á força do Divino, do Pai, a Essência do Espírito e sinto-o abençoar-me… A junção das duas completa o seu efeito, traz-me tranquilidade, silencia o “ruido de fundo” de modo que só as questões fundamentais restam…

Que é que Eu Sou?

O que é que eu quero nesta vida?

Às duas respondo: Não sei. Cúmulo da desorientação. Sou aquilo que no dia-a-dia tiver de ser. Faço o que no dia-a-dia tiver de fazer, de trabalhar… Viver no Agora tem destas coisas também, a dar nada como certo, “Take none for granted, expect everything”, a vaguear á deriva num mar de emoções que só uma força de vontade cedida sabe-se lá por Quem nos faz continuar a boiar… confia-se no físico, confia-se na mente… que não me falhem ambos, costumo pedir.
Ao abrir os olhos, a desorientação interna traduz-se na desorientação externa… pestanejo vezes sem conta, não por causa da luz (que não existe, é de noite) mas como forma de tentar ver mais claramente onde estou. Passado uns segundos, “assento”. Ainda bem que me abraças, minha Irmã, sempre fico a saber (se não onde estou) com quem estou, que não estou sozinho. É um abraço de eternidades, aquele que sabemos que se repetiu tantas e tantas vezes noutras vidas. Neste mundo paralelo as coisas fazem um pouco mais de sentido mas rapidamente temos a Vida a chamar-nos à Realidade.

Meninos, acabou-se o recreio!

Sim, já percebemos… que chato… posso ficar mais uns minutos?… Não?…

Continuo a dizer-te que os sinais eram para ti. Eu nao pedi nenhuns, só pedi paz de espírito mas ainda era muito cedo nessa noite para a ter. Se calhar ainda é muito cedo neste dia para a pedir e mais ainda para tê-la. De forma que esse magnífico canídeo ‘fauve’ de rabo felpudo que teve o santo desplante de ficar a olhar para nós como se fossemos os ultimos humanos na Terra teve muito mais impacto em ti do que em mim, garanto-te. No entanto, não deixou de ser giro… com tantas pessoas a chamarem-me de Principezinho, e com coisas como estas, um dia corro o risco de acreditar… mas o Principezinho nao teve medo que a Raposa tivesse raiva (sabia lá ele o que era raiva…). Em vez disso, usou a sua Inocência e Alto Estatuto Nobiliárquico (que sempre transmitem alguma tranquilidade) e trocou os dois dedos de conversa mais fabulosos que alguma vez li na minha (ainda curta) Vida. Eu só fiquei quietinho a ver se ela me/nos falava…

(silêncio… corujas ou mochos só uns momentos antes…)

Bem me parecia… a convencida só deve falar para o Jet-set Interestrelar…

Hora de exorcisar fantasmas! A noite já vai longa mas uma das coisas que mais ansiava chegou no caminho de volta, por entre sombras de coração e memórias há muito cobertas de pó. Houve que soprar essa poalha irritante que faz alergia à Alma e expor isso à Luz. Mais uma vez, aqui se confirma o princípio que uma pessoa só, por muito forte que seja, não consegue fazer certas coisas. Um fosforo não basta, tem que haver uma tocha. Queimaram-se dores, lagrimas e véus de fantasmas num delicioso Auto de Fé que a Inquisição da Luz tratou de arranjar… A fogueira que isso trouxe foi o suficiente para espantar os espíritos trauliteiros mais incautos que por estas bandas passeavam, ou andavam em férias, estilo Club Med. Be GONE!

Ficas sabendo que ontem chorei por ti mas, minha querida, não foram as mesmas lagrimas que chorei de outras vezes, não foram dores, remorsos, culpas e ciumes que chorei mas sim alegria, doçura e carinho pelos tempos que passámos juntos… foi bom e terás sempre um lugar aqui dentro de mim, fazendo parte da minha vida como fazes (por dela teres partilhado), mas nada mais.

Não sei que sonhei de ontem para hoje. Sei que a página virou e está em branco. A caneta está na minha mão e, agora, quem vai escrever a História (“La Storia”) SOU EU.

10 de fevereiro de 2009

Gent 1


Ontem deu-me uma onda de saudosismo. De repente estava a falar novamente de Gent, dei por mim com um mapa da cidade na mão, a ver de novo todos aqueles nomes que, há um ano atrás nada me diziam e depois, faziam todo o sentido… Rosemarijn Plein, Kouter, Veldstraat, Gentbrugge, Zwijnaarde, Sint-Pieters Station, Koren Markt, Vrijdagmarkt, Peter Benoitlaan, De Pintelaan, Schooldrijf, Sint-Denijslaan, Sint-Jacobsnieuwstraat, Brabantdam, Hoevelport… Parques, jardins, ruas, pessoas, conversas, cursos de água, edificios, ‘lifestyle’, tudo me acorria á cabeça e ao coração… a emoção foi muita… tal como disse quando voltei de lá, aquilo é parte de mim, do que eu sou. Foi a minha primeira liberdade pessoal, a Experiência Única… é quase como que um primeiro Amor…

As saudades fazem bem, fazem-nos perceber as coisas que muitas vezes não tínamos consciência que nos importavam realmente, que somos nós, ver a Luz daquilo que realmente importa, o Bem que há nas coisas à nossa volta. O Tempo é o grande filtro, separando o trigo da Alegria, da Felicidade,  do joio das más experiências, dos maus encontros, das tristezas… dizem que a Belgica é um país do mar do Norte, do nevoeiro, da chuva. Para mim, é o pais das tardes suaves, dos ‘pôr-de-sol’ serenos e doces, das corridas á chuva ou ao sol, das viagens de comboio e de electrico… para mim, é o tomar das rédeas do meu destino, é o assumir-me como ser único, independente… para mim foi crescer, nunca deixando de ser criança…


Img038 Vista de Belfry (a Torre de Vigia da cidade);
em frente, a Sint-Niklaas Kerk (igreja de S. Nicolau)

Sint Michiels Kerk Sint-Michiels Kerk (Igreja de São Miguel) - cuja torre ficou inacabada

Img042Vrijdagmarkt – Estátua de Jacob van Artevelde
(capitão-general de Gent durante a guerra dos Cem Anos)

Gravensteen_(Gent)_MM_2Gravensteen – o castelo dos condes de Gent

30 de janeiro de 2009

Night Ride and Sunrise(s)...

A música faz-nos pensar em muita coisa... e é nesse sentido que ponho aqui mais uma musica que proporciona a pensar, que nos leva a viajar, que nos leva a ver novas paisagens, novos cenários, novas historias, aventuras, a buscar e sentir novas emoções... A musica que hoje vos trago é de um compositor contemporâneo a Grieg: Janne (ou Johan) Sibelius, finlandês, final do sec. XIX, princípios do sec. XX. Entre outras obras mais formais, para mim destacam-se as que ilustram os contos épicos descritos na Kalevala, o poema épico finlandês. No entanto, esta música que aqui apresento nao pertence a este épico, mas podia perfeitamente ser. Tem cerca de 15 min (em 2 partes - felizes os corajosos e pacientes...), e é um poema sinfónico. O que vos convido a sentir, é o que é que esta música vos faz lembrar, o que é que vêem ao escutá-la...



28 de janeiro de 2009

Solveigs Sang

Kanske vil der gå både Vinter og Vår,
og næste Sommer med, og det hele År,
men engang vil du komme, det ved jeg visst;
og jeg skal nok vente, for det lovte jeg sidst.

Gud styrke dig, hvor du i Verden går,
Gud glæde dig, hvis du for hans Fodskammel står!
Her skal jeg vente till du kommer igjen;
og venter du hisst oppe, vi træffes der, min Ven.

Tradução:

O inverno e a primavera podem chegar e partir,
e os dias de Verão podem esmorecer, e o ano morrer;
Mas certamente voltarás um dia para mim,
E estarei ainda esperando, como um dia te jurei.

Deus te guarde, onde quer que estejas, em mar ou em terra,
Deus te console, se aos Seus pés agora estiveres;
Aqui, até que voltes, estarei esperando sozinho,
E se estiveres à espera no alto, encontrar-nos-emos aí, my Own...

"Canção de Solveig", da peça "Peer Gynt", de Henrik Ibsen
Musica de Edvard H.Grieg




...but not lost, nor undiscovered...

24 de janeiro de 2009

Magias…


No meio de um espaço muito pouco habitual, gera-se Magia. Há alguma confusão, há tudo o que possa chamar a atenção para tudo menos para a Magia, estão reunidas todas as condições para que faça tudo menos Magia, só Caos, Convulsão, Introspecção (quando muito). Mas a Magia, como Magia que é, tem coisas... inexplicáveis... E é precisamente nesses locais mais inóspitos que ela se revela em todo o seu Esplendor, em toda a sua Essência e nos deslumbra, nos maravilha... nos comove a um nível brutal, revela-nos sentimentos retidos em nós, longe da vista interna mais aguçada, ansiosos por sair, clamando a nossa atenção para que neles mergulhemos... Foi isso que me aconteceu, e quando, ao som de uma música tão profundamente mágica, esse oceano se assomou aos meus pés e nele mergulhei... bem, posso dizer que o meu auto-controlo me safou de boa... os pensamentos a voar a 1000 á hora, num turbilhao de imagens, cheiros, cores, vivências, emoções que quase faziam a minha cabeça e coração explodirem... mas era tudo tão doce, tão bom, sentia-se tanto Amor em tudo...

A noite seguia e a Magia também... em locais mágicos, de sonhos e rocha, por entre ventos quase gélidos e sons pesados, as luzes transluziam através de fina neblina levando consigo a realidade para bem longe, onde não se podia tocar... Ali, tudo era um mundo à parte, em que todos os sonhos eram possíveis, tangíveis, vividos.
 
(mesmo que, no mundo real, esses sonhos sejam tudo menos desejos)
 
A new Day has dawned…
 
A Magia perpetuou-se no Tempo e acordo. Leva-me o Destino para outro sítio, como em tantas outras paragens já viajei, em corpo, mente, emoção, todas juntas ou só em algumas delas…
No meio da azáfama, do ruído, do tumulto, surge pela mão da Música outro raio de Luz: sons do passado, para uma alma experiente de Vida… há alegria, há emoção… terá alguém reparado?… no fim, o reconhecimento, a alegria que continuava a bailar nos olhos. Terá este anjo sonhado que neste dia sentiria algo assim? Como eu a entendo, velha Alma, como eu a entendo…
A Magia de tudo isto leva-me instantâneamente a outros países, a outras visões, a deliciosas sensações de saudade, amor, êxtases (epifanias quase), experiências passadas que se desejam tanto repetir… também aí, as lágrimas… e, de novo, a descoberta, aquela de reconhecer que algo do passado nos está tão dentro da massa que somos que a ela teremos, ultimamente, de voltar. Encarregou-se o destino, digo-vos, que isso acontecesse.
 
Quis então a Magia que se fizesse sentir de novo… há uns dias atrás pensei: há quanto tempo nao tenho eu um ataque de riso? Aquele riso que não se consegue parar, aquele riso que nos faz mergulhar num estado de loucura extática, de perfeito contentamento como se só vivessemos para aquilo, para rir, sem parar, até nos faltar o ar, sem conseguirmos dizer mais seja o que for?… Hoje, pela primeira vez em muitos anos (lembrei-me eu), voltei a rir assim, parva, louca, incessante, intensa, delirante, inconsciente, deliciosa, maravilhosa, inesquecivel, magicamente…
 
Rise up and show the world your battle is won!!!
Rise up and show the world the old you is gone!!!
Rise up and show the world your new life has begun!!!
RISE UP AND SHOW THE WORLD!!!

23 de janeiro de 2009

E porque eu estou a adorar esta coisa de colocar músicas e, acima de tudo, things are going smoothly, aqui fica, dos "meus meninos" (Dream Theater, para quem não saiba), New Millennium...

A single star behind me
A red sky burns ahead
A lonely light below me
Awake among the dead...
An overwhelming feeling
Leaves me numb and strange
A sense of new beginning
I sense a wind of change...

Out with the old useless
People so cold ruthless
Welcome in a new millennium
How many times must I
Live out this nightmare I
Can't wait until a new millennium...

I've got this feeling
The tide is turning now baby
Funny feeling
Everything's gonna be alright now...


Living out a constant deja vu
Keep your head up
Please be patient we will get to you
Keep your head up
Just have some faith and you can see it through
Keep your head up
But faith don't pay the rent that's overdue
Keep your head up
All that's glittering is turning blue
Keep your head up
What they want from me ain't gotta clue
Keep your head up
Swallow pride before it swallows you
Keep your head up
Don't dare bite the hand that's starving you
Keep your head up

How can you keep your head
And not go insane when the only light at the end
Of the tunnel is another train

The lies ten feet tall
Have broken my fall
Welcome you all new millennium
It's well overdue
And I can't wait to
Welcome in a new millennium...

I've got this feeling
The tide is turning now baby
Funny feeling
Everything's gonna be alright now...



Finally...

Mesmo tendo advogados a apoiarem-me acho que não é de arriscar muito uma exposição prolongada destas músicas. No entanto, não resisto e vou colocar aquela que é a música que mais "me disse" de todo o álbum. O ano passado foi bastante... atribulado, sobretudo interiormente... pior, só mesmo 2007, e foi mesmo em 2007 que descobri este álbum... ao inicio não o compreendi bem, até porque primeiro foco-me sempre na musica e só depois nas letras... mas foi uma sincronicidade muito engraçada, assim que eu comecei a focar-me nas letras, ter compreendido a letra da ultima faixa (que aqui vos coloco) e o que se estava a passar comigo... foram grandes mudanças, grandes nevoeiros, tempestades, mas que se estavam a esbater e do qual senti-me renascer para a vida... mas vejam a letra e a música e vão perceber o que é que eu estava a sentir... um exemplo para todos, porque Viver é morrer e renascer muitas vezes...


Best Friend: See his mouth, he tries to speak...
He cannot move, his voice is weak...
Me: My dear friend can you hear me now?
I'll try to tell you how I feel
Best Friend: I feel the pain inside of you
Tell me please, what can I do?
Me: Listen well to what I have to say...
I have to tell you...of my betrayal...

Me: I reveal the facts, it was clear:
It spelled the end of your career...
Best Friend: Yes, I always felt that it was you!...
I repressed the thought although I knew the truth...
Me: The truth is out, I feel relieved!
You hate me now, you've been deceived?...
Best Friend: Oh no, in a way we are even now...
Come back to us!...somehow!...

[Wife and Love]: Cross that bridge to the other side...
Follow your heart, you can't go wrong!!
Come with me, I will be your guide
And lead you back where you belong!!!

[Agony]: Welcome to reality, be ready for the pain!!
Welcome to reality, will it be in vain?...
Welcome to reality,
Nothing much has changed since you were gone!...

[Passion]: Rise up and show the world you can be a better man!!!
Rise up and show the world you care, yes you can!!!
Rise up and show the world you're taking your chance!
Rise up and show the world!!
[Agony]: Welcome back!...

[Reason]: Welcome to reality, wake up and rejoice!!!
Welcome to reality, you've made the right choice!!!
Welcome to reality, and let them hear your voice, SHOUT IT OUT!!!

[Pride]: Rise up and show the world your battle is won!!!
Rise up and show the world the old you is gone!!!
Rise up and show the world your new life has begun!!!
RISE UP AND SHOW THE WORLD!!!
[Reason and Agony]: Welcome back!

[Fear]: Here inside the question burns:
Are you sure of your return?
[Me]: I am sure I deserve this chance...
Now I understand it all...
[Fear]: It all seems so unreal to you...
Can you decide what to do?...
[Me]: Yes I can, oh I will survive!...
Look at me...I'm alive!!

[Wife and Love]: Cross that bridge to the other side...
Follow your heart, you can't go wrong!!!
Come with me, I will be your guide
And lead you back where you belong!!!

Best Friend: There is so much to see, there is so much to live for
Wife: Come to me, my Love!!
[Reason]: You feel her warmth, glowing on your skin...
[Love]: You're never alone, I knew we could make it!!!
[Fear]: Aaaaaaaaarrrrgh!
[Passion]: Can't you feel that fire, can't you feel it burn??
[Agony]: Be ready for the pain, ready for the pain!...
[Pride]: Well, rise up, your battle has been won, your new life has begun!!
Me: I'm alive, I won't look back, aaaaah!

The Human Equation program aborted.
Have a nice day.
Dream Sequencer system offline.

Emotions...
...I remember...

22 de janeiro de 2009

Hard…

Arriscando-me a ser processado pela InsideOut (a editora de Ayreon), vou colocar mais uma música da “Human Equation”. No post anterior disse que o protagonista “Me” tinha tido uma infância difícil com um pai horrível. Pois, Ayreon não se esquece dele, e esta criatura é tão pérfida que, ao visitar o filho ao hospital, em vez de lhe transmitir palavras de ânimo, palavras de Amor, recalca-o mais… Mais do que as letras (que demonstram bem a criatura horrenda que é), a música aqui é do melhor que ele compõe… chamo a atenção para a parte do meio, para o trabalho de bateria e orgão Hammond (e sim, no inicio tem didjiridoo :) )…


Father: Look at you, lying there, defenceless and alone
See I am no fool, I always knew you wouldn't make it on your own
Cos you're just like your mother, well, where is she now?
You'll end up like her soon, 6 feet under ground, loser!

I came here to watch you bleed, oh how I love to gloat
If you had any balls at all, you'd grab me by the throat
You don't even look like me, ha! Not even close!
You're an aberration, some freak...I suppose, loser!

I had my fun, I'm going back to the place I don't call home
There's no one there who waits for me, but you won't hear me moan
My ex-wives all sue me, and with half my kids in jail
I'll still come out laughing, coz me? I never fail, loser!

[Rage]: NEVER! NEVER! NEVER! NEVER! NEVER! NEVER! NEVER! NEVER!
You're killing it from afar, go tell it in a bar
You're killing it from afar my father!



...porque é que há pessoas assim?

21 de janeiro de 2009

Sweet music...

A pedido de algumas famílias aqui fica mais uma amostra do, quanto a mim, fabuloso álbum de Ayreon, "The Human Equation". Esta faixa corresponde ao dia 13 de coma. Após uma longa viagem á sua infância, adolescência e inicio de idade adulta, em que se toma consciência do porquê de certas atitudes e traços de personalidade do protagonista (nomeado Me)... uma infância difícil com um pai horrível, os problemas de adaptação na escola, deixaram as suas marcas... a viagem no subconsciente continua, de modo a conseguir a sua redenção pessoal.
Ao 13º dia, estão, no Hospital com "Me", a Mulher e o Melhor Amigo...
Para mim, o melhor minuto de TODO o álbum é quando a Mulher lhe fala (2:07)... posso jurar-vos que fico absolutamente arrepiado com a musica, a letra e a interpretação da cantora que Arjen Lucassen (o génio por detrás do álbum) escolheu para esse papel: Marcela Bovio. No final, quase que consigo vê-la a cantar e a sorrir... Numa onda muito lamecha, chego mesmo a dizer que delirava se alguém assim me cantasse alguma coisa semelhante... Enjoy!


[Love]
: Faith has come to warn
That you far to long forsaken her heart...

Move to the truth,
Breath the sunlight burning in her open arms!...

Break the chains that
Bind you to a past that feeds this bitter days...

Seize your only chance,
Follow the stars that beckon you through blackened skies...

Wife: Can you feel me touch your aching heart?
I can sense how much you're missing me...

Give me a sign, show me you're there!!
I am sure you'll find a way back to me!...

[Me]: I can't believe I turned so vile!...
How could I've ignored her smile?
She was always there to easy my pain...
I am so ashamed...

I wonder why she stayed with me?...
How she endured my vanity?...
I wish I could go back and mend my ways...
Is it too late?

Wife: Can you see, I swear it's true, a teardrop trickling down his cheek?
Best Friend: Yes, indeed, I see it too, could it be he's hurting inside?
Wife: Don't you think we should be glad he feels anything at all?
Best Friend: It could well be he cries because of us
Wife: Does it matter why he cries?
Best Friend: What's going on in his mind?
Wife: Has he's given us a sign?

Wife: Can you see, I swear it's true, him clenching his right hand into a fist?
Best Friend: Yes, indeed, I see it too, could it be that he's raging inside?
Wife: Don't you think we should be glad he has any thoughts at all?
Best Friend: It could well be he angry because of us
Wife: Does it matter if he is?
Best Friend: What's going on in his mind?
Wife: Has he's given us a sign?


20 de janeiro de 2009

The Sun can't shine every day...

Preparem os ouvidos...

[Agony]
:
I am pain,
I am real, I'm not a dream...
I'm the chain around your neck as you scream...

Surrender now,
You can't beat death at his ruthless game...
Make your bow,
Hang your head in shame...

[Me]: I can't believe there is no way out...
[Agony]: You'll find you are wrong!
[Me]: You fill me with doubt...
[Agony]: You were never that strong!

[Agony]:
I am pain,
I am the wound that never heals...
It's all in vain,
No compromise, no deals...

[Me]: I can't believe this is the end!
[Agony]: It's written in stone!
[Me]: Where are my friends?
[Agony]: You have always been alone!

[Rage]:
(Pain!) We lead, we hide as the pain leaves the rage inside
(Motion personified alpha)
Being here, welcomed by... a sane mind
A travelled lie...

[Agony]:
I am pain,
I am the end, I am your wraith...
Nothing remains,
I'm the loss of hope and faith...

[Me]: I can't believe there is no way out...
[Agony]: You'll I find you are wrong!
[Me]: You fill me with doubt...
[Agony]: You were NEVER that strong!

[Rage]:
We lead, we hide as the pain leaves the rage inside
(Motion personified alpha)
Being here, welcomed by...a sane mind
A travelled lie...
All the time, I had waited with rage
All the time, I was promised my salvation

[Love]:
I can't accept this, we will find a way
Out of this cesspool of doom and dismay!!
Beyond this dejection there's beauty and grace,
A glorious future we long to embrace!!!

[Rage]:
(Pain!) All the time, I have waited with rage
(Motion personified alpha)
All the time, I was promised my salvation...



Porque ser Humano, para o bem e para o mal, também é isto...

19 de janeiro de 2009

Recuso... recuso-me...
Recuso-me a aceitar o que outros fazem simplesmente por fazer. Recuso-me a deixar-me levar em correntes que sei que me vão despedaçar contra a primeira rocha que estiver no leito do rio. Recuso olhar para baixo, olhar para um chão de onde viemos e que temos que levantar voo obrigatoriamente, de um chão onde tantas vezes caímos e do qual temos que nos levantar, vez após vez após vez... Recuso-me a dar por perdido seja o que for, recuso-me a dar por perdidas emoções, gostos, sonhos, prazeres, vidas, pessoas: recuso-me, assim, a dar como perdido o Futuro. Recuso-me a não lutar, recuso-me conformar-me com o que me oferecem se EU SEI que posso ter melhor. Recuso-me a ficar parado a olhar se uma mão fica sem forças no chão, estrebuchando, a pedir ajuda. Recuso-me a ver o monstro e a não lutar, a ver a barreira, a montanha e a não passá-la, escalá-la. Recuso-me a aceitar que hajam lágrimas na cara das pessoas quando as lágrimas deveriam ser, única e exclusivamente, para serem soltas por alegria, em celebração e êxtase. Recuso-me a injuriar um irmão Humano, porque a boca não foi feita para magoar mas sim para sorrir e para fazer os outros sorrirem. Recuso-me a aceitar a tristeza, os corações partidos, as almas feridas, quando tudo, no fundo, é experiência e o potencial para recuperarem é tão intenso que, se soubessem, ficariam espantados. Recuso-me a perder a esperança quando sei que todos os dias o sol nasce, a lua sobe nos céus, as ondas continuam a enrolarem-se na praia ou a bater contra a rocha, o vento continua a soprar, as árvores continuam verdes, o céu azul... Recuso-me a não amar, a morrer.

Recuso-me, enfim, a não ser Humano.

18 de janeiro de 2009

A Lita, a minha vizinha de blogosfera e recém-companheira de "desvarios" blogosféricos desafiou-me para algo que categorizei de "um acto embuído da mais profunda pulhice". E é. Reza então o desafio o seguinte ...

O desafio traduz-se na confissão dos nossos 7 Pecados Mortais tendo em conta a seguinte definição dos mesmos:
Gula: Comer a toda a hora e/ou além do necessário;
Avareza: Cobiça de bens materiais e/ou dinheiro;
Inveja: Desejar atributos, status, posses e/ou habilidades de outra pessoa;
Ira: É a junção dos sentimentos de raiva, rancor e ódio. Por vezes é incontrolável;
Soberba: Falta de humildade, alguém que se acha auto suficiente:
Luxúria: Apego aos prazeres carnais
Preguiça: Aversão a qualquer trabalho ou esforço físico.

As regras do desafio, por sua vez, são as seguintes:
Revelar a nossa relação com os pecados capitais;
Nomear outros 8 blogues para responder ao desafio.

Muito bem. Devo entao dizer que eu nao acredito em pecados. So acredito no bem e no mal que fazemos aos outros e a nós mesmos. Mas o desafio foi bem giro e vou alinhar. Alors, c'est comme ça:

Gula: HAHAH! Esta para quem me conhece, sabe que é piada: fome e apetite são coisas raras por estas bandas EXCEPTO!... Chantilly com Morangos/Ananás
Avareza: raramente. Gosto de viver com o suficiente para me sentir confortavel e que me permita fazer o que desejo.
Inveja: pronto, aqui apanham-me... Sou de facto, muito invejoso quando vejo alguém com alguma coisa que eu tb merecia e, pior ainda, quando vejo alguém com essa coisa e essa pessoa nem merece! É um bocado indignante... Se os outros podem ter, pq nao eu tb?
Ira: uiiii... fácil! muito fácil!!! É de familia! Dos dois lados!! Fico em brasa quando me picam... mas nunca parto para a violência...
Soberba: não.. deste nao sofro... lamento... até bem pelo contrário...
Luxúria: mas QUEM é que não se apega aos prazeres carnais?? QUEM? Dormir, comer, beber, ir para as farras, ter uma noite "daquelas"... QUEM?? Desde que nao se faça disso um estilo de vida (como eu não faço)... tudo bem... a Vida é para se aproveitar!!! No entanto, devo dizer que sou muito vaidoso e fascino-me com o Belo facilmente...
Preguiça: dormir... dormir, e dormir, e dormir, e dormir... ah, e no final, dormir...

Pronto, agora era para desafiar, nao é? Pois, mas eu nao vou desafiar ninguem em particular... lanço o "reptil" a todos os que tiverem a coragem de aceitar revelarem-se um pouco mais que o normal... também sabe bem fazer isso de vez em quando, nao? ;)

E só para justificar a existencia de um post destes aqui... É necessário, como em tudo, parar e fazer uma pequena introspecção na vida... Infelizmente, o ritmo de vida das sociedades não permite que momentos desses sejam frequentes mas o Espírito Humano consegue sempre encontrar um escape para algo que, para ele, é tão essencial como a contemplação, o descanso, a actividade e o lazer. É uma maneira de nos centrarmos, de saber de onde viemos e para onde vamos. É preciso parar para pensar um bocado. É preciso aceitar os nosso vícios e as nossas virtudes, sem culpas, sem remorsos, com orgulho e responsabilidade. Só assim seremos mais Humanos e mais felizes.

Breve apontamento...

Ontem, fui a uma festa de anos de uma colega minha do Lab. Não me vou perder nos pormenores da dita, simplesmente direi que foi bom lá ter estado e que o ambiente era mt agradável.. Mas nao foi para isso que aqui vim. Vim aqui porque no meio de toda aquela festa, reparei numa coisa, tão simples, mas que me tocou imenso. Uma foto.

Não era uma foto qualquer. A foto era minha, tinha sido eu a tirar. Eu nem me lembrava que a tinha dado à Guadalupe, sei lá quando é que isso aconteceu... mas a foto era minha. E estava na parede de uma casa que não era a minha, ali, exposta, visível a toda a gente.


Como podem ver, não é nada de transcendente. :) É uma foto muito simples, num sítio que eu adoro, num ponto em que, quantas vezes eu lá vá, quantas vezes fico a olhar para isto (como se não houvesse lá mais nada para ver!). Não sei se é a geometria, não sei se é a simplicidade, não sei se é o simbolismo inerente da janela que se projecta, que projecta o olhar sobre o mundo, uma janela na Torre que pode enclausurar qualquer coisa desconhecida, o obscuro... E essa foi outra das coisas que me tocou: é que é uma das minhas fotos favoritas e que me diz tanto. Encontrá-la ali, em casa de outra pessoa, fez-me sentir (no mínimo) muito bem. E, em certa medida, senti-me ali, também, um pouco em casa.

"So, Home is not just where you lay your hat..."

Não, não é. É onde está o meu coração, é onde estiver parte de mim.

17 de janeiro de 2009



Já é noite, o frio está em tudo o que se vê...
Lá fora ninguém sabe que, por dentro, há vazio...
Porque em todos há um espaço que, por medo, não se deu,
Onde a ilusão se esquece do que o medo não previu...
Já é noite, o chão é mais terra p'ra nascer...
A água vai escorrendo entre as mãos, a percorrer
Todo o espaço entre a sombra, entre o espaço que restou,
Para refazer a vida no que o medo não matou...

Mas onde tudo morre, tudo pode renascer...

Em ti vejo o tempo que passou,
Vejo o sangue que correu,
Vejo a força que me deu quando tudo parou em ti...
A tempestade que não há em ti
Arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar...

Já é dia e a sombra está em tudo o que se vê...
Lá fora ninguém sabe o que a Luz pode fazer!...
Porque a noite foi tão fria que não soube acordar,
A noite foi tão dura e difícil de sarar...

Mas onde tudo morre, tudo pode renascer...

Em ti vejo o tempo que passou,
Vejo o sangue que correu,
Vejo a força que me deu quando tudo parou em ti...
A tempestade que não há em ti
Arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar...

Mas eu descobri a casa onde posso adormecer!
Eu já desvendei o mundo e o tempo de perder!
Aqui tudo é mais forte e há mais cores no céu maior!
Aqui tudo é tão novo porque pode ser Amor!...

E onde tudo morre, tudo volta a nascer...

Em ti vejo o tempo que passou,
Vejo o sangue que correu,
Vejo a força que me deu quando tudo parou em ti...
A tempestade que não há em ti
Arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar...

Já é dia e a luz está em tudo o que se vê...
Cá dentro não se ouve o que lá fora faz chover...
Na cidade que há em ti encontrei o meu lugar
E é em ti que vou ficar...



14 de janeiro de 2009



"Estou além sono, num sonho de papel, fio de ópio, sombra chinesa tatuada no céu.
Hoje não me apetece ser do contra, uma enfant terrible
..."


Intangibilidade da vida. Tocarmos como se fosse a nossa própria mente e alma, a essência de outra pessoa (que não são só estas duas coisas...). Muitas vezes o disse e torno a dizer: nós não estamos preparados para nos apercebermos como é que outras pessoas estão a percepcionar o mundo, como é que nos percepcionam. Há algo que nos "tapa" o caminho e que nos deixa atónitos na espessa tarefa de compreensão do próximo. Pedimos uma bússola, pedimos um mapa para as profundezas do ser de outrem mas de nada serve pedir a um mapa a quem o não pode dar porque nunca ninguém se deu ao trabalho (nem conseguirá) conhecer-se o suficiente para delinear um mapa conciso e universal de si...

"...Quero apenas os novos códigos, quero apenas entrar e participar..."

Posso espreitar pelas janelas e observar de fora. Olho pelos portais do Tempo e observo que é isso mesmo que tenho feito, com raríssimas excepções: observo de fora, como que tentado pelo brilho das luzes e do calor de "lares" diferentes do meu... É o fascínio do diferente, procurando sempre, no entanto, o Semelhante, aquele gesto que compreende cada passo que se dá, cada gesto que se executa, sem dúvidas, sem confusões, sem pó que arranhe a agulha no disco da Partilha...

"
A cidade está submersa numa manhã chuvosa
Pântanos e dinossauros tomas de assalto as avenidas
A menina tem insónias e só às vezes dorme
Desaparece e acorda com fome... acorda com fome...
Esta é a minha nova dor. Diz-lhe olá... Não a faças esperar..."


Passando pelas ruas cinzentas, passeio as minhas dúvidas, incertezas, tempestades da Alma, do Coração e mesmo até da Mente... olho as Sombras e estabeleço imensas analogias, paralelismos, comparações e perco-me nas infindas hipóteses que se me levantam... somos um Universo interno, já se sabe... as Sombras que se levantam dentro de nós podem ter metros, quilómetros mas podem ser geradas por algo tão irrisório como um pequeno rato em frente a um projector. E é isso que as pessoas às vezes se esquecem: é que para haver sombras, tem de haver Luz, uma grande Luz, uma Luz tão forte que tudo ilumina os confins do Universo... é dificil não olhar para a sombra é mais confortável, a Luz pode cegar...
Prossigo. Por entre pedras, muros, calçadas e escadinhas aprecio o ritmo de uma comunidade que mal se olha nos olhos... têm medo de quê? de encontrar a alma dos outros?... é difícil... Entrando num tunel, abobadado, começo a cantar...

"
Oh! meu Anjo da Guarda, eu sei que te dou trabalho,
Eu e Tu somos iguais... eu queria tanto fazer-te feliz...
Não esperes que eu consiga mudar da noite para o dia..."


... e sem saber estou a fazer eco. Impossível! Num sítio tão populoso! A esta hora! Com o "barulho das luzes" ninguém deveria notar... noto eu... soa bem, estranho timbre que me é devolvido. Deixo-me entao levar pelo que canto e pelo que recebo, numa estranha fusão de sons, como se numa catedral me encontrasse, embalado pelos acordes celestiais de um canto sacro... penso o quanto a Vida não o será assim também: tudo o que fazemos tem uma repercussão, muitas vezes superior ao que esperamos e, quando esta a nós retorna, a fusão resultante pode maravilhar-nos ou ser extremamente dissonante e estarrecer-nos. No entanto, são sempre pequenos sinais que enviamos para o exterior, como fragmentos de uma imagem, de uma música, que em nada nos conseguirão definir... porque, para se conseguir compor a imagem, é preciso Querer e Tempo... e é de Tempo que não Queremos dispor.

"Quando as palavras não dizem o que somos,
Gastamos em tinta, prometemos em sonhos,
Quando as palavras não dizem o que somos..."



12 de janeiro de 2009





Já há uns tempos postei a letra desta música (aqui) mas acabei por nunca pôr a música em si... Acho que as coisas se proporcionaram para que voltasse a ser actual, daí que agora ponho a musica porque só a letra fica aquém do que se sente a ouvi-la... Note-se o pormenor de como, no final, os instrumentos vão desaparecendo um a um, e não é por acaso: assim também são as memórias das coisas que nos acontecem... Ontem, como hoje, o que escrevi em nota desse post, é válido...

E, porque é bom nunca esquecer estes ditos, do mesmo álbum (e para quem gosta de algo mais calmo) também a ultima música tem para mim, um sentido muito único... e diz ela assim:

"There will be days when you'll be reminded, days when you'll feel cold and abandonned..."



How right you are...

5 de janeiro de 2009

Flowing...


Quantos de nós não gostariam de levar uma vida mais simples? Eu gostava! Mas o que é, num mundo profundamente acelerado, 'simplicidade'?
Imaginam-se a viver numa cabana? Ou a ter de fazer fogo com um pauzinho? A ter de caçar e cultivar tudo o que precisam de comer? Sem electricidade, sem gás, sem televisão? Só com a companhia de um livro (se houver) ou de algo para entreter o espírito? Pois é... há coisas que são difíceis de imaginar, nos dias que correm. No entanto, estes exemplos que eu dei são extremos de algo bem mais fácil de praticar no dia a dia. Digo já que, quem me conhece, sabe que é difícil eu ter calma e "think simple". Sim, porque é preciso ter muita calma quando se quer enveredar por uma vida mais simples.

(faz o que o pai tomás diz, não faças o que ele faz ;) )

Que poderá ser, então, a simplicidade? A simplicidade pode residir em duas coisas: calma e aceitação (que é diferente da resignação). Como em tudo, é preciso treino, sobretudo depois de anos numa rotina acelerada, em que nos sentimos tantas vezes sufocados... Os constrangimentos culturais são pesados. O trabalho (porque é um trabalho) não se faz de um dia para o outro e há que ser perseverante. A perseverança é também um sintoma da simplicidade. Aproveito também para dizer que a simplicidade não é 'basicidade'. Uma pessoa pode continuar a sua vida de todos os dias, rodeado das suas coisinhas, mas adoptar uma postura perante a vida mais simples. Quando foi a ultima vez que aproveitaram, algures no dia, para parar e admirar um cenário à vossa volta, uma árvore, uma planta, uma cena qualquer no meio da rua que vos enternece, o sorriso de uma criança... quando foi a ultima vez que escreveram uma carta de amor a alguém de quem gostam? Por ventura já se lembraram hoje de perguntar a quem amam como é que eles estão, como é que eles se sentem, olhos nos olhos, e dar o vosso tempo, darem-se, simplesmente darem-se? E há quanto tempo é que não param no meio da rua, olham para o céu e pensam "que abençoado sou por ter saúde, por amar e ter quem me ame, por poder fazer isto e aquilo..."? E há quanto tempo não param um bocadinho e não sentem, nem que uns momentos, profundamente, que tudo está certo?... Estes são apenas alguns exemplos, a simplicidade é muito mais do que isto, mas isto é um bom ponto de partida. Sem saberem, a simplicidade entrará nas vossas vidas.
Ao mesmo tempo de tudo isto, há um trabalho de aceitação que convém que se faça: e é muito simples - as coisas são o que são. Se forem boas, se calhar poderiam ser melhores mas seria também óbvio se tivessem que ser melhores nessa altura. Todos nós passámos por isso. Das coisas más nem falo. Essas são imediatamente reconhecíveis como sendo melhoráveis (e daí o meu ponto anterior). E, aí, há que não nos resignarmos ao que dispomos. A ambição é nisto tudo um tempero a usar q.b.. E qual o porquê deste passo? Bem, simplesmente será o passo que vos chamará à realidade das coisas, ajudando-vos a colocar as coisas em perspectiva. Vendo o quão simples são as coisas (ou a grande maioria das coisas) na realidade, saberão intuitiva e automaticamente quais são as coisas que vos convém levar na vossa "mochila" pessoal e quais a que podem ficar pelo caminho. A Verdade (também) reside na Simplicidade (ou como dizia um prof. meu "A resposta mais simples é, na maioria das vezes, a verdadeira."). E sendo mais Simples, seremos cada vez mais Nós Mesmos. Bom, não é? Quem não quererá isto?... :)